Periódico galego de informaçom crítica

Armar a maternidade

por
stepha law­son

O mo­vi­mento fe­mi­nista lui­tou du­rante dé­ca­das para nom re­du­zir a iden­ti­dade das mu­lhe­res à ma­ter­ni­dade à que eram sub­me­ti­das como se fosse o seu des­tino bi­o­ló­gico. Como con­sequên­cia, o ser mae fi­cou fora e des­li­gado dos de­ba­tes emancipadores. 

Frente das tra­ba­lha­do­ras, o pa­tri­ar­cado e o ca­pi­ta­lismo ar­ra­sá­rom jun­tos com os mo­de­los de re­pro­du­çom dos po­vos para con­vertê-los em mo­to­res au­xi­li­a­res da pro­du­çom pro­vo­cando que dei­xás­se­mos de vi­ver umha re­pro­du­çom para nós mes­mas. Essas es­tra­té­gias de dis­ci­pli­na­mento do tra­ba­lho re­pro­du­tivo fam im­pos­sí­vel que se poida vi­ver umha ma­ter­ni­dade li­vre de violências.

Nas fa­ses em que o ca­pi­ta­lismo se ex­pres­sou na sua ma­neira mais to­ta­li­tá­ria, os fas­cis­mos, es­ta­be­le­cé­rom-se mé­to­dos de re­pres­som ge­no­ci­das e mi­só­gi­nos como o roubo de cri­an­ças con­tra aque­las mu­lhe­res que se atre­viam a rei­vin­di­car-se em luita. A fe­rida con­ti­nua aberta e sem cicatriz.

Na atu­a­li­dade, a ma­ter­ni­dade ab­sor­vida polo ne­o­li­be­ra­lismo vin­cula o de­sejo de ser mae com umha nova ex­pe­ri­ên­cia a con­su­mir, a de pro­je­tar o seu eu numha cri­ança. Na sua ver­som mais exa­ge­rada da­mos com os ca­tá­lo­gos de maes na ma­ter­ni­dade de substituiçom.

Porém, o fe­mi­nismo tra­ba­lha já em ma­ter­ni­da­des trans­gres­so­ras e sub­ver­si­vas fora do in­di­vi­du­a­lismo e a fa­mí­lia nu­clear. Ainda as­sim, es­tas pro­pos­tas nom se in­tro­du­zem den­tro dos de­ba­tes dos pró­prios mo­vi­men­tos so­ci­ais onde a re­pro­du­çom con­ti­nua a fi­car afas­tada da pri­o­ri­dade po­lí­tica pese ser o pi­lar de tudo, até de nós mesmas.

O último de Arquivo

Ir Acima