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O Leo de Matamá: “Nom me interessa esse rollo enciclopédico de controlar de cultura”

por
pa­blo santiago

Leo é músico e profe, “choios complexos, como muitos outros” di. Mas em estes tempos, com o duplo de trabalho nas aulas e um verao em branco na música, embora nom houvesse contágios: “somos as últimas monas”. Contodo, crê que a pandemia foi um aviso da natureza do qual tirar aprendizagens positivas.

Dizias que o fim da pan­de­mia ia ser “como quando li­gam as lu­zes ao re­ma­tar umha or­gia”.
(Ri) Foi como di­zendo “quando re­mate isto aqui a peña nom se vai po­der nem olhar a cara”. A sen­sa­çom de di­zer “Minha mae! As res­pon­sa­bi­li­da­des que se po­dem de­pu­rar com todo isto”. Humor absurdo.

Tés dito que vi­ve­mos num sis­tema em que nom é fá­cil con­su­mir arte de jeito que poda ser li­ber­ta­dora. Aprendemos algo este ano?
Temos uns há­bi­tos de con­sumo de cul­tura bu­lí­mi­cos que nom com­parto. Eu às ve­zes co­lho e es­coito a dis­co­gra­fia com­pleta dumha au­tora para vê-la evo­lu­çom. Procuro que me sirva para a vida e para en­ten­der o que es­coito, nom me in­te­ressa esse rollo en­ci­clo­pé­dico de con­tro­lar de cul­tura. Isto ser­viu-nos para pa­rar um chisco e de­ca­tarmo-nos do ritmo tolo que le­vá­va­mos. Era umha do­ença por­que nom era uma vida sã.

Íamos e imos mui rá­pido, nom é?
Sim e o ví­rus saiu do seu re­ser­va­tó­rio e es­ten­deu-se a toda le­che pre­ci­sa­mente por isso, pola ra­pi­dez com que vivemos.

Temos uns há­bi­tos de con­sumo de cul­tura bu­lí­mi­cos que nom comparto”

Vês uns há­bi­tos de con­sumo di­fe­ren­tes na gente nova?
Acho que te­mos uma trampa con­ce­tual de pen­sar que “gente nova” é uma re­a­li­dade aparte. Ao fi­nal, som uns anos e essa peña é peña, é gente. O ou­tro dia le­vei à sala de au­las a gui­tarra e fli­pei com a sua re­a­çom; acho que é umha ge­ra­çom que vai bo­tar o freio, que vai gos­tar de pro­pos­tas mais de tran­quis, de sen­tir. É uma al­ter­nân­cia que houvo sem­pre, como quando o re­vi­val do folk su­ce­deu ao rock e o rollo pro­gres­sivo ao folk. É um pên­dulo que fun­ci­ona à mar­gem de rai­vo­sas atualidades.

Em esse sen­tido, que tal o Band Camp?
Eu som de­fen­sor ab­so­luto. É um sis­tema de par­ti­lhar e edi­tar mú­sica mui ho­ri­zon­tal. Conheces mui­tas ban­das que es­tám no un­der­ground, desde A neu­rona da pa­ti­neta ou Ostia. Agora a gente com­pra muita mais mú­sica. Saquei sé[mente de ven­cer] em de­zem­bro de 2019 e, com o que pa­gou a gente no Band Camp, pa­guei a edi­çom do disco em dous meses.

Também há cou­sas po­si­ti­vas en­tão, que se­me­lha que con­su­mi­mos mal, que na cul­tura todo vai mal, que nom passa nada bom…
Eu saco li­çons boas. Nom som ne­ga­ci­o­nista, mas vejo umha po­si­çom in­ter­mé­dia. Houvo um shock e tivo con­sequên­cias, por exem­plo, do­brá­rom-nos o vo­lume de tra­ba­lho, nom se po­dem ter 200 alu­nas ou 30 por sala, é im­pos­sí­vel. É como os mé­di­cos, que pre­ci­sam dez mi­nu­tos por do­ente. Se bo­tas con­tas, nom te­mos nem dous mi­nu­tos por aluna. Pois ha­verá que dar-lhe uma volta grande a isto, nom?

Estas re­fle­xons nom as te­nhem os de ar­riba?
Tenhem, mas no sen­tido de como nom fazê-lo, de ti­rar cara o lado ne­o­li­be­ral. Aí é onde te­mos que pe­le­jar, apro­vei­tar es­sas opor­tu­ni­da­des. Aguardo que nos ne­gue­mos a vol­ver a umhas au­las lo­ta­das na ESO, de­pois do que se tem logrado.

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