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A CRTVG, já em fase de delírio

por
O pre­si­dente da ‘Xunta de Galicia’ Alfonso Rueda, no ‘Land Rober’. crtvg

Segundo o di­ci­o­ná­rio, um de­lí­rio, na sua acep­çom psi­quiá­trica, é um trans­torno pro­vo­cado por ideias ou cren­ças que se opo­nhem à re­a­li­dade ou ao senso co­mum, umha per­tur­ba­çom men­tal pró­pria dum es­tado fe­bril ou tó­xico, que se ca­rac­te­riza por al­te­ra­çons da cons­ci­ên­cia, alu­ci­na­çons, ex­ci­ta­çom e ideias incoerentes. 

Segundo o co­mité de em­presa da nossa ra­di­o­te­le­vi­som pú­blica, este grave des­va­rio con­di­ci­ona a li­nha edi­to­rial de to­das as in­for­ma­çons ‑e nom só- que re­cebe a ci­da­da­nia do país atra­vés da TVG, da Rádio Galega ou dos no­vos ca­nais da Corporaçom; nada já, se­gundo as re­pre­sen­tan­tes das tra­ba­lha­do­ras pú­bli­cas, queda à mar­gem dum grau de ma­ni­pu­la­çom in­for­ma­tiva que en­trou mesmo no âm­bito do patológico. 

Há uns dias, o Comité Intercentros dos nos­sos meios vol­via de­nun­ciar esta grave praxe, aler­tando dumha pe­ri­gosa in­ten­si­fi­ca­çom. Dim os sin­di­ca­tos, com boa ra­zom, que tanto a TVG quanto a Rádio Galega aban­do­ná­rom todo res­peito po­las mí­ni­mas nor­mas de­on­to­ló­gi­cas do jor­na­lismo, para re­pro­du­zi­rem sem pu­dor em cada in­for­ma­tivo um ideá­rio cal­cado tin­tim por tin­tim, sem fis­su­ras e com umha ten­dên­cia par­ti­dista evi­dente, de jeito que a CRTVG, traindo as suas en­co­men­das de ser­viço pú­blico, fun­ci­ona ape­nas como o mais efi­caz ór­gão de pro­pa­ganda do par­tido que go­verna a Galiza. 

O pas­sado 23 de ou­tu­bro pro­du­zí­rom-se sur­pre­en­den­tes cám­bios or­ga­ni­za­ti­vos e de con­teúdo que a em­presa nom quijo jus­ti­fi­car e que o pes­soal in­ter­preta como con­trolo político 

A ma­ni­pu­la­çom ‑de­nún­cia o co­mité- agra­vou-se es­pe­ci­al­mente na RG, onde o pas­sado dia 23 de ou­tu­bro, já bem ini­ci­ada a tem­po­rada de ou­tono, se pro­du­zí­rom sur­pre­en­den­tes câm­bios or­ga­ni­za­ti­vos e de con­teú­dos que a em­presa nom quijo jus­ti­fi­car e que o pes­soal in­ter­preta em chave de in­cre­men­ta­çom do con­trole po­lí­tico, ao apar­tar dos mi­cros as pro­fis­si­o­nais que se re­cu­sam a es­cre­ver ao di­tado dos in­te­res­ses da di­re­çom. Com as mu­dan­ças que se pro­du­zí­rom, tanto nos bo­le­tins ho­rá­rios (ca­mu­fla­dos agora en­tre pro­gra­mas de en­tre­te­ni­mento, nos quais custa dis­tin­guir a in­for­ma­çom da opi­niom), quanto nos es­pa­ços in­for­ma­ti­vos, mui­tas re­da­to­ras e re­da­to­res per­dê­rom carga de tra­ba­lho, con­cen­trada numhas pou­cas pes­soas da con­fi­ança da direçom. 

Apunta o Intercentros que a li­nha edi­to­rial da Crónica das Duas ou da Crónica do Fim de Semana da RG as­se­me­lha-se mais à dumha emis­sora da ul­tra­di­reita do que aos cri­té­rios de im­par­ci­a­li­dade, ve­ra­ci­dade e plu­ra­li­dade que tem obriga por lei de res­pei­tar a CRTVG, dada a sua con­si­de­ra­çom de ser­viço pú­blico es­sen­cial. Estas afir­ma­çons da re­pre­sen­ta­çom das tra­ba­lha­do­ras po­dem con­tras­tar-se ace­dendo aos áu­dios des­ses es­pa­ços atra­vés da web

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Mesmo no tra­ta­mento do con­flito na Faixa de Gaza, la­menta o co­mité de em­presa, se­gue-se a li­nha que marca o Partido Popular desde Madrid: co­lo­cando um exem­plo cla­mo­roso, os me­no­res e mu­lhe­res in­ter­cam­bi­a­dos por Israel som de­no­mi­na­dos “ter­ro­ris­tas de Hamás” na Rádio Galega. É in­to­le­rá­vel que o re­lato in­for­ma­tivo dos meios pú­bli­cos da Galiza es­teja tam li­gado aos in­te­res­ses do par­tido no go­verno au­to­nó­mico, e que mesmo se che­gue ao ponto de de­for­mar a vi­som dum con­flito bé­lico de pri­meiro ní­vel, para dar a vi­som de quem está na opo­si­çom do go­verno cen­tral. É ir­res­pon­sá­vel quando me­nos, e ruim quando mais, fa­zer dum facto de re­le­vân­cia in­ter­na­ci­o­nal umha arma burda con­tra o ad­ver­sá­rio po­lí­tico, atu­ando como o braço ar­mado da co­mu­ni­ca­çom social. 

