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As dificuldades do sacrifício animal zero

por
pacma

A associaçom animalista Libera! Galicia e a Fundaçom Franz Webber estimam que em 2017, na Galiza, 19.000 animais fôrom abandonados. O dado é umha das conclusons dum estudo que estas organizaçons estám a realizar desde 2013. Os abandonos aumentárom desde entom, segundo constatam, e continuam a aumentar. Em 2016 denunciavam que se abandonaram 16.800.

Esta quan­ti­fi­ca­çom re­sulta de se ana­li­sa­rem os da­dos ex­traí­dos de pu­bli­ca­çons em re­des so­ci­ais ou for­ne­ci­dos por cen­tros de re­co­lha pú­bli­cos, as­sim como dos res­ga­tes le­va­dos a cabo por re­fú­gios ga­le­gos. A imensa mai­o­ria des­tes aban­do­nos cor­res­ponde a cans e ga­tos. Além de aler­ta­rem para o cons­ta­tado au­mento dos aban­do­nos de ani­mais, as or­ga­ni­za­çons pu­gé­rom o foco na falta de san­çons, as­sim como no re­du­zido nú­mero ex­pe­di­en­tes aber­tos por ca­sos de aban­dono. Chegam mesmo ava­liar o di­nheiro que po­de­ria ar­re­ca­dar o go­verno ga­lego. Se fos­sem san­ci­o­na­dos 32% dos ca­sos do ano pas­sado, che­ga­riam a um má­ximo de 28 mi­lhons de eu­ros — apli­cando a multa mais alta de 5.000 eu­ros — e a um mí­nimo de 2,8 mi­lhons de euros.

Quase 20.000 animais domésticos abandonados em 2017

O sis­tema atual de aco­lhi­mento e cui­da­dos de ani­mais aban­do­na­dos é mui he­te­ro­gé­neo. A Lei de Bem-Estar Animal da Galiza, apro­vada em se­tem­bro de 2017 por um so­li­tá­rio Partido Popular, res­pon­sa­bi­liza os Concelhos por este ser­viço. Mas nom in­dica os meios para o le­var a cabo. Um Concelho pode in­ves­tir em criar e ge­rir o seu pró­prio re­fú­gio, as­si­nar um con­vé­nio com umha as­so­ci­a­çom pro­te­tora de ani­mais para que se en­car­re­gue das ins­ta­la­çons e dos cui­da­dos dos ani­mais, con­tra­tar a ajuda dumha em­presa pri­vada, em­pre­gar umha rede cri­ada por umha Deputaçom (como é o caso da pro­vín­cia de Ourense). Existem, ade­mais, nu­me­ro­sas as­so­ci­a­çons pro­te­to­ras de ani­mais, al­gumhas das quais con­tam com um re­fú­gio próprio.

Nos ca­sos dos re­fú­gios pú­bli­cos, o prin­ci­pal pro­blema prende-se com a falta de es­paço para os ani­mais aban­do­na­dos. As as­so­ci­a­çons pro­te­to­ras cos­tu­mam ter pouca ca­pa­ci­dade para ab­sor­ver os mui­tos cans e ga­tos que fi­cam nas ruas. Dependem, além disso, do grande es­forço das suas e dos seus in­te­gran­tes e das con­tri­bui­çons eco­nó­mi­cas voluntárias.

A Lei de Bem-Estar Animal busca o sacrifício zero sem dotar do financiamento necessário

O qua­dro de­se­nhado com­plica muito a meta do “sa­cri­fí­cio zero” que es­ta­be­lece a nova le­gis­la­çom em ma­té­ria de pro­te­ção ani­mal, nom só por­que o nú­mero de aban­do­nos con­ti­nua a me­drar, mas tam­bém por­que as do­ta­çons or­ça­men­tais nom bas­tam para cons­truir e man­ter as ins­ta­la­çons de que pre­ci­sam es­ses ani­mais: cui­da­dos ve­te­ri­ná­rios, cas­tra­çom (se for o caso) e co­lo­ca­çom de um chip. Porque es­sas som as con­di­çons que exige a lei para que os ani­mais po­dam ser da­dos em adop­çom. A Federaçom Galega de Municípios e Províncias (Fegamp) cri­ti­cou que a Conselharia do Bem-Estar con­si­de­rasse umha do­ta­çom or­ça­men­tal de cerca de 300.000 euros.

