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Quatro anos de sextas-feiras negras na CRTVG

por
parte da equipa de Defende a Galega no ven­res ne­gro 217 (de­fende a galega)

As nossas rádio e televissom públicas levam anos no ponto de mira pola descarada manipulaçom política, a baixa qualidade dos seus conteúdos, a repressom das vozes dissidentes ou os constantes incumprimentos dos direitos laborais das suas trabalhadoras. As jornadas de protesto organizadas pola plataforma ‘Defende a Galega’ superam já as 200 semanas com o firme objetivo de que a corporaçom cumpra a sua funçom de serviço público. Entretanto, acumulam-se as sentenças judiciais que destapam as práticas da direçom, a última reconhecendo a existência de persecuçom política contra as trabalhadoras que se rebelam frente a indignidade.

No pas­sado mês de ju­nho a Corporaçom de Rádio e Televisom de Galiza (CRTVG) era con­de­nada em firme por per­se­cu­çom ide­o­ló­gica con­tra o jor­na­lista Carlos Jiménez, tra­ba­lha­dor da Radio Galega. A cor­po­ra­çom de­ci­dia nom apre­sen­tar re­curso pe­rante o Tribunal Supremo, úl­tima via que fi­cava aberta, e con­fir­mava-se as­sim a con­dena que o Tribunal Superior de Justiça de Galiza (TSJG) di­tara em maio. A jus­tiça es­ta­be­lece que a CRTVG está obri­gada pa­gar a Jiménez os sa­lá­rios que lhe deve por es­tar san­ci­o­nado e in­dem­niza-lo por da­nos e prejuízos.

No texto do di­tame, re­di­gido em pri­meira ins­tân­cia polo Julgado do Social nú­mero 1 de Compostela e va­li­dado de jeito ín­te­gro polo TSJG, con­si­dera-se acre­di­tado que a di­re­çom da CRTVG san­ci­o­nou ile­gal­mente o jor­na­lista, a quem abriu ex­pe­di­ente em 2018 ale­gando umha falta grave por in­cum­prir nor­mas re­la­ti­vas à com­pa­ti­bi­li­dade laboral. 

A jus­tiça re­co­nhece as­sim o que Jiménez de­nun­ciou desde o iní­cio: a ra­zom das re­pre­sá­lias da CRTVG con­tra ele nom é ou­tra que o seu apoio às ‘sex­tas-fei­ras ne­gras’ com as que as tra­ba­lha­do­ras da cor­po­ra­çom ve­nhem de­nun­ci­ando a ma­ni­pu­la­çom in­for­ma­tiva, a per­se­cu­çom ide­o­ló­gica e di­ver­sos in­cum­pri­men­tos le­gais da rá­dio e te­le­vi­som pú­bli­cas. Graves de­nún­cias que a vi­tó­ria ju­di­cial de Carlos Jiménez vem a re­for­çar, con­ver­tendo-se numha mos­tra dos mui­tos ca­sos se­me­lhan­tes que as tra­ba­lha­do­ras nom dei­xam de fa­zer pú­bli­cos nos úl­ti­mos tempos.

A jus­tiça re­co­nhece re­pre­sá­lias da CRTVG por apoiar as ‘sex­tas-fei­ras ne­gras’ com as que as tra­ba­lha­do­ras da cor­po­ra­çom ve­nhem de­nun­ci­ando a ma­ni­pu­la­çom, a per­se­cu­çom ide­o­ló­gica e di­ver­sos in­cum­pri­men­tos le­gais da rá­dio e te­le­vi­som públicas

Há já mais de qua­tro anos, o 25 de maio de 2018, pro­du­zia-se a pri­meira ‘sexta-feira ne­gra’, jor­na­das de pro­testo que este mês che­gam às 219 se­ma­nas, de­mons­trando as­sim a per­se­ve­rança e re­sis­tên­cia de umhas tra­ba­lha­do­ras de­ci­di­das a lu­tar até o fim pola dig­ni­dade do ente público.

A de­sa­pa­ri­çom do for­mato tra­di­ci­o­nal do his­tó­rico ‘Diário Cultural’ ou das des­co­ne­xons lo­cais da Rádio Galega eram só al­guns dos re­tro­ces­sos que se es­ta­vam a pro­du­zir na­quela al­tura. Um mês an­tes, as tra­ba­lha­do­ras da Rádio Televisom Espanhola (RTVE) de­ci­di­ram pro­tes­tar ves­tindo de ne­gro nas sex­tas-fei­ras, e desde a CRTVG, or­ga­ni­za­das na pla­ta­forma ‘Defende a Galega’, de­ci­di­rom apoia-las e emu­lar o seu mé­todo de mobilizaçom.