A ma­ni­pu­la­çom con­ti­nua a pra­ti­car-se sem pu­dor tam­bém nos te­le­jor­nais da TVG, onde se re­pete o mesmo ideá­rio que ma­neja e lhe con­vém ao Partido Popular. Como mos­tra, o gra­vís­simo facto de ocul­tar a se­gunda-feira após as elei­çons no Telejornal do meio-dia o re­sul­tado da re­pe­ti­çom das elei­çons mu­ni­ci­pais no con­ce­lho de Castro Caldelas, onde ga­nhou a can­di­data à al­cal­dia do PSdeG, quando o dia das vo­ta­çons se fi­gera um se­gui­mento in­for­ma­tivo in­tenso, che­gando a ser o pró­prio do­mingo o pri­meiro ti­tu­lar do Telejornal do Serão. Conhecidos os re­sul­ta­dos a fa­vor dos so­ci­a­lis­tas, a nova dei­xou de exis­tir nos se­guin­tes te­le­jor­nais, pri­vando à ci­da­da­nia do seu di­reito a re­ce­ber umha in­for­ma­çom bá­sica, por ser con­trá­ria aos po­pu­la­res. E ainda, esse mesmo fim de se­mana, as­sis­ti­mos à de­tur­pa­çom in­for­ma­tiva so­bre um ato de pre­cam­pa­nha do PPdeG do can­di­dato Rueda a bordo do au­to­carro Galicia non para! em Cangas, que se no­ti­ciou nos in­for­ma­ti­vos da te­le­vi­som pú­blica como um ato ins­ti­tu­ci­o­nal do Presidente da Xunta

Infelizmente, de­nún­cia o Intercentros, os no­vos meios som ou­tro campo de ba­ta­lha ide­o­ló­gica. Nas re­des so­ci­ais dos in­for­ma­ti­vos ir­rom­pem ví­deos com mú­si­cas e co­men­tá­rios in­for­mais que nom só re­pe­tem fa­lá­cias par­ti­dis­tas, mas que ainda se per­mi­tem ba­na­li­zar te­mas que ge­ram pre­o­cu­pa­çom so­cial como a vi­o­lên­cia ma­chista, con­vi­dando a opi­nar so­bre fac­tos de­li­ti­vos, ou chan­ce­ando so­bre a falta de no­tí­cias com pers­pe­tiva ga­lega aos do­min­gos. Surpreendente afir­ma­çom feita num meio cuja ra­zom de ser é este país, grande ver­dade quando a ca­beça está em Madrid e nom em Santiago de Compostela. 

A ma­ni­pu­la­çom in­for­ma­tiva con­ti­nua a pra­ti­car-se sem pu­dor tam­bém nos te­le­jor­nais da TVG, onde se re­pete o mesmo ideá­rio que ma­neja e lhe con­vém ao Partido Popular 

A equipa de tra­ba­lha­do­ras da CRTVG está ci­ente da res­pon­sa­bi­li­dade que exerce cada dia num meio que é de ser­viço pú­blico e quer sen­tir-se útil e parte ativa para atin­gir umha so­ci­e­dade mais justa, de­mo­crá­tica e plu­ral. Neste sen­tido, as re­pre­sen­tan­tes le­gais do qua­dro de pes­soal de­nun­ciam o os­tra­cismo com que se cas­tiga a co­tio a maior parte das pro­fis­si­o­nais que nom se pre­gam a es­cre­ver no­tí­cias ao di­tado dos in­te­res­ses do Partido Popular, umha mo­da­li­dade de as­sé­dio que está a pro­vo­car gra­ves da­nos psi­cos­so­ci­ais num qua­dro de pes­soal que leva mo­bi­li­zado 288 se­ma­nas atra­vés do mo­vi­mento Defende a Galega

O Comité, ci­ente de que a ma­qui­ná­ria ma­ni­pu­la­dora se in­ten­si­fi­cará ainda mais de cara às imi­nen­tes elei­çons au­to­nó­mi­cas, exige a ces­sa­çom de to­das as pes­soas di­re­ta­mente res­pon­sá­veis deste de­lí­rio, que te­nhem no­mes e ape­li­dos e mesmo tí­tu­los em jor­na­lismo…, mas tam­bém de toda a es­tru­tura di­re­tiva que am­para com o si­lên­cio e a co­ni­vên­cia a uti­li­za­çom par­ti­dista e o se­ques­tro dos meios pú­bli­cos de co­mu­ni­ca­çom de to­dos os ga­le­gos e ga­le­gas, que há que sa­car das mans des­tes e des­tas psi­co­pa­tas com in­te­res­ses es­pú­rios. Frente ao seu in­te­res­sado e mer­ce­ná­rio re­lato de­li­rante, alerta, toma de cons­ci­ên­cia e mo­bi­li­za­çom para pôr a CRTVG ao ser­viço do povo. 

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