Parar o país. Parar os centros de produçom, as tarefas domésticas, os cuidados, o ensino e o consumo. Estes som os planos traçados polo feminismo o próximo dia da mulher trabalhadora. Umha greve diferente centrada em quatro eixos para pôr em evidência a situaçom de discriminaçom, invisibilidade e violência que está a sofrer a mulher. O feminismo galego soma-se à convocatória a nível mundial através dum processo que serviu para tecer alianças entre organizaçons e sindicatos que trabalhavam até o de agora de forma autónoma.
O movimento feminista galego e todos os sindicatos da Galiza saem para a rua e somam-se à greve mundial do 8 de março em que participarám mais de 170 países. Inspira-se na greve de mulheres que tivo lugar em 1975 em Islândia e que foi secundada por 90% da populaçom feminina para dar lugar a umha nova legislaçom encaminhada cara a igualdade salarial de mulheres e homens.
O presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy declarava há poucas semanas que esta nom era a intençom do seu governo e que a equiparaçom salarial ficava em maos dos empresários. Perante a presom mediática e social desculpou-se pouco depois polas suas declaraçons sem mostrar iniciativa nengumha para qualquer mudança legislativa.
Mas a equiparaçom salarial nom é a única motivaçom desta greve com múltiplas perspetivas. A situaçom atual da mulher “marcada pola violência e a discriminaçom dum modelo heteropatriarcal e capitalista” é o motivo fundamental segundo reconhecem todos os sindicatos. Desta forma, o feminismo organizado enfrenta o dia da mulher trabalhadora como umha jornada de luita em diversos âmbitos, nom apenas no laboral. A chamada à greve é também no âmbito dos cuidados, do consumo e mais nos centros estudantis.
As centrais CUT, SLG e CNT chamam à greve de vinte e quatro horas e a CIG registou paros de duas horas para todas as quendas de trabalho
Umha greve que a nível sindical reconhece-se como diferente pelos âmbitos que abrange mas que os sindicatos coincidem em destacar como umha chamada para a reflexom, como reconhece Ana Viqueira, da CUT: “Esta convocatória utiliza a greve como ferramenta feminista e obreira, e enriquece‑a ao nomear todos os seus âmbitos (laboral, consumo, cuidados, estudantil) com umha vocaçom de inclusom e empoderamento das mulheres. Também nascem perguntas, por que só os sindicatos podem convocar umha greve? Achamos bem ou deveríamos trabalhar para mudá-lo?”.
Margarida Corral, da CIG, incide no objetivo da jornada e na importância de que for massiva: “Queremos denunciar que somos a metade da Galiza e a metade do mundo. Que abonda já de comemoraçons hipócritas, porque o mundo nom gira igual se paramos as mulheres, o nosso trabalho nom é subsidiário como quer fazer-nos crer o patriarcado”.
Rita Giráldez da CNT incide na importância “da conexom e confluência do movimento feminista, já que agora estám-se a pôr as cartas acima da mesa com açons mui concretas para mudar as cousas”.
Do Sindicato Labrego entendem a greve “coma umha cita fundamental, umha oportunidade para mudar a situaçom da mulher no rural que assume jornadas maratonianas na agricultura e nos cuidados das pessoas idosas com salários mui baixos e sem reconhecimento” segundo reconhece Maria Ferreiro.
Estratégias diferentes
Se os motivos para ir à greve e a diagnose da situaçom laboral da mulher som coincidentes nos quatro sindicatos, a maneira de afrontar a greve varia: enquanto CUT, SLG e CNT chamam à greve de 24 horas, a CIG registrou o passado 27 de janeiro três paros de duas horas (de 0 a 2 da madrugada, de 12 a 14 horas e de 19:30 a 21:30 horas) depois de longos debates na Central Sindical.
Segundo Margarida Corral o motivo foi que “ a maioria das assalariadas da Galiza tenhem jornadas a tempo parcial e umha situaçom de precariedade que dificulta que poidam secundar a greve de 24 horas e em muitos casos um paro de duas horas equivale a umha meia jornada, para além de que nom todas as trabalhadoras identificam como própria esta problemática”.
Sindicatos e coletivos feministas coincidem em que é fundamental tirar todo o significado festivo ao 8 de março
A CNT prepara para a greve piquetes apenas informativos conforme o acordado nas últimas assembleias estatais do sindicato anarquista e Rita Giráldez. Chama à atençom deste facto em comparaçom com a greve de 2012: “ acordamos ter um especial respeito às mulheres que nom secundam a greve mas eu acho importante manter para todas as greves o mesmo critério. Nom vale chamar esquirolas ou tirar bombas de fume quando nom se secunda umha greve geral e ser aqui mui prudentes. Os critérios devem ser sempre os mesmos porque se nom se tiram importância as greves feministas”.
Do Sindicato Labrego indicam que faram serviços mínimos, como alimentar os animais. A CUT, da Secretaria da mulher assegura que durante a greve quem marca os tempos e açons é o feminismo “o sindicato vai trabalhar ao carom do movimento feminista”, confirma Ana Viqueira.
Sindicatos e coletivos feministas coincidem em que tirar todo o significado festivo ao 8 de março é chave. “ O 8 de março de 2018 é o dia no que isto deixa de ser umha festa, para converter-se numha jornada de luita” manifesta rotunda Concha de la Fuente da Marcha Mundial das Mulheres.
Todas as organizaçons sabem que isto é umha carreira de fundo e já pensam em reunir-se assim finalizar esta jornada de greve. Estám convencidas de que em 2019 pararám muitas mais mulheres porque a mensagem feminista está a calhar.