Por umhas te­le­vi­sons pú­bli­cas in­de­pen­den­tes, em so­li­da­ri­e­dade com os com­pa­nhei­ros de TVE (as suas de­man­das som as nos­sas de­man­das) e por um Conselho de Informativos para a CRTVG. Sexta-feira ne­gra tam­bém na TVG”. Esta foi a men­sa­gem com a que vá­rias jor­na­lis­tas fi­gé­rom pú­blico o seu apoio à ini­ci­a­tiva aquele 25 de maio. Tati Moyano e Alfonso Hermida fô­rom duas das apre­sen­ta­do­ras que se ex­pres­sá­rom as­sim em re­des so­ci­ais. Menos de um mês de­pois, de­mi­tiam-se como con­du­to­ras do ‘Telexornal Serán’ por “ra­zons pro­fis­si­o­nais” e “dis­cre­pân­cias com a li­nha informativa”.

Demandas sem resposta

Nestes qua­tro anos pas­sa­dos desde que o mal-es­tar das tra­ba­lha­do­ras dos mé­dios pú­bli­cos co­me­çara a ma­ni­fes­tar-se di­ante do seu pú­blico com o sím­bolo da ves­ti­menta de loito, as suas de­man­das con­ti­nuam sem ser aten­di­das e os mo­ti­vos para o pro­testo som cada vez mais. Algumhas das ques­tons que re­cla­mam desde ‘Defende a Galega’ le­vam mais de umha dé­cada na agenda e te­nhem a ver com a apli­ca­çom da lei dos mé­dios pú­bli­cos de Galiza de 2011. Desde en­tom, a norma apro­vada polo Parlamento ga­lego nom se apli­cou no to­cante à apro­va­çom do Estatuto Profissional das tra­ba­lha­do­ras da CRTVG, ao pa­pel do Conselho de Informativos ou à es­co­lha por mai­o­ria re­for­çada da di­re­çom ge­ral da companhia.

Algumhas das ques­tons que re­cla­mam desde ‘Defende a Galega’ le­vam mais de umha dé­cada na agenda e te­nhem a ver com a apli­ca­çom da lei dos mé­dios pú­bli­cos de Galiza de 2011

À frente da CRTVG está desde 2009, quando o Partido Popular de Feijóo con­se­guiu che­gar ao po­der, o jor­na­lista Alfonso Sánchez Izquierdo. Escolhido di­re­ta­mente desde a Junta apro­vei­tando a le­gis­la­çom en­tóm vi­gente desde 1984 e efi­ci­ente exe­cu­tor da von­tade do PP nos mé­dios pú­bli­cos ga­le­gos, Izquierdo en­carna na súa po­lé­mica fi­gura o en­quis­ta­mento dos con­fli­tos que mi­nam a CRTVG. Umha emenda à lei de 2011 apro­vada polo PP em 2015 per­mite a sua per­ma­nên­cia no cargo in­de­fi­ni­da­mente, a pe­sar da forte re­jei­çom que o seu la­bor pro­voca nas tra­ba­lha­do­ras e em toda a opo­si­çom política.

A sen­tença fa­vo­rá­vel a Carlos Jiménez, pola sua con­tun­dên­cia no re­co­nhe­ci­mento da exis­tên­cia de re­pres­som ide­o­ló­gica con­tra as jor­na­lis­tas do ente pú­blico, de­ve­ria ter con­sequên­cias para a di­re­çom, como re­cla­mam as tra­ba­lha­do­ras e o co­mité da CRTVG, mas nom pa­rece que vaia ser as­sim. A de Jiménez nom é a pri­meira der­rota ju­di­cial da com­pa­nhia. A CRTVG acu­mu­las sen­ten­ças fa­vo­rá­veis às tra­ba­lha­do­ras nos jul­ga­dos do Social, evi­den­ci­ando o seu nulo res­peito po­los di­rei­tos la­bo­rais do seu qua­dro de pessoal. 

car­los ji­mé­nez par­ti­ci­pando na ‘sexta-feira ne­gra’ nº186, em agosto de 2021

O di­reito à greve é ou­tro que a cor­po­ra­çom vem con­cul­cando rei­te­ra­da­mente. Em 2020 o Tribunal Supremo con­fir­mou a sen­tença do TSJG na que se re­co­nhe­cia como pouco an­tes do iní­cio das sex­tas-fei­ras ne­gras, com mo­tivo do 8 de março de 2018, a CRTVG pra­ti­cara o que o tri­bu­nal de­fi­nia no di­tame como um ato de fura-gre­ves in­terno: a subs­ti­tui­çom de tra­ba­lha­do­ras que se mo­bi­li­za­ram na greve fe­mi­nista em pos­tos além dos ser­vi­ços mí­ni­mos, como o caso da apre­sen­ta­dora do ‘Galicia Noticias’, Marga Pazos. A jor­na­lista, que sem­pre apoiou as sex­tas ne­gras, se­ria ou­tra das re­pre­sa­li­a­das pola di­re­çom, que a afas­tou das suas fun­çons de redatora.

