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Venezuela assume a Assembleia Constituinte

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Desde a che­gada de Hugo Chávez em 1999 ao Governo de Venezuela, a di­reita na­ci­o­nal e in­ter­na­ci­o­nal de­se­nhou umha fo­lha de rota na pro­cura da de­ses­ta­bi­li­za­çom do país. O ob­je­tivo é fa­zer con­fluir as cir­cuns­tân­cias pro­pí­cias para pro­mo­ver um Golpe de Estado e jus­ti­fi­car a in­ter­ven­çom es­tran­geira que eli­mi­nem as con­quis­tas po­pu­la­res im­ple­men­ta­das pola Revoluçom Bolivariana.

Na República Bolivariana de Venezuela, as guer­ras no plano eco­nó­mico, di­plo­má­tico, mi­li­tar e me­diá­tico de des­cré­dito e des­le­gi­ti­ma­çom de ins­ti­tui­çons e au­to­ri­da­des som umha cons­tante desde que o Presidente Hugo Chávez e, pos­te­ri­or­mente, Nicolás Maduro em­pre­en­dê­rom o ca­mi­nho do Socialismo do sé­culo XXI. Estas ofen­si­vas, que vam em de­tri­mento do de­sen­vol­vi­mento do país, som ins­tru­men­ta­li­za­das pola oli­gar­quia opo­si­tora para for­çar Maduro a de­mi­tir e as­sim re­cu­pe­rar o po­der po­lí­tico que o povo ve­ne­zu­e­lano lhes negou. 

A Constituinte

O pre­texto em­pre­gado pola opo­si­çom nas úl­ti­mas se­ma­nas foi a con­vo­ca­tó­ria feita polo Presidente Nicolás Maduro no Dia da Classe Trabalhadora em que cha­mou a umha Assembleia Nacional Constituinte fa­zendo uso da le­ga­li­dade re­co­lhida nos ar­ti­gos 70, 347 e 348 da Constituiçom ve­ne­zu­e­lana de 1999. 

A Constituinte terá como meta re­for­mar e atu­a­li­zar a vi­gente Constituiçom para co­brir as la­goas dos no­vos rep­tos que afronta o país. Um dos prin­ci­pais ob­je­ti­vos con­siste em in­te­grar na nova Carta Magna as Missons e avan­ços co­mu­nais, os di­rei­tos da mo­ci­dade, a pre­ven­çom da mu­dança cli­má­tica, o aper­fei­ço­a­mento do sis­tema eco­nó­mico, a paz como di­reito, a am­pli­a­çom de com­pe­tên­cias da Justiça para er­ra­di­car a im­pu­ni­dade e ga­ran­tir a de­fesa da so­be­ra­nia con­tra o intervencionismo. 

Esta Assembleia é plu­ral, re­pre­sen­ta­tiva e po­pu­lar e es­tará com­posta por um to­tal de 545 in­te­gran­tes. 364 se­rám es­co­lhi­das por ter­ri­tó­rio e o res­tante po­los se­to­res con­for­ma­dos por es­tu­dan­tes (24), po­vos ori­gi­ná­rios (8), cam­po­ne­sas e pes­ca­do­ras (8), em­pre­sa­ri­ado (5), pes­soas com de­fi­ci­ên­cia (5), pen­si­o­na­das (28), porta-vo­zes co­mu­nais (24) e tra­ba­lha­do­ras (79). Mais de 52.000 pes­soas já se pos­tu­lá­rom como can­di­da­tas e, após ve­ri­fi­car a sua so­li­ci­tude polo Centro Nacional Eleitoral (CNE), po­de­rám fa­zer cam­pa­nha para con­se­guir ser eleitas.

O 30 de ju­lho, a po­pu­la­çom ele­gerá as pes­soas mem­bros da Constituinte por voto uni­ver­sal, di­reto e se­creto. Umha vez cons­ti­tuída a Assembleia, o seu la­bor será re­for­mu­lar umha nova Constituiçom e apre­sen­tar-lha ao povo ve­ne­zu­e­lano para que este de­cida num re­fe­rendo a sua aprovaçom.

Poder popular vs golpismo

Em 18 anos, Venezuela con­cor­reu a mais dumha vin­tena de pro­ces­sos elei­to­rais nos que se ra­ti­fi­cou a von­tade de con­ti­nuar com o rumo da Revoluçom. A Assembleia Nacional Constituinte volta re­pre­sen­tar a en­trega todo o po­der ao povo para de­ci­dir o seu fu­turo e al­can­çar umha saída pa­cí­fica, de­mo­crá­tica e cons­ti­tu­ci­o­nal que con­siga der­ro­tar sem re­torno as ofen­si­vas que as­se­diam o país.

Pola sua banda, a opo­si­çom oli­gár­quica opta polo in­ter­ven­ci­o­nismo es­tran­geiro e o gol­pismo, a mesma pos­tura sus­tida em 1999 quando se re­fe­riam à apro­va­çom da Constituiçom como um “exer­cí­cio to­ta­li­tá­rio” e um “en­gen­dro cas­tro-co­mu­nista”. Após com­pro­var o apego que sen­tia o povo pola nova Carta Magna de­cla­rá­rom, oito anos de­pois, que a Costituiçom im­pul­si­o­nada por Chávez era “a me­lhor do mundo”.

