Periódico galego de informaçom crítica

Fechar as escolas para educar no feminismo

por

A longa greve das estudantes mexicanas contra a violência de género

adrián gar­cía alfaya

No México, o dia dous de ou­tu­bro nom se es­quece. É um dia de luito que co­me­mora a ma­tança es­tu­dan­til por maos do exér­cito me­xi­cano em 1968; sai-se às ruas a lem­brar as ví­ti­mas e as­si­na­lar aos gri­tos “foi o Estado”.

No en­tanto, no ano pas­sado, mi­lha­res de es­tu­dan­tes de vá­rias pre­pa­ra­tó­rias e fa­cul­da­des da Universidade Nacional Autónoma do México (UNAM) re­sig­ni­fi­cá­rom esta data para ele­var os atos de pro­testo em con­tra da vi­o­lên­cia de gé­nero que se so­fre den­tro de to­dos os co­lé­gios de umha das duas me­lho­res uni­ver­si­da­des ibero-americanas.

Fechárom-se 23 es­co­las e, até a data, 12 man­te­nhem-se to­ma­das po­los di­fe­ren­tes co­le­ti­vos fe­mi­nis­tas de cada cen­tro. Os cinco me­ses de re­sis­tên­cia dam fé das con­di­çons in­su­por­tá­veis em que es­tu­dam di­a­ri­a­mente mi­lha­res de mulheres.

Fechárom-se 23 es­co­las e, até a data, 12 man­te­nhem-se to­ma­das po­los di­fe­ren­tes co­le­ti­vos fe­mi­nis­tas de cada cen­tro. Os cinco me­ses de re­sis­tên­cia dam fé das con­di­çons in­su­por­tá­veis em que es­tu­dam di­a­ri­a­mente mi­lha­res de mulheres.

Amellaly Hernández é es­tu­dante da Preparatória nú­mero três – a qual en­trou em paro desde o pri­meiro de ja­neiro do ano em curso — e tam­bém é umha das ca­be­ças do co­le­tivo que pos­si­bi­li­tou o en­cer­ra­mento da sua es­cola, “Rosas Rebeldes”.

Para ela, a vi­o­lên­cia de gé­nero la­tente e cons­tante na uni­ver­si­dade é um re­flexo em pe­quena es­cala da vi­o­lên­cia e o ma­chismo na vida so­cial do México. Assim como os Estado e os seus pro­ces­sos de ad­mi­nis­tra­çom de jus­tiça se tor­nam cúm­pli­ces dos agres­so­res pola pouca res­pon­sa­bi­li­dade que ad­qui­rem so­bre os ca­sos, as au­to­ri­da­des uni­ver­si­tá­rias nom só nom de­fron­tá­rom o pro­blema, como ainda o perpetuárom.

A UNAM en­co­briu a vi­o­la­do­res, acos­sa­do­res e mesmo fe­mi­ni­ci­das. O que deixa claro que nom tem pers­pe­tiva de gé­nero e que nom cuida das suas alu­nas mu­lhe­res. Especificamente, na Preparatória nú­mero 3, existe umha vi­o­lên­cia con­tra as mu­lhe­res que vai desde o aca­dé­mico até o se­xual”, co­menta Amellaly.

A si­tu­a­çom de vi­o­lên­cia de gé­nero man­ti­vera-se nor­ma­li­zada e in­vi­si­bi­li­zada na uni­ver­si­dade até que no ano 2006 apa­re­cé­rom os ten­de­de­ros por to­das as ins­ti­tui­çons edu­ca­ti­vas da ci­dade do México. Os ten­de­de­ros con­sis­tem em es­tru­tu­ras que sus­ten­tam cor­das das quais só pen­du­ra­das, como se de roupa a se­car se tra­tasse, fo­lhas de pa­pel em que se acusa e de­nun­cia de forma anó­nima os acos­sa­do­res se­xu­ais que fam parte da vida escolar.

adrián gar­cía alfaya

A re­per­cus­som me­diá­tica dos ten­de­de­ros deu a co­nhe­cer o grau de vi­o­lên­cia se­xual com que con­vi­vem as mu­lhe­res nas suas es­co­las. Depois da sua apa­ri­çom, os fe­mi­ni­cí­dios den­tro das ins­ta­la­çons dei­xá­rom de ser um se­gredo do do­mí­nio pú­blico e co­me­çá­rom a ser co­ber­tas po­los meios de co­mu­ni­ca­çom social.

Além da opres­som sis­te­má­tica con­tra o corpo das mu­lhe­res den­tro dos cen­tros de es­tudo, foi co­mum que as mes­mas au­to­ri­da­des das fa­cul­da­des e pre­pa­ra­tó­rias re­pri­mis­sem o alu­nado que se mo­bi­liza po­li­ti­ca­mente para de­nun­ciar o abuso de po­der e os cri­mes sexuais.

Segundo tes­te­mu­nhos de alu­nas da uni­ver­si­dade, as in­te­gran­tes dos co­le­ti­vos fe­mi­nis­tas so­frem di­fe­ren­tes for­mas de pres­som ins­ti­tu­ci­o­nal para aban­do­nar o mo­vi­mento, in­cluindo nal­guns ca­sos ame­a­ças con­tra os fa­mi­li­a­res das en­vol­vi­das no conflito.

