
A atual crise sócio-sanitária destapou um sistema de atençom às pessoas idosas mui precarizado que afeta de diferente maneira às usuárias dos centros, as suas famílias, mas também às trabalhadoras. A metade das mortes pola COVID 19 na Galiza produzírom-se em residências privadas. Trabalhadoras e familiares denunciam a desatençom das pessoas idosas e ponhem o foco em DOMUS VI, um grupo inversor opaco que fatura mais de 20 milhons de euros anuais. Em poucos anos extendeu-se pola Galiza, onde tem um total de 30 residências ( 18 centros privados e 12 de titularidade pública).
“A crise da Covid 19 evidenciou que a soluçom que o nosso sistema tem para os idosos nom serve” sentencia Gonzalo Balo, secretário de Modepen (Movimento Galego pola Defensa das Pensons Públicas), que neste ano centrou o seu trabalho em deitar luz à atençom das pessoas nas residências. E continua Balo: “As diferentes administraçons públicas resolvérom, para atender as pessoas no seus últimos anos de vida, ceder os cuidados a empresas privadas, grupos investidores que procuram um lucro desmesurado sem importar-se o mais mínimo com a qualidade de vida desta gente. Temos que ser conscientes de que a Junta entregou as chaves destes cuidados a fundos abutres com consequências nefastas para a saúde publica”.
Para compreender o funcionamento do sistema há que remontar-se à Lei de dependência de 2006 impulsada polo governo Zapatero, umha lei que para além de ser um facto histórico porque permitiu crescer os serviços sociais dirigidos a maiores e dependentes, supujo a regularizaçom da entrada na gestom destes serviços e empresas privadas com ânimo de lucro.
O último estudo (deste mesmo ano) realizado polo Modepen revela que 80% das residências da Galiza estám em maos privadas, sendo o grupo DOMUS VI quem aglutina a maior parte do total. As vagas nestas residências estám por cima dos 2.000 euros ao mês enquanto que nas privadas o preço baixa aos 1.500 euros.
As listas de Espera da Dependência afetam quase 9.000 cidadaos da Galiza de maneira direta e as suas famílias, e os dados indicam que em 2017 morrérom 1900 pessoas no país enquanto aguardavam pola sua vaga.
Domus VI ocultou informaçom de positivos nos seus centros durante dias
“Estamos perante umha crise de cuidados, cada vez há mais idosos que cuidar e menos nascimentos. A mulher já nom está disposta a ter o papel de permanente cuidadora e o estado em vez de dotar-se de um forte sistema público de atençom aos idosos com centros de dia, umha boa rede de atençom domiciliária e residências totalmente subsidiadas como o caso da Suécia ou outros países nórdicos, apostou num sistema neoliberal que entrega os cuidados às empresas. Quando os dados demonstram que estes serviços públicos nom som deficitários”. Afirma Francisco Vizoso, médico epidemiólogo e portavoz da Aliança Galega polos Serviços Públicos para Maiores e Dependentes.
A crise da Covid 19 desbordou estes serviços e destapou as suas fraquezas, num sistema em que já faltavam recursos as mais afetadas fôrom as pessoas usuárias, mas também as trabalhadoras que ademais de trabalhar 70 dias seguidos sem livrar fôrom o coletivo laboral com mais infeçons. “Domus Vi tapou positivos na residência de Aldám e o sistema começou a desbordar-se. Sabiam que havia gente infetada o sábado dia 28 de março mas nom figérom nada. Na segunda-feira dia 30 de março a primeira hora havia dezassete trabalhadoras infetadas e 120 positivos”, explica Sonia Jalda, presidenta de TreGa (Coletivo de Trabalhadoras das Residências).
Quando o coronavirus afetou às residências nom havia recursos para poder fazer frente. A consequência: pessoas idosas morrendo soas sem despedirem-se das suas famílias e estas sem ter informaçom nengumha da situaçom real dos seus seres queridos.
A crise da Covid 19 destapou as fraquezas destes serviços. As mais afetadas fôrom as pessoas usuárias, mas também as trabalhadoras que ademais de trabalhar setenta dias seguidos sem livrar fôrom o coletivo laboral com mais infeçons
Os centros que Domus VI tem em Compostela, Aldám, Ourense e Vigo registárom o maior número de mortalidade e infetados.
Outras residências que também se vírom desbordadas fôrom a Residencia Nuestra Señora de la Esperanza e Divino Maestro, ambas em Ourense e geridas pola Fundaçom Sam Rosendo.
