Entrevista a Joan Marc Jesús i Prades, membro do Secretariat Nacional da Assembleia Nacional Catalá (ANC)
Como se está afrontando na ANC e os movimentos sociais a resposta ao juízo?
Agora mesmo há umha estratégia conjunta com todos os atores soberanistas… Nom foi fácil mas chegamos a acordo. Começamos com umha manifestaçom em Barcelona, depois a de Madrid, umha greve geral à qual a ANC deu apoio desde um começo… A parte boa, se há parte boa, é a unidade neste cenário, já que nom há noutros.
Sabíades qual seria a estratégia escolhida polas defensas?
Nom. Sabíamos era que seria umha farsa em que o estado jogaria as suas cartas e os presos jogariam as suas. De facto é o altifalante que tenhem, depois de ano e meio fechados. E a intençom das defesas, os presos, as entidades que damos apoio, é dar a volta ao juízo e torná-lo um bumerangue contra o Estado. Sem dúvida, a sentença está já escrita. Mas ninguém deve aceitar pena nengumha, nem que for mínima, pois vai ser injusta.
Este tempo na cadeia mudou o discurso das pessoas presas?
Vai saber todo o que estám a passar. Perante um juiz, nom vás ir cantar Els Segadors e dizer-lhe que tal ou qual, vás é para sair e continuar a luitar na rua. Quem somos nós para os julgar? Mais ainda, quando som as cabeças-de-turco por fazerem o que figemos todos: manifestar-se, ir votar… Poderíamos ser qualquer de nós.
O estado joga bem a carta da repressom?
É evidente que conseguírom um efeito pondo os líderes políticos na prisom, também como exemplo. E nom só há este juízo, talvez o das caras mais visíveis: temos mais de mil encausados e encausadas no país. É claro, há pessoas que tenhem medo à perda do pouco que tenhem; isto saiu-lhes bem.
Depois do juízo, o que toca?
Temos que continuar como sempre. Estamos numha parêntese porque nos descabeçárom ‑os nossos líderes políticos, o nosso governo-. Mas a ANC nasceu para chegar à independência, e nunca tínhamos estado tam perto; de feito, foi declarada. Neste ano coletivamente cometemos o erro de andar de vítimas, sair a chorar e a pôr laços amarelos… Esta nom era a nossa luita, a nossa luita era conseguir a independência. Pode ser que déssemos um passo atrás, mas tem de ser para voltar com mais força.