Para a ve­te­ri­ná­ria María Gómez, o ca­mi­nho en­tre a re­a­li­dade atual e o men­ci­o­nado sa­cri­fí­cio zero “vai ser mui duro”. Será ne­ces­sá­rio “que se co­or­de­nem as pro­te­to­ras, os re­fú­gios e, para além disso, as ca­sas de aco­lhi­mento, mas isto nom está a fun­ci­o­nar”. A so­lu­çom nom é nada fá­cil, já que a mas­si­fi­ca­çom dal­guns cen­tros pro­voca da­nos aos pró­prios ani­mais. E, no caso dos re­fú­gios pú­bli­cos, nom serve dar um nom como res­posta ao ani­mal que en­tra pola porta. “Num cen­tro onde en­tram 200 cans che­gam 400”, diz a ve­te­ri­ná­ria, “es­ses ani­mais, à parte de se­rem um gasto, es­tám em con­di­çons muito pi­o­res: há mais pe­le­jas, con­cor­rem polo es­paço”. Isto au­menta o stress, o qual “di­fi­culta a sua adop­çom”. María é a fa­vor do sa­cri­fí­cio zero “mas há com­pa­nhei­ras que tra­ba­lham em cen­tros para quem é mui duro, com­pa­nhei­ras que vem cans dando vol­tas so­bre si mes­mos e nom se pode fa­zer nada com es­ses cans”.

É preciso melhorar a coordenaçom entre refúgios, protetoras e casas de acolhimento

Mas as crí­ti­cas à nova le­gis­la­çom vam além da falta de meios pre­vis­tos para a exe­cu­tar. Um co­mu­ni­cado, as­si­nado por trinta e três as­so­ci­a­çons e pla­ta­for­mas ani­ma­lista, pre­ce­deu umha ma­ni­fes­ta­çom em con­tra desta lei, que tivo lu­gar em 25 de ju­nho de 2017 nas ruas de Compostela. Questionava-se a ex­clu­som dos ani­mais de au­to­con­sumo, dos equi­nos, dos ani­mais uti­li­za­dos na in­ves­ti­ga­çom e a nom pro­bi­çom dos es­pec­tá­cu­los tau­ri­nos. Denunciavam-se os en­tra­ves co­lo­ca­dos às as­so­ci­a­çons pro­te­to­ras de ani­mais, o que as mar­gi­na­li­za­ria en­quanto ins­ti­tui­çons de­di­ca­das aos cui­da­dos dos ani­mais aban­do­na­dos, em fa­vor de em­pre­sas pri­va­das com fins lu­cra­ti­vos. Igualmente, exor­tava-se o Governo ga­lego a eli­mi­nar da le­gis­la­çom as mul­tas por ali­men­tar ani­mais nas vias pú­bli­cas. E acres­cen­tava-se, ainda, a ne­ces­si­dade de se iden­ti­fi­ca­rem to­dos os ani­mais, e nom ape­nas os cá­ni­dos, de forma a fa­ci­li­tar a sua re­cu­pe­ra­çom ou a im­po­si­çom de sançons.

Na le­gis­la­çom en­con­tram-se, no en­tanto, al­guns si­nais po­si­ti­vos, como, por exem­plo, a in­clu­som das ne­ces­si­da­des eto­ló­gi­cas dos ani­mais, como um fa­tor a ter em conta na sua saúde e bem-es­tar. “Os ani­mais te­nhem ou­tras ne­ces­si­da­des além das fi­si­o­ló­gi­cas”, ex­plica María, “trata-se de qual­quer cousa que nom al­tere o seu Bem-Estar e nom lhes pro­vo­que al­te­ra­çons no com­por­ta­mento”. Por exem­plo: “um cam atado du­rante muito tempo pode che­gar a roer-se a cauda ou as pa­tas; um ani­mal que está so­zi­nho com frequên­cia pode ter pro­ble­mas de an­si­e­dade pola se­pa­ra­çom”. A le­gis­la­çom nom es­pe­ci­fica o que en­tende por ne­ces­si­da­des eto­ló­gi­cas, ainda que, como ex­plica María, isto de­penda muito do ani­mal, “e tem que ser ava­li­ado por um perito”.

Mapa-de­nún­cia dos cans e ca­de­las atados
Outro dos avan­ços le­gis­la­ti­vos é o que es­ta­be­lece como in­frac­çom grave “man­ter os ani­mais de es­pé­cie ca­nina ata­dos de forma per­ma­nente”, umha prá­tica bas­tante co­mum no nosso país, pois, como se sabe, este ani­mais ser­vem mui­tas ve­zes para guar­dar as ca­sas. Umha prá­tica, a de se te­rem os cans per­ma­nen­te­mente ata­dos, que atenta con­tra a sa­tis­fa­çom das ne­ces­si­da­des fi­si­o­ló­gi­cas e eto­ló­gi­cas dos ani­mais do­més­ti­cos que es­ta­be­lece tam­bém a norma le­gis­la­tiva. A san­çom por esta in­frac­çom pode che­gar até 5.000 euros.