O mo­delo de ges­tom nos meios pú­bli­cos de Feijóo pa­rece que vai fi­car imu­tá­vel. O con­trolo po­lí­tico, a ma­ni­pu­la­çom, a re­pres­som ou a pre­ca­ri­e­dade ame­a­çam com se­guir a des­tro­çar a rá­dio e a te­le­vi­som pu­bli­cas ga­le­gas, mas as tra­ba­lha­do­ras, como até agora, nom vam render-se

Tentar re­ben­tar as gre­ves é umha prá­tica ha­bi­tual da cor­po­ra­çom, e o novo pre­si­dente da Junta de Galiza, Alfonso Rueda, é ga­ran­tia de con­ti­nui­dade des­tas po­lí­ti­cas: pouco de­pois da sua che­gada à pre­si­dên­cia a Junta es­ta­be­le­ceu uns ser­vi­ços mí­ni­mos cla­ra­mente abu­si­vos para os pa­ros con­vo­ca­dos em abril e maio. Com Feijóo mar­chá­rom a Madrid a sua mão di­reita e fiel se­cre­ta­ria ge­ral de Médios, Mar Sánchez Sierra, ou o mem­bro do con­se­lho da CRTVG Luis de la Matta, mas o seu mo­delo de ges­tom dos mé­dios pú­bli­cos pa­rece que vai fi­car imu­tá­vel. O con­trolo po­lí­tico, a  ma­ni­pu­la­çom, a re­pres­som ou a pre­ca­ri­e­dade ame­a­çam com se­guir a des­tro­çar a rá­dio e a te­le­vi­som pú­bli­cas ga­le­gas, mas as tra­ba­lha­do­ras, como até agora, nom vam render-se. 

O futuro da corporaçom, a debate

O sá­bado 1 de ju­lho a Casa Obreira de Compostela aco­lheu umha jor­nada de de­bate e re­fle­xom so­bre a si­tu­a­çom da CRTVG. Organizado pola Central Unitária de Trabalhadoras (CUT), sin­di­cato mai­o­ri­tá­rio no co­mité da cor­po­ra­çom, o en­con­tro de­sen­vol­veu-se baixo o tí­tulo de “Liberdade de ex­pres­som e igual­dade. Umha CRTVG ao ser­viço do povo”. 

No lo­cal de Sar jun­tá­rom-se vo­zes pro­ce­den­tes de di­ver­sos âm­bi­tos, que pu­gé­rom em co­mum os seus di­ag­nós­ti­cos da si­tu­a­çom crí­tica que atra­ves­sam os mé­dios pú­bli­cos ga­le­gos e as suas pro­pos­tas de so­lu­çons e me­di­das que per­mi­tam cor­ri­gir o rumo da cor­po­ra­çom para pô-la ao ser­viço da au­di­ên­cia à que se deve pola sua na­tu­reza pública.

O en­con­tro dos di­fe­ren­tes se­to­res dei­xou como con­clu­som, mais umha vez, que as ei­vas da CRTVG abran­gem desde o âm­bito la­bo­ral até as­pe­tos re­la­ti­vos à qua­li­dade dos conteúdos

A jor­nada di­vi­diu-se em qua­tro me­sas, co­or­de­na­das por jor­na­lis­tas: ‘A ga­ran­tia da li­ber­dade de ex­pres­som é umha ta­refa de to­das’, ‘Por uns mé­dios pú­bli­cos fe­mi­nis­tas’, ‘Controlo par­la­men­tá­rio e de­on­to­ló­gico da ma­ni­pu­la­çom in­for­ma­tiva’ e ‘Fiscalizaçom sin­di­cal e so­cial dos mmé­dios pú­bli­cos’. Nelas par­ti­ci­pá­rom co­le­ti­vos como ‘Defende a Galega’, o Colégio de Jornalistas, Esculca ou Jornalistas Galegas, re­pre­sen­tan­tes do BNG e do PsdeG na Comissom de Controlo da CRTVG, e mem­bras do Comité Intercentros da CRTVG ou do Conselho de Informativos de CRTVE.

O en­con­tro dos di­fe­ren­tes se­to­res dei­xou como con­clu­som, mais umha vez, que as ei­vas da CRTVG abran­gem desde o âm­bito la­bo­ral até as­pe­tos re­la­ti­vos a qua­li­dade dos con­teú­dos, fa­zendo cada vez mais ur­gente mu­dan­ças con­tun­den­tes na cor­po­ra­çom que per­mi­tam que cum­pra o seu co­me­tido como ser­viço público.

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