Periódico galego de informaçom crítica

O direito a umha morte digna

por
Ferdinand Hodler

Com sua che­gada ao go­verno do Reino de Espanha, o PSOE pre­tende apre­sen­tar-se como um par­tido que ga­ran­tirá umha al­ter­na­tiva pro­gres­sista ao mo­delo ne­o­li­be­ral. Porém, a falta de in­te­resse por parte do so­ci­a­lismo es­pa­nhol em der­ro­gar po­lí­ti­cas como a re­forma la­bo­ral ou a Lei da Mordaça pode res­tar cre­di­bi­li­dade a esta pre­ten­som, ade­mais de cer­ti­fi­car que o es­tado de bem-es­tar está pronto para se con­ver­ter em algo do pas­sado. Com todo, Pedro Sánchez pre­tende fa­zer-se ver como umha sal­va­guarda dos di­rei­tos e das li­ber­da­des, re­cu­pe­rando a sa­ni­dade uni­ver­sal ou avan­çando umha pro­posta de lei para a des­pe­na­li­za­çom da eutanásia.

O po­der exe­cu­tivo do Reino in­te­ressa-se por ga­ran­tir o di­reito a que as pes­soas com do­en­ças cró­ni­cas ou ter­mi­nais de­ci­dam o mo­mento em que que­rem pôr fim às suas vi­das. Mas para isso op­tou ape­nas por fa­zer umha adap­ta­çom das nor­ma­ti­vas do Benelux sem fo­men­tar na so­ci­e­dade um de­bate real, o que po­de­ria ter sido umha boa opor­tu­ni­dade para me­dir até que ponto as ar­gu­men­ta­çons te­o­ló­gi­cas es­tám pre­sen­tes no ideá­rio es­pa­nhol, quando se cal­cula que há um con­senso em fa­vor da eu­ta­ná­sia. Para me­dir a ca­pa­ci­dade de in­ci­dên­cia so­cial que umha ins­ti­tui­çom como a Igreja é ainda quem de man­ter na sociedade.

Mas os di­rei­tos nunca som ou­tor­ga­dos, ga­nham-se. Saia a pro­posta que sair das Cortes, a ques­tom da eu­ta­ná­sia e de umha morte digna vai além das le­gis­la­çons. É tam­bém umha ques­tom que ne­ces­sita dumha re­fle­xom ética que con­siga su­pe­rar os pa­ter­na­lis­mos cara a aque­las pes­soas que de­se­jem pôr fim à sua vida. E, neste ca­mi­nho, in­di­vi­du­a­li­da­des e co­le­ti­vos so­ci­ais te­nhem aba­lado as cons­ci­ên­cias para fa­zer com­pre­en­der que nom só a vida, mas tam­bém a morte, pre­cisa de ser digna.

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