Segundo tes­te­mu­nhos de alu­nas da uni­ver­si­dade, as in­te­gran­tes dos co­le­ti­vos fe­mi­nis­tas so­frem di­fe­ren­tes for­mas de pres­som ins­ti­tu­ci­o­nal para aban­do­nar o mo­vi­mento, in­cluindo nal­guns ca­sos ame­a­ças con­tra os fa­mi­li­a­res das en­vol­vi­das no conflito.

Depois de vá­rias ten­ta­ti­vas para in­vi­si­bi­li­zar o pro­blema tam grave que se vive na nossa Preparatória, con­vi­da­mos to­das as com­pa­nhei­ras a man­dar-nos a suas quei­xas à nossa pá­gina ofi­cial do Facebook. Logo de 24 ho­ras tí­nha­mos cerca de 200 de­nún­cias na nossa caixa de en­trada de men­sa­gens, cousa que nos alar­mou mui­tís­simo. Foi as­sim que se che­gou à de­ci­som de fa­zer­mos um paro in­de­fi­nido, já que as au­to­ri­da­des nunca res­pon­dé­rom ao nosso pe­dido de diá­logo. Polo con­trá­rio, di­xé­rom-nos que todo isto iria afe­tar-nos aca­de­mi­ca­mente”, com­parte Hernández.

Em ge­ral, os co­le­ti­vos fe­mi­nis­tas de toda a UNAM, di­fun­dí­rom um co­mu­ni­cado a de­man­dar a mo­di­fi­ca­çom de vá­rios ar­ti­gos do Estatuto General, nos quais se es­ta­be­le­cem as fal­tas gra­ves e as san­çons. Esta me­dida é “in­dis­pen­sá­vel para que os pro­ces­sos de de­nún­cias so­bre acosso e vi­o­lên­cia con­tra as mu­lhe­res deixe de ser inú­til, pois as san­çons som in­su­fi­ci­en­tes, ade­mais de que as ví­ti­mas som obri­ga­das a con­ti­nuar a con­vi­ver com o de­nun­ci­ado, ao mesmo tempo que per­pe­tua os dis­cur­sos de ódio e in­vi­si­bi­li­zam as mu­lhe­res”, as­si­na­lá­rom no comunicado.

Entre as de­man­das da lista de rei­vin­di­ca­çons da Preparatória três, es­tám as des­ti­tui­çons do di­re­tor, do se­cre­tá­rio de apoio à co­mu­ni­dade e do ad­vo­gado do co­lé­gio, por ca­sos de ne­gli­gên­cia, abuso de po­der e acosso cara às es­tu­dan­tes. Ademais de exi­gên­cias bá­si­cas como a ga­ran­tia de que nom hou­vesse re­pre­sá­lias de nen­gum tipo cara ao corpo es­tu­dan­til e a im­plan­ta­çom de obra­doi­ros de pers­pe­tiva de gé­nero para os professores.

Entre as de­man­das da lista de rei­vin­di­ca­çons da Preparatória três, es­tám as des­ti­tui­çons do di­re­tor, do se­cre­tá­rio de apoio à co­mu­ni­dade e do ad­vo­gado do co­lé­gio, por ca­sos de ne­gli­gên­cia, abuso de po­der e acosso cara às estudantes.

Contodo, ape­sar de que onze es­co­las re­to­má­ron as au­las, nen­gumha das suas de­man­das foi cum­prida e os co­le­ti­vos de es­tu­dan­tes ce­dé­rom às ame­a­ças ou agres­sons fí­si­cas por parte de gru­pos de cho­que com­pos­tos por es­tu­dan­tes mal in­for­ma­dos po­los di­re­ti­vos dal­guns colégios.

No caso da Preparatória três, “o corpo ad­mi­nis­tra­tivo ne­gouse a dar al­gu­nha res­posta, e é por isso que nom se dé­rom me­sas de diá­logo com eles. É por isso que o diá­logo se fijo com re­pre­sen­tan­tes de rei­to­ria que ini­ci­al­mente ace­dé­rom a es­cui­tar as pe­ti­çons, mas que de­pois nos di­xé­rom que nom iam cum­prir nada. Atualmente es­ta­mos a ten­tar reu­nir-nos com a junta de go­verno da uni­ver­si­dade, já que este ór­gao é o en­car­re­gado de re­sol­ver pro­ble­má­ti­cas mais for­tes a ní­vel uni­ver­si­tá­rio. Em ge­ral, a res­posta nom foi a es­pe­rada e, an­tes bem, por­tá­rom-se de forma hos­til”, re­lata Amellaly.

Entretanto, as mu­lhe­res or­ga­ni­za­das das es­co­las que per­ma­ne­cem fe­cha­das man­te­nhem umha rede de apoio para re­sis­tir à pres­som e à imi­nente re­per­cus­som que isto sig­ni­fica para a sua vida aca­dé­mica. “Ainda que nom re­co­nhe­çam a dig­ni­dade da nossa luita e nos cha­mem cri­mi­no­sas e mesmo as­se­gu­rem que te­mos in­te­res­ses egoís­tas ou di­gam que nom so­mos es­tu­dan­tes, nós tra­ba­lha­mos desde o amor, re­co­nhe­ce­mos a nossa digna raiva, or­ga­ni­zamo-nos e di­ze­mos BASTA”, ex­pres­sá­rom no co­mu­ni­cado de co­le­ti­vos fe­mi­nis­tas da uni­ver­si­dade em pé de luita por umha edu­ca­çom se­gura e umha vida digna e li­vre de vi­o­lên­cias machistas.

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