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Elas, que luitam sobre patins

por
alex ro­za­dos

A primeira vitória foi em 2015. E também o primeiro jogo. As Brigantias estreavam-se na pista plana nada menos que em Lisboa, ao berro de “vamos aló, Brigantia!” e, mália os nervos do primeiro jogo, nom houvo quem as parasse. “Pelejamos como guerreiras nos partidos, mas nom todo é guerra”, coincide a equipa. A sororidade entre irmás sobre rodas é mui importante e isso é precisamente o que fai nobre este desporto que, na Galiza, já conta com arredor de umha dezena de equipas. Assim, nomes como As Brigantias de A Corunha, as Sereias Bravas de Vigo, as Irmandinhas de A Corunha, as Negra Sombra de Ponte Vedra ou as Castinheiras de Lugo fôrom aparecendo pouco a pouco no panorama desportivo nacional nos últimos anos.

Assim como as vi­tó­rias nom som o im­por­tante no rol­ler derby, ainda que poda pa­re­cer con­tra­di­çom, tam­pouco o é o des­porto. Para As Brigantias, é muito mais: “Nom ha­ve­ria rol­ler derby sem to­dos os ma­ti­zes de gé­nero, cul­tura, di­ver­si­dade e uniom”. E, em­bora so­mar pon­tos seja o mo­tivo de muita da le­dí­cia da equipa, as jo­ga­do­ras per­se­guem umha meta muito mais mo­ti­va­dora: “O rol­ler derby é, prin­ci­pal­mente, um des­porto que tenta lui­tar con­tra os es­te­reó­ti­pos, é por isso que, ainda que esta re­a­li­dade está mui pre­sente na so­ci­e­dade, o nosso ob­je­tivo é criar um es­paço li­vre de­les”, sa­li­enta a equipa.

As Brigantias: “O nosso ob­je­tivo é criar um es­paço li­vre de estereótipos”

E, passo a passo, vam abrindo ca­mi­nho. Os co­me­ços fô­rom du­ros, mas sa­bem que sem es­forço nom há re­sul­tado. Hoje em dia, a au­to­ges­tom fai parte dos mui­tos de­sa­fios que en­frenta a equipa. “É com­pli­cado ser umha equipa au­to­ges­ti­o­nada. Na sua parte po­si­tiva, é todo um or­gu­lho sa­ber que es­tás onde es­tás polo teu pró­prio es­forço mas, es­pe­ci­al­mente nos pri­mei­ros dias, re­sul­tava com­pli­cado pa­gar o alu­guer de umha pista. Ademais, a falta de gente ou o des­co­nhe­ci­mento da dis­ci­plina fô­rom al­guns dos mai­o­res obs­tá­cu­los que a nossa equipa tivo que en­fren­tar”, con­tam As Brigantias.
Começárom em 2017 sendo sete e cada vez vam sendo mais. A per­se­ve­rança das ve­te­ra­nas por man­ter a uniom da equipa fijo que cada vez mais mo­ças, coma Emma Oitavén, apos­tas­sem por um co­le­tivo que, se­gundo elas, “é tam­bém umha pla­ta­forma de in­te­gra­çom so­cial, um lu­gar onde surge a ami­zade e umha opor­tu­ni­dade de im­pli­ca­çom num pro­jeto de fu­turo”. E as no­vas in­cor­po­ra­çons co­me­çá­rom a ba­ter forte. “Eu co­me­cei em se­tem­bro de 2018. Nom ti­nha mui claro que era o rol­ler derby mas, de­pois de as­sis­tir a um acam­pa­mento de ve­rao que or­ga­ni­za­vam As Brigantias e de pas­sar umha jor­nada pa­ti­nando e apren­dendo as no­çons bá­si­cas deste des­porto, já ti­nha claro que apai­xo­nara polo rol­ler derby e unim-me à equipa”, conta Emma, umha das jo­ga­do­ras no­véis. Segundo fô­rom me­drando as suas ha­bi­li­da­des, o sen­ti­mento de per­tença ao co­le­tivo tam­bém foi me­drando, de jeito que, ante ela, abriu-se um pe­queno, e a um tempo grande, novo mundo. “O me­lhor é ter co­nhe­cido umha fa­mí­lia de mu­lhe­res lui­ta­do­ras e com ide­ais, e for­mar parte disso. Sinto-me or­gu­lhosa da­quilo que re­pre­senta este des­porto”, di. 

