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As mulheres temos de chegar a ter presença em todos os sectores da cena”

por
ju­anpa ameneiros

Vudú som Belém Tajes (te­clado e vo­zes) e Maritxinha (baixo e lo­ops). Despois de dous anos mis­tu­rando blues, funk, soul e mu­sica tra­di­ci­o­nal ga­lega dumha forma mui ar­tís­tica, o pró­ximo dia 16 de de­zem­bro es­tre­a­rám o seu novo tra­ba­lho no Garufa Cub da Corunha.

Dous anos de tra­je­tó­ria como du­eto e já con­se­guis­tes gran­des cou­sas, en­tre elas, um som bem ca­rac­te­rís­tico e cheio de ma­ti­zes. Como che­ga­des até aqui?
A ver­dade é que ti­ve­mos e es­ta­mos tendo muita sorte. Neste curto ca­mi­nho nom dei­xa­mos de cru­zar-nos com pes­soas que nos apoiam e go­zam da mu­sica que fa­ze­mos. Se es­ta­mos aqui é gra­ças ao apoio de to­das es­sas pessoas.

Umha das cou­sas mais ri­cas e que mais chama a aten­çom da vossa mu­sica é a in­dis­cu­tí­vel pre­sença da tra­di­çom ga­lega, que se re­flete em te­mas como ‘Moreniña’. Até que ponto di­ría­des que isto é im­por­tante na hora de de­fi­nir-vos como ar­tis­tas?
Nom é im­por­tante, é im­por­tan­tís­sima a tra­di­çom oral e mu­si­cal que uti­li­za­mos em Vudú. Em parte é umha aposta em que to­das es­sas can­ti­gas nom se es­que­çam, e tam­bém por dar-lhes umha vida di­fe­rente mis­tu­rando-as com ou­tro tipo de mu­si­cas e rit­mos mais atu­ais. Algumhas das can­ti­gas que uti­li­za­mos em Vudú eram can­ta­das po­las mi­nhas avoas (Belém). Para mim é mui im­por­tante man­ter vi­vas es­sas mu­si­cas em que eu me criei.

é umha aposta que as can­ti­gas tra­di­ci­o­nais nom se es­que­çam, e tam­bém dar-lhes umha vida di­fe­rente mis­tu­rando-as com ou­tro tipo de mu­si­cas e rit­mos mais atuais

Em cada atu­a­çom en­con­tra­mos um te­clado, um baixo e umha voz. Qual é o se­gredo para con­se­guir tanto com tam pouco?
A ver­dade é que nom sa­be­mos se con­se­gui­mos tanto, mas obri­ga­das! As duas pen­sa­mos que me­nos sem­pre é mais, essa é umha das pre­mis­sas nas quais ba­se­a­mos este pro­jeto. Quiçá a chave está em que a for­ma­çom nom é nada ha­bi­tual e a mu­sica tam­pouco, e já de­pois a ma­gia do Vudú fai o resto.

Como mu­si­cas, fa­ze­des parte dessa mi­no­ria de mu­lhe­res so­bre o ce­ná­rio. Qual é a me­lhor arma que de­ve­mos uti­li­zar para re­ver­ter esta si­tu­a­çom?
A me­lhor arma é pro­va­vel­mente o exem­plo. É im­por­tante pro­tes­tar, rei­vin­di­car e que che­gue a men­sa­gem de que pre­ci­sa­mos mais mu­lhe­res na cena, mas é mais im­por­tante nom ti­rar-nos pe­dras en­tre nós mes­mas. Cremos que de­ve­mos apoiar todo pro­jeto fe­mi­nino para que saia adi­ante, já que é um de­ver de to­das. Outra cousa que nós es­pe­ci­al­mente rei­vin­di­ca­mos é nom só a pre­sença fe­mi­nina no ce­ná­rio como can­tora, se­nom como mú­sica e ins­tru­men­tista, com­po­si­tora, téc­nica de som, ilu­mi­na­çom… Temos de che­gar a ter pre­sença em to­dos os sec­to­res da cena. Ainda resta muito por an­dar neste sentido.

Pouco falta para a saída do vosso pró­ximo disco. Que va­mos en­con­trar nele? Aguarda-nos al­gumha sur­presa?
A ver­dade é que no disco mu­da­mos al­gumhas cou­sas que fa­ze­mos no di­reto ha­bi­tual. Este disco soa mais pop e con­ta­mos com umhas co­la­bo­ra­çoms fan­tás­ti­cas: Wöyza, Nico Vieites (Misterioso vi­aje a Holanda), Adrián Seijas (Xoel López) ou Nata Álvarez (Swingdigentes). Como sur­presa há umha ver­som de ‘Umha noite na eira do trigo’, que nom dei­xará in­di­fe­rente ninguém. 

Cara a onde ca­mi­nhará Vudú nos vin­doi­ros anos?
Isso nunca se sabe. Tivemos oca­siom de par­ti­ci­par no XV ani­ver­sá­rio de Dakidarría e nom pui­de­mos evi­tar ima­gi­nar como se­ria che­gar a cum­prir quinze anos de Vudú. Nom sa­be­mos cara a onde ca­mi­nhará, mas es­ta­mos en­can­ta­das de dar pas­sos se­gu­ros, como este pri­meiro disco e, so­bre­todo, go­zar com o que fazemos.

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