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Merecemos desfrutar da nossa cultura”

por
Lara Soto | olga ro­ma­santa

31 anos após o seu nas­ci­mento, e a SCD Condado se­gue tendo muito que con­tar. Com o Festival da Poesia ainda fres­qui­nho, umha das suas só­cias fala-nos de al­guns avan­ços e rep­tos desta en­ti­dade que briga por umha cul­tura aberta, po­pu­lar, crí­tica, e ativa, apos­tando por pro­pos­tas mul­ti­dis­ci­pli­na­res das duas bei­ras do Minho. 

Vindes de ce­le­brar o Festival da Poesia! Muitas pes­soas e pro­je­tos pas­sá­rom já po­los vos­sos 31 anos de his­tó­ria. Quais reptos tendes ainda pen­den­tes para as edi­çons que seguem?
A ver­dade é que vol­tar a olhada para atrás pom o lis­tom bem alto, por­que ti­ve­mos a sorte de con­tar no nosso ce­ná­rio com gran­des gru­pos na­ci­o­nais e in­ter­na­ci­o­nais, pes­soas com­pro­me­ti­das que ado­ram su­bir ao nosso ce­ná­rio a ber­rar po­las in­jus­ti­ças, po­los di­rei­tos dos po­vos, polo fe­mi­nismo, pola nossa cul­tura e na nossa lín­gua, acho que esse se­gue a ser o nosso maior repto, con­ti­nuar con­tri­buindo a es­pa­lhar a po­e­sia, a mú­sica, o te­a­tro, as ar­tes to­das va­ri­a­das que te­mos neste País. 

Apostades no achegamento das duas bei­ras do Minho. Como foi mu­dando, ao vosso ver, esta co­ne­xom com Portugal?
Sempre exis­tiu essa co­ne­xom, por­que já quando o Festival nasce lá polo ano 81, nasce com a firme in­ten­çom da de­fesa de um idi­oma que nos une, e que é ne­ces­sá­rio unir, jun­tar, mis­tu­rar, cada vez que for pos­sí­vel. Nom é que se­ja­mos ri­cas cul­tu­ral­mente, é que so­mos ines­go­tá­veis, en­con­tra­mos pro­pos­tas para ou­tros 31 anos mais, isso é algo ma­ra­vi­lhoso e que en­che ainda mais o peito de or­gu­lho. 

o Festival nasce no ano 81, com a intençom da defesa de um idioma que nos une com Portugal

Este ano houvo no Festival um co­mando en­car­re­gado de vi­giar e res­pos­tar as vi­o­lên­cias ma­chis­tas. Como foi a co­la­bo­ra­çom? E como va­lo­ri­za­des a ques­tom de gé­nero em even­tos como o vosso?
Tristemente é muito ar­ris­cado di­zer que con­se­gui­mos ter um es­paço to­tal­mente li­vre de ma­chismo, por­que é umha en­fer­mi­dade to­tal­mente ino­cu­lada neste sis­tema em que vi­ve­mos, mas sim que po­de­mos di­zer bem forte e alto que o que nom vai acon­te­cer nunca no nosso fes­ti­val ou em qual­quer ou­tra ati­vi­dade da SCD é que fi­que­mos pa­ra­das pe­rante qual­quer tipo de agres­som. Para nós foi ge­nial ver es­sas mu­lhe­res em­po­de­ra­das com o seu bra­ce­lete li­lás nom só ca­mi­nhando polo Festival, se nom des­fru­tando dele, de­mons­trando que sim se deve tra­ba­lhar por­que o fe­mi­nismo es­teja e todo o que nos ar­ro­deia e fa­ze­mos. Nós se­gui­re­mos so­mando-nos e con­tando com este tipo de açons por como di­zia ao prin­cí­pio, tris­te­mente ainda som ne­ces­sá­rias e se que­re­mos er­ra­di­car o ma­chismo te­mos a obriga de com­batê-lo. 

A SCD tem vida para além do Festival! Contade-nos do resto de ati­vi­dade que tendes ao longo do ano. 
Temos umha pe­quena ca­si­nha com um pe­queno ter­reno onde fa­ze­mos a nossa maior parte de ati­vi­da­des du­rante o ano, ta­lhe­res, con­cer­tos, ceias e fei­ras, ce­le­bra­mos o ma­gusto e os maios. Pero as mai­o­res no­vi­da­des nes­tes úl­ti­mos anos foi a cri­a­çom de um grupo de te­a­tro (“Bicharada Teatro”) e umha es­pé­cie de es­co­li­nha de mú­sica tra­di­ci­o­nal, onde con­ta­mos com au­las de gaita, pan­dei­reta e tam­bo­ril. Continuamos, tra­ba­lhando ar­reu, so­bre­tudo as que es­tám os 365 dias do ano em Salvaterra, que por sorte para umha longa vida da SCD, cada vez som mais. Na nossa ca­beça mi­lhei­ros de ideias, no nosso corpo ainda muita força, as­sim que es­pe­ra­mos que nos vol­te­des a en­tre­vis­tar nou­tros 31 e que po­da­mos se­guir con­tando que so­ma­mos e so­ma­mos, por­que as ga­le­gas e ga­le­gos me­re­cemo-nos o des­frute da nossa abun­dante e es­qui­sita cultura.

 

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