Periódico galego de informaçom crítica

É necessário pôr o foco em quem estám a construir umha nova sociedade”

por
Adolfo Naia, do Comité Galego de Apoio à Guerra Popular na Índia

Membro fundador do Comité Internacional de apoio à Guerra Popular na Índia, o Comité Galego de Apoio à Guerra Popular leva doze anos a trabalhar na visibilizaçom e solidariedade com o movimento naxalita. Falamos com um dos seus integrantes, Adolfo Naia, sobre as linhas de açom desenvolvidas ao longo de mais de umha década, a situaçom atual no Corredor Vermelho e as vindoiras campanhas a ativar. 

Por que se criou o Comité? 

Em ou­tu­bro de 2010 vá­rias pes­soas so­li­da­rias da Galiza de­ci­di­mos or­ga­ni­zar o Comité Galego de Apoio à Guerra Popular na Índia. A mai­o­ria da so­li­da­ri­e­dade in­ter­na­ci­o­na­lista foca nas agres­sons im­pe­ri­a­lis­tas, mas nós cre­mos que é ne­ces­sá­rio pôr foco em quem es­tám a cons­truir umha nova so­ci­e­dade, man­tendo em alto a ban­deira ver­me­lha com a fouce e o mar­telo e se­guindo a ide­o­lo­gia do pro­le­ta­ri­ado, rom­pendo com a fala re­vi­si­o­nista de co­e­xis­tên­cia pa­cí­fica de­fen­dida pe­los trai­do­res do leninismo.

A Revoluçom na Índia é parte no­tá­vel da Revoluçom Proletária Mundial que per­sis­tiu no ca­mi­nho da Guerra Popular Prolongada tra­çada polo ca­ma­rada Charu Mazundar no ano 1967, apli­cando o Marxismo-Leninismo-Maoísmo. Estamos a fa­lar do maior exér­cito ver­me­lho do mundo, e por isso de­ci­di­mos que tí­nha­mos que apoiar as nos­sas ca­ma­ra­das da Índia, na sua luita por umha Revoluçom de Nova Democracia. 

Estamos fa­lando de mi­lhons de ho­mens, mu­lhe­res e cri­an­ças e vas­tos ter­ri­tó­rios num ‘cor­re­dor ver­me­lho’ que con­ti­nua a crescer

O mo­vi­mento na­xa­lita, como tam­bém se co­nhece, en­globa as mas­sas de­ser­da­das e opri­mi­das do campo e da ci­dade. Estamos fa­lando de mi­lhons de ho­mens, mu­lhe­res e cri­an­ças e vas­tos ter­ri­tó­rios num “cor­re­dor ver­me­lho” que con­ti­nua a cres­cer, por­que a guerra po­pu­lar é a guerra das mas­sas, como apon­tou o pre­si­dente Mao, e os ca­ma­ra­das da Índia en­ten­de­ram fir­me­mente este prin­cí­pio da li­nha de massa na guerra.Existem am­plas ba­ses de apoio em que as mas­sas go­ver­nam atra­vés dos co­mi­tés po­pu­la­res, or­ga­ni­zando a pro­du­çom, a edu­ca­çom, a saúde ou a jus­tiça popular

Apoiar a sua luita torna-se, para as co­mu­nis­tas, umha obriga, é umha li­nha clara que se­para as ver­da­dei­ras co­mu­nis­tas dos opor­tu­nis­tas, que se aga­cham trás fal­sas ban­dei­ras ver­me­lhas. O nosso Comité é mem­bro fun­da­dor do Comité Internacional de apoio à Guerra Popular na Índia, sendo re­co­nhe­cida in­ter­na­ci­o­nal­mente a nossa solidariedade.

Que li­nhas de tra­ba­lho de­sen­volve o Comité de Apoio na Galiza?

