Os germolos dos 12 anos da Casa Encantada encontram-se no bairro de Vite, nas experiências de autogestom nos barracons do Burgo das Naçons a começos dos anos 90 e na casa ocupada da Rua de Santa Clara. Nesses, anos um grupo de ativistas procurava fazer intervençom social no bairro de Vite procurando alternativas às oferecidas polas políticas municipais. Estavam ativas associaçons como PreSOS ou O Formigueiro, umha iniciativa de inclusom laboral autogerida. Após o despejo de Santa Clara em 1992, todo este projeto político, social e cultural passa à rua Castrom d’Ouro, na antiga sede da escola A Milagrosa e que estava ocupada como vivenda desde 1991.
Para além de acolher essas iniciativas que já estavam em andamento para assessorar pessoas em risco de exclusom, a Casa Encantada realizará durante os seguintes anos atividades culturais e cursos gratuitos que dinamizarám a vida do Bairro do Sar. A Rádio Kalimera deslocou-se também para a Sar e muitas outras associaçons e movimentos participárom e realizárom atividades neste centro social. A Casa Encantada funcionava também como vivenda, facto que, ainda que era um aspeto secundário do projeto, implicava a participaçom total de algumhas pessoas no projeto da casa.
A Rádio Kalimera deslocou-se também para Sar e muitas outras associaçons e movimentos participárom e realizárom atividades neste centro social
No mês de novembro de 2000, a construtora Iglesias SL compra o prédio da Casa Encantada e a padaria anexa, com o objetivo de construir nesta zona moradias de luxo. Em maio de 2001, a construtora conseguiu derrubar a padaria. Durante este tempo, os processos judiciais e administrativos continuam. Finalmente, o processo penal cancela-se e desenvolve-se a via civil para efetuar o despejo. Nestes anos de ameaça, nom deixam de achegar-se coletivos a participar da Casa. Um deles, Area Negra, coordenou desde o laboratório informático da Casa à cadeia humana que em 2003 se estendeu por 40 quilómetros da Costa da Morte.
Porém, o dia 17 de junho de 2003 efetua-se o despejo, com centenas de pessoas mostrando o seu apoio na porta. As participantes da Casa optam por nom resistir e guardar energias para realizar outras açons. Nos meses do verám, as ativistas da Casa passam a realizar um acampamento reivindicativo no Parque de Belvis.
Entre 2004 e 2009, os coletivos que davam vida à Casa Encantada terám um local em aluguer na Rua de Betanços. Após abandonar este local, algumhas pessoas vinculadas a este projeto passárom a ocupar umha vivenda na Rua do Pino, mui perto de onde se situava o local. Porém, esta última ocupaçom durará pouco tempo, sendo o imóvel despejado e vedado em dezembro de 2009.
Atualmente, na Rua Castrom d’Ouro, nos números 15A e 17, erguem-se prédios de betom que contrasta com a tipologia tradicional das casas do Sar e que contam com os rés-do-chao e vários andares ainda desabitados.