A pá­gina sencadeas.info é umha ini­ci­a­tiva da Associaçom Libera! e da Fundaçom Franz Webber. Umha pá­gina com um mapa onde se re­co­lhem de­nún­cias de ani­mais ata­dos e a sua lo­ca­li­za­çom. Até agora, a pá­gina tem re­co­lhi­das 242 quei­xas de cans ata­dos ou en­cer­ra­dos, em más con­di­çons hi­gié­ni­cas e des­cui­da­dos. Resta ve­ri­fi­car se a de­nún­cia des­tes ca­sos con­tri­bui para me­lho­rar a si­tu­a­çom dos ani­mais e até onde se le­va­rám as san­çons aos do­nos e donas.

aa­rón l. rivas

Algum passo adi­ante: as co­ló­nias felinas
Um ar­tigo e dous pa­rá­gra­fos da nova le­gis­la­çom con­si­de­ram, pola pri­meira vez, as co­ló­nias fe­li­nas. Novamente, as Câmaras Municipais som as res­pon­sá­veis pola cri­a­çom e ma­nu­ten­çom des­tes es­ta­be­le­ci­men­tos. No pa­pel, não se trata como umha obri­ga­çom, mas sim como pos­si­bi­li­dade. Em Betanços, na Corunha, Vigo, Santiago de Compostela, Cangas do Morraço e ou­tros mu­ni­cí­pios ga­le­gos já exis­tia esta mo­da­li­dade de cui­da­dos dos ga­tos de rua.

Os ga­tos fe­rais” – os que con­vi­vem nes­tas co­ló­nias – “nom som do­mes­ti­cá­veis”, ex­plica María Gómez. A das co­ló­nias é umha so­lu­çom cada vez mais es­ten­dida, cuja fi­na­li­dade in­clui que es­tes ani­mais nom se re­pro­du­zam, e que o seu nú­mero ve­nha a di­mi­nuir até de­sa­pa­re­cer. O mé­todo CES cor­res­ponde às si­glas de Captura, Esterilizaçom e Soltura. “Cada certo tempo, há que co­lher os ga­tos, cas­trar os que nom es­ti­ve­rem cas­tra­dos e exa­miná-los”. Para isto, os mu­ni­cí­pios con­tam com a co­la­bo­ra­çom de as­so­ci­a­çons pro­te­to­ras, que co­nhe­cem bem a ci­dade e a si­tu­a­çom das colónias.

María in­cide em que às ve­zes custa es­tan­dar­di­zar o pro­to­colo para o cui­dado des­tes ani­mais. Isto in­clui as pes­soas que os ali­men­tam, com que os ali­men­tam, e os ho­rá­rios e lo­ca­li­za­çons desta ati­vi­dade. Ressalta que só o co­le­tivo res­pon­sá­vel polo cui­dado des­tas co­ló­nias deve ali­mentá-las. Em Santiago de Compostela, por exem­plo, pro­ce­deu-se a si­na­li­zar a sua lo­ca­li­za­çom para o evi­tar e dar a co­nhe­cer a sua exis­tên­cia à populaçom.

A en­trada em fun­ci­o­na­mento des­tas co­ló­nias nom be­ne­fi­cia ape­nas pró­prios fe­li­nos. O seu con­trolo ve­te­ri­ná­rio con­tri­bui para im­pe­dir a pro­pa­ga­çom de do­en­ças in­fec­ci­o­sas a ou­tros ani­mais, mas, além disso, este ani­mais po­dem con­tri­buir para com­ba­ter ou­tras pra­gas, como os ra­tos e ratas.

Um sis­tema que de­pende do voluntariado
À men­ci­o­nada pro­ble­má­tica da sa­tu­ra­çom dos cen­tros pú­bli­cos, une-se o es­casso pes­soal que os atende. Laura Muñiz Brea é es­tu­dante do Grau de Medicina em Santiago de Compostela e vo­lun­tá­ria do Bando desde há dous anos no Refúgio do Bando. Nom sabe di­zer quan­tas pes­soas exa­ta­mente co­la­bo­ram, como ela, no Bando. “Há gente que co­meça”, ex­plica, “e por um mo­tivo ou ou­tro deixa de ir”. O re­fú­gio nom está perto, qua­tro qui­ló­me­tros de ca­mi­nho afas­tam-no da pa­ra­gem de bus mais pró­xima. O co­che é o mé­todo mais rá­pido e sim­ples para che­gar até ali.

