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Meios apaga-lumes

por
Terra quei­mada no Courel (Associaçom A Volta Grande)

Enquanto se es­creve este edi­to­rial, as bri­ga­das flo­res­tais apa­gam as úl­ti­mas la­pas da vaga de in­cên­dios que as­so­lou o sul do país, o pre­si­dente Alfonso Rueda fai de­cla­ra­çons dando por con­tro­lado o úl­timo ca­pí­tulo deste novo de­sas­tre am­bi­en­tal e  bri­ga­das e vi­zi­nhas co­me­çam a po­der des­can­sar do es­go­ta­mento fí­sico e emo­ci­o­nal que com­porta apa­gar um lume, per­der umha casa e toda umha vida.

Umha nova ci­fra re­corde fe­cha este ju­lho: 33.000 hec­ta­res de país quei­ma­dos fruto de umha quase ine­xis­tente ges­tom flo­res­tal. E as­sim, em meio sé­culo, já per­de­mos a me­tade da nossa massa florestal.

Os in­cên­dios deste ju­lho pas­sa­rám à his­tó­ria por te­rem ar­ra­sado a me­tade do par­que na­tu­ral do Invernadoiro, es­pa­ços de re­serva da bi­os­fera como o Courel, al­deias das nos­sas mon­ta­nhas re­du­tos de um modo de vida que es­mo­rece e 250.000 ani­mais da nossa fauna quei­ma­dos e im­pres­cin­dí­veis para man­te­rem um equi­lí­brio natural.

No en­tanto, os nos­sos meios pú­bli­cos con­ti­nuam se­ques­tra­dos, fa­zendo de al­ti­fa­lante da Junta. A TVG e a Rádio Galega anun­ci­a­vam os dias que fi­ca­vam para o Apóstolo en­quanto meio país ar­dia e as vi­das das nos­sas vi­zi­nhas eram con­su­mi­das. Os lu­mes apa­re­cé­rom na TVG quando os meios es­ta­tais e in­ter­na­ci­o­nais le­va­vam umha se­mana com a Galiza nas suas ca­pas. Figérom-no com hec­ta­res re­du­zi­dos, como se a mag­ni­tude da ca­tás­trofe nom fosse tanta e ti­rando a Rueda de vo­zeiro dos lu­mes como fonte ex­perta na matéria.

Mais um ano a Galiza perde. Perde al­deias, cul­tura, va­lo­res, es­pé­cies ani­mais e ve­ge­tais úni­cos, di­nheiro na ex­tin­çom e um modo de vida que nom vol­tará. Perde a opor­tu­ni­dade de fa­zer um jor­na­lismo digno e pú­blico ao ser­viço da cidadania.

Nom se es­pe­ram nem re­fle­xons, nem de­mis­sons, nem mu­dan­ças de rumo na po­lí­tica flo­res­tal nem me­diá­tica, nem tam se­quer por ho­nes­ti­dade com as ga­le­gas que o per­dé­rom todo.

Ganha o PP , Alfonso Rueda, Sánchez Izquierdo, o Jacobeu 2022, FINSA e ENCE. Ganha o ca­pi­ta­lismo ex­tremo e sel­va­gem e perde o monte, as al­deias e as vidas.

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