O con­flito que atra­vessa a opo­si­çom, além da sua in­co­e­som, é nom ter um pro­grama po­lí­tico co­e­rente para o de­sen­vol­vi­mento in­de­pen­dente e so­be­rano do país. Carecem dum plano con­fes­sá­vel, o seu ob­je­tivo é vol­tar a al­çar a oli­gar­quia e er­ra­di­car to­das as Missons in­tro­du­zi­das polo Governo Bolivariano que ati­rá­rom da mi­sé­ria ma­te­rial, cul­tu­ral e de au­to­es­tima a mi­lhons de ve­ne­zu­e­la­nas. Por isso quando a bur­gue­sia ve­ne­zu­e­lana se re­fere a “de­mo­cra­cia” fai-no pen­sando em pro­te­ger os seus in­te­res­ses ajo­e­lha­dos pe­rante o Império ro­gando-lhe umha invasom.

Violência e jogo político

Cara a Venezuela existe um pro­cesso de ino­cu­la­çom do ódio, exa­cer­bado por cor­po­ra­çons me­diá­ti­cas den­tro e fora do país onde se for­mula que só a vi­o­lên­cia pode re­sol­ver as ques­tons in­ter­nas. Esta di­nâ­mica é a ha­bi­tual das oli­gar­quias ve­ne­zu­e­la­nas quando som in­ca­pa­zes de man­ter-se no po­der me­di­ante o jogo po­lí­tico, en­tom cha­mam “de­mo­cra­cia” aos cri­mes fra­tri­ci­das que alen­tam desde um es­cri­tó­rio do que as­pi­ram a ser pre­si­den­tes, mi­nis­tros ou multimilionários. 

Esta oli­gar­quia opo­si­tora está exor­tando às Forças Armadas a que se re­be­lem con­tra o Governo le­gí­timo como o fijo o exér­cito chi­leno com Allende. A es­tra­ta­gema mais rá­pida e do­ada nom está a dar re­sul­tado e a al­ter­na­tiva pas­sou por mo­bi­li­zar a mi­li­tân­cia opo­si­tora apoi­ada por pa­ra­mi­li­ta­res es­tran­gei­ros e de­lin­quen­tes co­muns em troca dumhas es­mo­las ou umhas mas­sa­gens no ego. As ima­gens que se des­pren­dem deste mé­todo per­mi­tem re­ves­tir de re­volta po­pu­lar umhas ma­ni­fes­ta­çons que o que es­con­dem trás de sim é o ran­cor à Revoluçom Bolivariana por ter dig­ni­fi­cado as clas­ses po­pu­la­res e aos po­vos ori­gi­ná­rios. A bur­gue­sia nunca per­mi­tirá umha so­ci­e­dade que ca­mi­nhe pola via dos fac­tos cara a equidade. 

O Ministério das Colónias de EE.UU

Nos úl­ti­mos tem­pos cor­ro­bo­rou-se o que Fidel Castro di­zia a res­peito da Organizaçom de Estados Americanos (OEA), ao que qua­li­fi­cou “como um Ministério das Colónias de Estados Unidos”. Este or­ga­nismo, com o seu Presidente como ponta de lança, Luis Almagro, está pro­mo­vendo con­jun­ta­mente com vá­rios paí­ses la­tino-ame­ri­ca­nos e o es­ta­du­ni­dense, ope­ra­çons mi­li­ta­res em Venezuela. 

A re­cente pu­bli­ca­çom do jor­na­lista Eleazar Range des­ve­lou os pla­nos da in­ter­ven­çom de EEUU na na­çom ve­ne­zu­e­lana com os apoios da Argentina, Paraguai e Colômbia me­di­ante um in­forme que o Chefe do Comando Sul en­viou à Comissom de Serviços Armados do Senado es­ta­du­ni­dense. A ideia é clara, a Venezuela cha­vista deve de­sa­pa­re­cer sem im­por­tar quem go­verne sem­pre que o faga para as transnacionais.

A crítica e a dupla moral 

Numha Latino-amé­rica di­vi­dida lan­çam-se dar­dos en­ve­ne­na­dos con­tra umha Venezuela so­be­rana e digna que soubo er­guer-se com or­gu­lho desde os tem­pos de Guaicaipuro. Também as re­des e a im­prensa pres­tam-se a pu­bli­ci­tar a in­te­lec­tu­ais e pes­soas re­co­nhe­ci­das su­pos­ta­mente lo­ca­das na es­querda, que ata­cam a Revoluçom Bolivariana, com que mo­ral se atre­vem a quando ainda nos seus paí­ses se man­tehem a go­ver­nos ne­o­li­be­rais e a ban­das de atracadores? 

Nom se trata de de­sen­ten­der-se do pen­sa­mento crí­tico nem dos de­ba­tes mas sim da res­pon­sa­bi­li­dade exer­cida do in­ter­na­ci­o­na­lismo e de es­tar ao lado dum go­verno re­vo­lu­ci­o­ná­rio que ofe­re­ceu ao seu povo toda umha ava­lan­cha de con­quis­tas so­ci­ais, eco­nó­mi­cas e po­lí­ti­cas só com­pa­rá­vel po­las es­ta­be­le­ci­das em Cuba. Referia o fi­ló­sofo me­xi­cano Fernando Buen Abad: “Nom nos atin­girá a eter­ni­dade para ar­re­pen­der-nos se nom sa­be­mos ge­rar um mo­vi­mento pla­ne­tá­rio em de­fesa da Revoluçom em Venezuela”, agi­re­mos ou te­re­mos que ar­re­pen­der-nos mais umha vez na História?

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