Os centros públicos nom podem recusar-se a aceitar animais e a qualidade de vida destes pode pode piorar

Em Bando há cinco pes­soas tra­ba­lhando no qua­dro de pes­soal: umha ve­te­ri­ná­ria, cinco cui­da­do­res e umha ad­mi­nis­tra­tiva. A co­la­bo­ra­çom do pes­soal vo­lun­tá­rio é ne­ces­sá­ria. Ajudam nas ta­re­fas de lim­peza, pas­seiam os ani­mais. Administram, ade­mais, a conta do Facebook do re­fú­gio. Nela pu­bli­cam as fo­tos e as his­tó­rias de vida das ca­de­las, cans, ga­tas e ga­tos à es­pera de se­rem adop­ta­dos. Explica Laura que mui­tos dos cans que che­gam aban­do­na­dos som de ra­ças usa­das para a caça, como os be­a­gle ou os cans gri­fon. Acrescenta que, gra­ças ao ca­nal que se man­tém aberto para as adop­çons de pes­soas que vi­vem fora de Galiza, mui­tos des­tes cans fô­rom adop­ta­dos o pas­sado ano “por umha as­so­ci­a­çom de Reino Unido”.

Os vo­lun­tá­rios en­car­re­gam-se tam­bém, hoje, de ser­vir de con­tacto e guia para ou­tras pes­soas que quei­ram co­la­bo­rar no Bando. Mostram as ins­ta­la­çons e ex­pli­cam um pouco o fun­ci­o­na­mento. Seria pos­sí­vel o fun­ci­o­na­mento dum re­fú­gio como este sem a ajuda de pes­soas vo­lun­tá­rias? “É in­viá­vel”, diz a ve­te­ri­ná­ria Sabela Fonseca,“umha pro­te­tora pú­blica pode fun­ci­o­nar as­sim um dia, mas a longo prazo nom se pode”.

Sabela foi du­rante anos vo­lun­tá­ria na Progape, a pro­te­tora mu­ni­ci­pal de Ourense, de cuja di­re­tiva che­gou a fa­zer parte: “É mui­tís­simo tra­ba­lho, na Progape ha­via mui­tís­si­mos ani­mais, e fam falta mui­tas pes­soas”. Diz que na Protetora de Lugo, tam­bém se tra­ba­lha desta forma, as­sim como nas da rede da Deputaçom de Ourense, que presta ser­viço de cap­tura e aco­lhi­mento a ani­mais de 65 con­ce­lhos ou­ren­sa­nos. Todo isto, sem in­cluir to­das as as­so­ci­a­çom pro­te­to­ras de ani­mais que tam­bém re­co­lhem ani­mais sem fins lucrativos.

Soluçons alternativas às protetoras ou canis: os santuários

san­tuá­rio Vacaloura

Existem na Galiza ca­mi­nhos di­ver­sos para aju­dar os ani­mais. Em vá­rios ca­sos, es­tes vias afas­tam-se dumha le­gis­la­çom que avança aos so­la­van­cos e de forma ex­ces­si­va­mente lenta. No ano 2013, Inés Trilho e Mario Santiago pu­gé­rom em mar­cha, perto de Compostela, o san­tuá­rio Vacaloura. Começárom aju­dando ga­tos na rua ou cans aban­do­na­dos. Aos pou­cos, e ao mesmo tempo que apro­fun­da­vam cada vez mais na fi­lo­so­fia ve­gana e an­ti­es­pe­cista, fô­rom to­mando cons­ci­ên­cia da falta de or­ga­ni­za­çons de aco­lhi­mento para ani­mais de granja. “Vivíamos num baixo com horta”, re­lata Inés, “e co­me­ça­mos a aco­lher es­tes ani­mais.” Dali a um tempo, dé­rom-se conta de que “quando es­tá­va­mos sa­tu­ra­des, nom ha­via ou­tro sí­tio onde os le­var”. Começárom en­tom a con­si­de­rar a hi­pó­tese de po­rem em mar­cha o santuário.