O presidente da mesma, Benigno Moure, é um cura amigo de M. Fraga que recebeu a medalha Castelao e condenado em 2008 a cinco anos de cadeia por roubar 600 milhons de euros a umha mulher com demência. A presidenta de Domus Vi é Josefina Fernández, pessoa vinculada ao PP também premiada pola Junta com o Premio Galicia Global em 2019.
A prestaçom destes serviços por parte destas empresas está baseado na reduçom de custos para obter benefícios redondos. Os recortes afetam à reduçom de pessoal, meios e umha precária atençom.
Privatizaçom e deixadez de funçons da Junta
O ano 2012 é chave para entender o deterioro destes lares de idosos, o governo de Feijóo facilitava nesta altura a entrada da gestom privada nas residências públicas. O grupo Domus Vi foi o maior beneficiário. Tem presença em todo o estado com 138 centros e mais de 21.000 trabalhadores, a sua sede em Vigo: Geriavi SL , de aqui controla as dúzias de sociedades mercantis em território espanhol. O principal acionista de DomusV é um fundo de investimento opaco com sede em Londres, Intermediate Capital Group (ICG), que controla a maioria do capital. Outro acionista relevante é Sagesse Retraite Santé (SRS), grupo do multimilionário francês e fundador do grupo Yves Journel.

A Junta de Núñez Feijóo através do Conselho de Contas seria a encarregada de controlar a gestom das residências públicas geridas por estas empresas por meio de inspeçons de qualidade e comprovaçom periódica do pessoal de que dispunham para atender as usuárias. Durante os últimos anos escasseou esse controle e as auditorias internas, e segundo confirma Sonia Jalda “quando vinham fazer inspeçons avissavam dias antes para que todo estivesse em ordem”.
Durante a crise destapou-se que a Conselharia de Saúde deu ordem de que as pessoas com dependência severa ficassem isoladas nos centros, enquanto Feijóo negou-no afirmando que a decisom de nom hospitalizar estas pessoas correspondeu aos médicos do Sergas.
Cuidadoras: o último eslabom da cadeia

Precariedade laboral, falta de pessoal e estresse no ambiente de trabalho som os parâmetros fundamentais em que se movem as trabalhadoras das residências. Nas residências públicas as auxiliares de enfermaria tenhem um salário base de 1500 euros enquanto que no âmbito privado o salário reduz-se aos 1.031 euros no caso das auxiliares e 1.263 euros no caso das enfermeiras.
Todas as categorias recebem um extra de 9,9 euros por domingo trabalhado e as noites pagam-se a 20 euros: 2,50 euros por hora trabalhada. De TREGA venhem denunciando a situaçom durante anos.
“Eu trabalhava numha residência pública em Bembrive ‑Vigo-. Em 2012 a titularidade desta passou a maos de Domus VI, o primeiro que fixo foi despedir pessoal- até eliminárom a enfermeira do turno de noite para pôr no seu lugar umha auxiliar que tem que fazer funçons para as quais nom está preparada. Ao chegar à direçom criou umha equipa de pessoas afins, mesmo os membros do comité de empresa fôrom escolhidos pola própria direçom para vender as companheiras. Domus VI funciona assim, prémios para as trabalhadoras submissas e castigos para quem luita contra esta situaçom”. Denuncia Sonia Jalda.
As trabalhadoras de Domus VI figérom público que em junho, a empresa primou às trabalhadoras com um extra de 700 euros pola carga laboral e emocional durante os 70 dias que durou o estado de alarme enquanto que as 17 trabalhadoras que se contagiárom ficárom sem prima. Trabalhadoras que se incorporárom um dia mais tarde ao posto de trabalho por fazer a prova, que deu negativa, tampouco recebérom esse dinheiro.
A colaboraçom de TREGA na passagem de informaçom às famílias foi chave para organizarem umha resposta conjunta.
O coletivo de familiares REDE (Federación Galega de Usuarios e Familias de Residencias e Dependencia) denunciou a Fiscalia Superior da Galiza as açons negligentes levadas a cabo durante a crise nas residências. As denúncias estendem-se a altos cargos da Junta: Ildefonso de la Campa;subdiretor geral da Autorizaçom e Inspeçom dos Serviços Sociais, Fernando González, e a chefa do serviço de Inspeçom de Maiores e Discapacitados, Berta Besada.
Familiares de falecidos e usuários do centros estám a organizar umha resposta por meio de mobilizaçons no Morraço, mas também para exigirem a criaçom de um órgao de participaçom de familiares e usuárias na supervisom da assistência sócio-sanitária para evitarem a falta de informaçom e opacidade que obtivérom por resposta nos últimos anos.