Periódico galego de informaçom crítica

A mercantilizaçom da Universidade

por
ena bar­ba­zán

Ninguém pode ne­gar que a úl­tima dé­cada su­pujo um forte re­tro­cesso na qua­li­dade dos ser­vi­ços pú­bli­cos. A so­lu­çom dada à crise po­los po­de­res eco­nó­mico e po­lí­tico pro­vo­cou a blin­da­gem dos be­ne­fí­cios em­pre­sa­ri­ais a custa dumha maior de­si­gual­dade, pre­ca­ri­za­çom la­bo­ral e re­du­çom das po­lí­ti­cas pú­bli­cas di­ri­gi­das à re­dis­tri­bui­çom social.

Na última década, o orçamento universitário da Junta da Galiza caiu num 20%, situando-nos em níveis de 2004. É dizer, estamos com quinze anos de demora em matéria de financiamento

Nesse marco é onde se en­con­tra a Universidade pú­blica, que nos úl­ti­mos tem­pos vive umha si­tu­a­çom li­mite ori­en­tada em vá­rias di­re­çons: im­por­tan­tes re­du­çons or­ça­men­tá­rias, cres­cente mer­can­ti­li­za­çom de de­ter­mi­na­das ati­vi­da­des e umha forte pre­ca­ri­za­çom la­bo­ral. Sobre es­tes pi­a­res, fun­da­menta-se a po­lí­tica uni­ver­si­tá­ria da Junta da Galiza, aluno avan­ta­jado das po­lí­ti­cas neoliberais.

No re­la­tivo ao fi­nan­ci­a­mento uni­ver­si­tá­rio, a época Feijó su­pujo um mo­mento ca­tas­tró­fico para o Sistema Universitário Galego. Na úl­tima dé­cada, o or­ça­mento uni­ver­si­tá­rio da Junta da Galiza caiu um 20%, si­tu­ando-nos em ní­veis de 2004. É di­zer, es­ta­mos quinze anos por trás em ma­té­ria de financiamento.

O ob­je­tivo desta si­tu­a­çom é o des­man­te­la­mento da Universidade: me­no­res re­cur­sos, me­nor quan­ti­dade de pro­fes­so­rado, me­nor qua­li­dade e me­no­res pos­si­bi­li­da­des de ex­pan­som. A con­sequên­cia desta po­lí­tica passa pola aber­tura de no­vos es­pa­ços de ne­gó­cio da uni­ver­si­dade pri­vada. Nom é ca­sual que nos úl­ti­mos cinco anos co­me­çás­se­mos a co­nhe­cer di­ver­sos pro­je­tos pri­va­dos para ofer­tar ti­tu­la­çons uni­ver­si­tá­rias, umha si­tu­a­çom des­co­nhe­cida na Galiza, previamente.

A apli­ca­çom do Plano Bolonha foi umha ajuda para este pro­cesso: ti­tu­la­çons de qua­tro anos com umha forte de­gra­da­çom quanto à apren­di­za­gem, que obri­gam a com­ple­men­tar es­tes es­tu­dos com um mes­trado. Evidentemente, os mes­tra­dos te­nhem um custo su­pe­rior ao preço dos graus, abrindo um im­por­tante ni­cho de mer­cado para es­tas en­ti­da­des privadas.

Neste con­texto, as Universidades pú­bli­cas, e par­ti­cu­lar­mente a USC, ti­vé­rom que le­var a cabo im­por­tan­tes pla­nos de ajuste para po­der con­ti­nuar o seu fun­ci­o­na­mento, vendo-se obri­ga­das a um du­plo pro­cesso de mer­can­ti­li­za­çom de ati­vi­da­des e pre­ca­ri­za­çom la­bo­ral. Quanto ao pri­meiro, um exem­plo: os car­tons uni­ver­si­tá­rios som ge­ri­dos polo Banco Santander, atra­vés dum con­vé­nio polo qual o banco dá umha sub­ven­çom à USC, en­quanto a USC é obri­gada a em­pre­gar o Banco Santander nas suas transaçons.

Quanto à pre­ca­ri­za­çom la­bo­ral, a si­tu­a­çom é de­vas­ta­dora. As me­di­das de po­lí­tica eco­nó­mica de­sen­vol­vi­das na úl­tima dé­cada su­pu­gé­rom um drama para a mo­ci­dade in­ves­ti­ga­dora. A efei­tos prá­ti­cos, a es­ta­bi­li­za­çom do pes­soal in­ves­ti­ga­dor nas uni­ver­si­da­des é im­pos­sí­vel, tendo que as­su­mir con­tra­tos tem­po­rais e a tempo par­cial, sem es­pe­ran­ças de con­ti­nui­dade a longo prazo. Neste ce­ná­rio, o efeito é ób­vio: a ex­pul­som de pes­soal in­ves­ti­ga­dor ao ex­te­rior, fo­men­tando a emi­gra­çom para as Universidades eu­ro­peias ou la­tino-ame­ri­ca­nas, na pro­cura de me­lho­res opor­tu­ni­da­des laborais.
Infelizmente, na atu­a­li­dade, está em risco a pró­pria ideia de Universidade pú­blica como con­ceito: o cen­tro de pen­sa­mento e o sa­ber, atu­ando como um dos mai­o­res me­ca­nis­mos de re­dis­tri­bui­çom social.

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