iria ro­drí­guez

Nas equi­pas de rol­ler derby nom existe o que po­de­ría­mos cha­mar di­re­tiva. A equipa está for­mada po­las jo­ga­do­ras, é di­zer, por e para as jo­ga­do­ras. Umha vez que en­tras na equipa, exis­tem co­mi­tés de fun­ci­o­na­mento e to­das tra­ba­lha­mos ache­gando ideias para que a equipa fun­ci­one. Todas te­mos voto e todo de­cide-se por con­senso”, ex­plica.
Paradoxalmente, as jo­ga­do­ras de rol­ler derby pa­ti­nam em cír­cu­los na pista, mas isto nom é umha me­tá­fora na re­a­li­dade das equi­pas. A sua pro­gres­som é as­cen­dente. As Brigantias de­mons­tram-no dia a dia. “Para po­der pra­ti­car rol­ler derby tes que pas­sar umha prova de ha­bi­li­da­des mí­ni­mas, é di­zer, tes que sa­ber pa­ti­nar para nom ser um pe­rigo na pista. Esse foi tam­bém o meu maior obs­tá­culo, já que eu cos­tu­mava pa­ti­nar em li­nha, e o rol­ler derby de­sen­volve-se com pa­tim tra­di­ci­o­nal. Tivem que lui­tar para con­se­guir um bom ní­vel pa­ti­nando, e ainda queda muito que me­lho­rar, mas para isso es­tám os trei­nos e o co­mité de treino, que fai que apren­da­mos muito dia a dia”, ex­plica Emma. Hoje nom há quem a pare. “Dás-te conta do forte que és e de que po­des con­se­guir todo o que quei­ras. Dá igual que te­nhas um dia mau, sais à pista e todo passa”, as­se­gura. A equipa tem-no claro: “Na Galiza so­mos o fo­gar de to­das aque­las mo­ças que, so­bre pa­tins ou como pes­soal de ar­bi­tra­gem, de­se­jem unir-se a umha equipa que lhes per­mita me­drar na in­clu­som so­cial, nos va­lo­res de ami­zade e na dis­ci­plina do treino”. E é pre­ci­sa­mente esse treino que fijo que nunca mi­ras­sem atrás, e o que pro­xi­ma­mente as con­ver­terá nas re­pre­sen­tan­tes do rol­ler derby ga­lego na Bretanha, onde jo­ga­rám num cam­pe­o­nato junto com equi­pas de to­dos os paí­ses celtas.

Nas equi­pas de ‘rol­ler derby’ nom existe o que po­de­ría­mos cha­mar di­re­tiva. A equipa está for­mada po­las jogadoras”

Mas a pro­gres­som nom só é na pista. As con­vic­çons e a luita das jo­ga­do­ras fam-se mais for­tes a cada passo. Tanto é as­sim, que en­tre os ob­je­ti­vos da equipa como co­le­tivo está a “pro­mo­çom dum clima aco­lhe­dor e in­te­gra­dor para as pes­soas tans­gé­nero, in­ter­se­xu­ais e de gé­nero ex­pan­sivo que de­ci­dam pra­ti­car rol­ler derby”, “tra­ba­lhar ati­va­mente pola igual­dade e a er­ra­di­ca­çom da vi­o­lên­cia de gé­nero den­tro do des­porto” ou “di­fun­dir en­tre a so­ci­e­dade ga­lega a cul­tura do des­porto fe­mi­nino em equipa so­bre pa­tins, como umha al­ter­na­tiva aos des­por­tos con­ven­ci­o­nais”.
É hora de co­lo­car o ca­pa­cete, de su­bir aos pa­tins e de aper­tar bem as pro­te­çons. A luita acaba de começar!

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