Além da Vacaloura, existe ou­tro caso se­me­lhante na Galiza. A Mino Valley Farm Sanctuary, na pro­vín­cia de Ourense, apre­senta-se como “um lu­gar se­guro para ani­mais de granja res­ga­ta­dos”. As di­fi­cul­da­des com que se de­pa­ram es­tes cen­tros som va­ri­a­das. A lei nom os re­co­nhece como re­fú­gios, ex­plica Inés, polo que de­vem re­gis­tar-se como ex­plo­ra­çons pe­cuá­rias. A Vacaloura é, a olhos da le­gis­la­çom, “umha ex­plo­ra­çom por­cina, umha ex­plo­ra­çom equina, umha ex­plo­ra­çom ca­prina…”. O que im­plica as mes­mas ins­pe­çons aos ani­mais que re­ce­bem es­tas em­pre­sas, “como se fos­sem des­ti­na­dos ao con­sumo humano”.

“A legislaçom nom reconhece os santuários como refúgios”

Na Vacaloura re­si­dem hoje mais dum cen­te­nar de ha­bi­tan­tes, mas a Inés e o Mario con­ti­nuam a ter en­tra­ves para re­co­lher mais ani­mais: “Porque nom se co­nhece a ex­plo­ra­çom de ori­gem ou por­que nom sa­be­mos o seu es­tado de saúde”. Inés diz que no san­tuá­rio “des­pa­ra­si­ta­mos sem­pre os ani­mais, es­tám em pe­ríodo de qua­ren­tena an­tes de en­tra­rem em con­tacto com o resto e sem­pre re­ce­bem cui­da­dos ve­te­ri­ná­rios”. Critica os obs­tá­cu­los por parte das au­to­ri­da­des, para as quais o fim dum ani­mal de granja do­ente será, sem­pre e por de­feito, o ma­ta­doiro. Para ela, o pro­blema re­side tam­bém em que dei­xar um ani­mal de granja en­fermo va­gar, sem ser re­co­lhido, nom pode ser so­lu­çom. “Se as au­to­ri­da­des nom se fam cargo e nós nom o po­de­mos aco­lher, pode en­trar em con­tacto com ani­mais sil­ves­tres, ou com ou­tros ani­mais de granja ou domésticos”.

“É completamente diferente como se relacionam os animais”

A ní­vel es­ta­tal exis­tem ini­ci­a­ti­vas si­mi­la­res à de Inés e Mario. Mantenhem o con­tacto com ou­tros san­tuá­rios para tro­car in­for­ma­çons, co­lo­car dú­vi­das ou ofe­re­cer a sua ex­pe­ri­ên­cia para so­lu­ci­o­nar pro­ble­mas se­me­lhan­tes. Na Galiza, Inés ad­mite as di­fi­cul­da­des que te­nhem, por exem­plo, para ani­mar as pes­soas a co­la­bo­ra­rem como vo­lun­tá­rias do san­tuá­rio ou para ar­re­ca­dar di­nheiro para os seus ha­bi­tan­tes. Existe umha maior fa­mi­li­a­ri­dade com as­so­ci­a­çons e re­fú­gios que tra­ba­lham com cans ou ga­tos, mas nom tanta com ini­ci­a­ti­vas como a sua. Ao mo­vi­mento ve­gano e an­ti­es­pe­cista ainda falta muito ca­mi­nho, ainda que note al­guns avan­ços “so­bre­todo, a ní­vel ali­men­tí­cio, quanto mais aces­sí­vel fa­ze­mos a ali­men­ta­çom ve­gana, mais dis­posta está a gente a informar-se”.

Inés tam­bém in­cide no tra­ba­lho de sen­si­bi­li­za­çom que le­vam a cabo san­tuá­rios como a Vacaloura. Destaca que al­gumhas das pes­soas que vi­si­tam as in­ta­la­çons “nunca ti­ve­ram re­la­çom com ani­mais de granja”. “Inclusive as que po­dem vi­ver numha al­deia, mas que te­nhem o porco num lo­cal fe­chado”, diz. Para ela, ver os ani­mais re­la­ci­o­na­rem-se en­tre si, e com as pes­soas que cui­dam do san­tuá­rio, tam­bém é umha via para abrir um pouco a mente. “nom nos te­nhem medo, é com­ple­ta­mente di­fe­rente como se re­la­ci­o­nam”. Estas vi­si­tas som fei­tas en­tre os me­ses de maio e se­tem­bro, duas ve­zes por mês. Apresentam os ha­bi­tan­tes da Vacaloura e dam a pro­var pe­tis­cos ve­ga­nos, para des­mon­ta­rem pre­con­cei­tos tam­bém desde o padal.

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