O nosso la­bor é fun­da­men­tal­mente pro­pa­gan­dís­tico e de apoio à Revoluçom, além de de­nun­ciar a si­tu­a­çom das pre­sas po­lí­ti­cas e pri­si­o­nei­ros de guerra na Índia, como é o caso do Professor GN Saibaba e de mi­lha­res de mi­li­tan­tes co­mu­nis­tas que so­frem a re­pres­som do go­verno hindu-fas­cista de Modi, de feito or­ga­ni­za­mos umha cam­pa­nha con­tra da vi­sita do ge­no­cida Modi a Porto. Também or­ga­ni­za­mos cam­pa­nhas con­tra a ope­ra­çom ge­no­cida “Caçada Verde”, agora cha­mada “Prahaar‑3”, de­nun­ci­ando os ata­ques com drons que es­tám a so­frer os po­vos indígenas. 

Também or­ga­ni­za­mos cam­pa­nhas con­tra a ope­ra­çom ge­no­cida “Caçada Verde”, agora cha­mada “Prahaar‑3”, de­nun­ci­ando os ata­ques com drons que es­tám a so­frer os po­vos indígenas

Qual é a si­tu­a­çom atual no Corredor Vermelho?

Segundo nos in­for­mou o Comité Central do PCI (ma­oista), par­tido que di­rige a re­vo­lu­çom na Índia, este é um mo­mento cru­cial. Estám a so­frer a ope­ra­çom Samadhan con­tra o seu mo­vi­mento, que co­me­çou em 17 de maio de 2017 para er­ra­di­car o mo­vi­mento re­vo­lu­ci­o­ná­rio. Dentro da ofen­siva desta ope­ra­çom so­frem ata­ques de drons desde abril de 2021 que fo­rom in­ten­si­fi­ca­dos em abril deste ano.  “Usárom de­ze­nas de drons e de­ze­nas de bom­bas ao mesmo tempo na flo­resta, in­cluindo ter­ri­tó­rio dos ci­vis. Nestes anos cu­nhá­rom e en­car­cer­rá­rom tan­tos de­mo­cra­tas, ar­tis­tas cul­tu­rais, es­cri­to­ras, ad­vo­ga­das, in­te­lec­tu­ais re­vo­lu­ci­o­ná­rios, sim­pa­ti­zan­tes dos po­vos in­dí­ge­nas, pro­fes­so­res uni­ver­si­tá­rios e até jor­na­lis­tas como ma­oís­tas urbanos.”

Em este pe­ríodo cen­te­nas de pes­soas fo­ram en­car­ce­ra­das em todo o país, in­cluí­das de­ze­nas de vi­o­la­çons a mu­lhe­res nas zo­nas de luita.

Nesta carta, para além de re­la­ta­rem a si­tu­a­çom de ter­ror que es­tám a vi­ver, fa­zem apelo à so­li­da­ri­e­dade para or­ga­ni­zar­mos ac­çons e ma­ni­fes­ta­çons nas embaixadas. 

As vin­doi­ras cam­pa­nhas ve­nhem li­ga­das à de­nún­cia dos ata­ques com drons e à luita pola li­ber­ta­çom das pre­sas e pre­sos po­lí­ti­cos, cul­mi­nando na se­mana do 13 de se­tem­bro com pro­tes­tos nas em­bai­xa­das a ní­vel internacional”

Quais se­rám as vin­doi­ras cam­pa­nhas ou açons?

Como ma­ni­fes­tam as ca­ma­ra­das in­di­a­nas, as vin­doi­ras cam­pa­nhas ve­nhem li­ga­das à de­nún­cia dos ata­ques com drons e à luita pola li­ber­ta­çom das pre­sas e pre­sos po­lí­ti­cos, cul­mi­nando na se­mana do 13 de se­tem­bro com pro­tes­tos nas em­bai­xa­das a ní­vel in­ter­na­ci­o­nal. Desde Galiza ten­ta­re­mos par­ti­ci­par ati­va­mente em to­das as cam­pa­nhas in­ter­na­ci­o­nais, as­sim como con­ti­nuar a nossa cam­pa­nha de agi­ta­çom e pro­pa­ganda em de­fesa de Guerra Popular na Índia e con­tra do go­verno hindu-fas­cista de Modi. Toda a in­for­ma­çom re­la­ci­o­nada com a nossa ati­vi­dade pode ser con­sul­tada no nosso blo­gue, India Vermella.

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