25 anos de luita pola língua

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Migallas Teatro está de 25 ani­ver­sá­rio. Surgida no mês de abril de 1992, de­pois de mais dum mi­lhar de atu­a­çons, a com­pa­nhia vem de re­e­di­tar o seu pri­meiro disco Canta con­nosco! Conversamos com Carlos Yus, um dos seus fundadores.

O pro­jeto Migallas nasce já ao abeiro da causa lingüística…

Nasce, sim, quando o de­par­ta­mento de galego da Escola Oficial de Pontevedra junto com a uni­ver­si­dade or­ga­ni­za­vam umhas jor­na­das so­bre a atu­a­li­dade da lín­gua ga­lega. Daquela, Maria Campos e mais eu fi­ge­mos um re­ci­tal para o fe­che, que cha­ma­mos ‘O can­tante e as mu­lhe­res’. Interpretamos can­çons-pro­testa e re­pre­sen­ta­mos di­fe­ren­tes per­so­na­gens fe­mi­ni­nos que pa­ro­di­a­vam a si­tu­a­çom do ga­lego, a di­glos­sia, etc. Um de­les foi a se­nhora de Palmírez, que de­pois sai­ria no pro­grama Luar. Ao re­ma­tar­mos, umha es­pe­ta­dora pe­diu-nos a re­pre­sen­ta­çom na sua vila.

 

Além de re­ci­tais e es­pe­tá­cu­los te­a­trais, tam­bém de­sen­vol­ve­des ou­tras ati­vi­da­des di­ri­gi­das a dis­tin­tos pú­bli­cos, é ne­ces­sá­rio diversificar…

Hoje em dia, sim. Para po­der so­bre­vi­ver, atu­a­mos para pú­blico in­fan­til e fa­mi­liar e tam­bém para pú­blico adulto. Daquela quase nom ha­via te­a­tro para ne­nos e en­tom pro­mo­ve­mos o es­pe­tá­culo ‘Canta con­nosco’, logo de­sen­vol­ve­mos ses­sons de conta-con­tos para as que se in­cor­po­rá­rom Bea Campos e Davide Lourenzo. No bairro de Monteporreiro, fi­ge­mos obra­doi­ros de te­a­tro e ex­pres­som dra­má­tica, plás­tica e mu­si­cal, de­pois sub­ven­ci­o­na­dos pola Conselharia de Cultura do con­ce­lho de Pontevedra, e gra­va­mos os dis­cos Pam de mi­lho e, o ano pas­sado, Zaragallada, tam­bém di­ri­gido ao pú­blico ju­ve­nil e adulto, com can­çons crí­ti­cas so­bre a Cidade da Cultura, o tra­ta­mento da cul­tura como mero fol­clo­rismo…, te­mas já pre­sen­tes no ‘Cantante e as mulheres’.

 

Parodiando um dos vos­sos te­mas: a vós nunca vos caiu o ca­belo ou vo-lo qui­gé­rom cor­tar por usar­des o galego?

Pois sim, quando co­me­ça­mos com o Canta Connosco! ha­via mui­tas pes­soas que nos di­ziam que can­tar em ga­lego nos ia fe­char por­tas. A lín­gua ainda tem na mú­sica umha ma­té­ria pen­dente. De facto, a maior parte da mú­sica ju­ve­nil e de adul­tos que se está a fa­zer de pop e rock está can­tada em in­glês ou es­pa­nhol. Se olha­mos os gru­pos par­ti­ci­pan­tes nos pré­mios Martin Códax, a mai­o­ria can­tam nes­tas lín­guas. Para nós esta nom é mú­sica galega.

 

Se ca­lhar, por isso foi ne­ces­sá­ria a re­e­di­çom de Canta Connosco, pu­bli­cado em 1996?

Na ver­dade foi por­que pais, nais e pro­fes­so­rado nos pe­dí­rom a sua re­e­di­çom. O for­mato es­tava an­ti­quado. Entom co­e­di­tamo-lo 20 anos de­pois com Kalandraka em for­mato li­vro-cd-dvd, ilus­trado por Óscar Villán. Pareceu-nos im­por­tante in­cluir 10 ví­deos mu­si­cais, re­a­li­za­dos por J. M. Sagüillo.

 

Existe umha co­ber­tura real por parte da Secretaria de Política Linguística atra­vés da im­ple­men­ta­çom de di­fe­ren­tes pro­gra­mas ou é me­ra­mente anedótica?

A po­lí­tica lin­guís­tica é de es­ca­pa­rate. Em vez de exis­tir umha po­lí­tica lin­guís­tica que ajude a com­ba­ter pre­con­cei­tos er­ra­dos em torno ao ga­lego, atra­vés de pro­gra­mas ou cam­pa­nhas de con­ci­en­ci­a­çom e in­for­ma­çom, pa­rece que a Xunta se serve mais des­ses pre­con­cei­tos para ata­car a lín­gua. Eis o vi­gente de­creto do plu­ri­lin­guismo. A res­peito do te­a­tro, con­vém a sua im­ple­men­ta­çom nas es­co­las e fo­men­tar o te­a­tro de base. Também pre­ci­sa­mos bi­bli­o­te­cas mu­ni­ci­pais, como no caso do con­ce­lho de Oleiros, que aju­dem a fo­men­tar a leitura…

 

Depois de 25 anos, quais som os vos­sos pró­xi­mos projetos?

Estamos a pro­mo­ver um es­pe­tá­culo so­bre a fi­gura de Castelao e a pa­tro­ci­nar o pro­jeto ‘A ore­lha pen­de­lha’, umha web so­bre di­tos e jo­gos in­fan­tis de tra­di­çom oral, que que­re­mos le­var a ou­tros for­ma­tos para fa­vo­re­cer a sua di­fu­som. Como em todo o que fa­ze­mos, ten­ta­mos trans­mi­tir, seja qual for o pú­blico, umha men­sa­gen que fa­vo­reça a re­fle­xom dum jeito ameno.