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Um ativista da associaçom ecologista Adega recolhe mostras de água numha balsa da mina de Sam Fins.

A ‘Xunta’ no ponto de mira pola reabertura de Sam Fins 

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Um ativista da associaçom ecologista Adega recolhe mostras de água numha balsa da mina de Sam Fins.
Ativistas apa­nham mos­tra de água para ana­li­sar em Sam Fins. | adega

Nos últimos meses Lousame centra o foco das protestas ecologistas pola preocupaçom do iminente reinício da atividade da mina de Sam Fins adquirida polo grupo australiano Pivotal Metals que pretende obter volfrâmio para converter a Galiza num ponto estratégico da europa na estraçom deste metal. A ‘Xunta de Galicia’, através de ‘Augas de Galicia’, dava luz verde a um projeto que nunca foi submetido a avaliaçom de impacto ambiental e polo qual o ex-director geral de minas, Ángel Bernardo Tahoces está a ser investigado por vários delitos ligados à situaçom da mina.

O iní­cio das obras na mina de Sam Fins para a cons­tru­çom duma ins­ta­la­çom de tra­ta­mento de águas de mina que ser­virá, se­gundo in­dica Pivotal Metals (a em­presa que ad­qui­riu em 2022 o ja­zi­mento), para re­ti­rar os me­tais pe­sa­dos da água acu­mu­lada na mina alerta a vi­zi­nhos, or­ga­ni­za­çons eco­lo­gis­tas e o sec­tor pes­queiro que te­mem que umha vez cons­truida a planta, co­me­cem as ver­te­du­ras à ria.

A com­pa­nhia aus­tra­li­ana tem um prazo de 4 me­ses mar­cado por Augas de Galicia para ter pronta a ins­ta­la­çom de tra­ta­mento e ini­ciar os pro­ces­sos de tra­ta­mento e eva­cu­a­cu­a­çom, fi­na­li­za­das as obras, esta po­de­ria co­me­çar a va­ziar as águas que inun­dam as ga­le­rias da mina ao rio Pesqueiras para a sua pos­te­rior posta em fun­ci­o­na­mento. O es­va­zi­a­mento te­ria que con­ti­nuar de forma per­ma­nente, pois esta tem uma pro­fun­di­dade de mais de 250 me­tros, ge­rando águas áci­das com me­tais pe­sa­dos como o cinc, cád­mio, co­bre e mercúrio.

No pas­sado 1 de fe­ve­reiro, Augas de Galicia (or­ga­nismo de­pen­dente da Consellería de Infraestruturas) fa­zia pú­blica a au­to­ri­za­çom dos ver­qui­dos da mina, logo de um pro­ce­di­mento que de­mo­rou quase 8 anos. O or­ga­nismo pú­blico con­di­ci­o­nava a au­to­ri­za­çom ao cum­pri­mento de mais de uma dú­zia de re­qui­si­tos e aten­çom es­trita de nor­mas de qua­li­dade ambiental.

Desde a Xunta, o con­se­lheiro de eco­no­mia, Francisco Conde, in­dica que a mina nom po­derá fun­ci­o­nar “se nom cum­pre es­cru­pu­lo­sa­mente a nor­ma­tiva” e para isto re­que­rem-se mais au­to­ri­za­çons coma “a ac­tu­a­li­za­çom de pro­je­tos que re­quere dumha aná­lise ambiental”.

Associaçons eco­lo­gis­tas e o sec­tor pes­queiro da Ria de Noia ad­ver­tem das con­sequên­cias dos ver­qui­dos de me­tais pe­sa­dos no es­tuá­rio do Tambre

Mas Tungsten San Finx, sim que po­de­ria, se­gundo a Xunta, co­me­çar o pro­cesso de va­zi­ado das águas do in­te­rior da mina sem dis­por duma de­cla­ra­çom de im­pacte am­bi­en­tal, pois Augas de Galicia deu luz verde após umha prova pi­loto re­a­li­zada pola pró­pria em­presa. Na re­so­lu­çom, Augas de Galicia in­dica que as águas te­nhem que che­gar de­pu­ra­das ao rio Pesqueiras e obriga a em­presa a fa­zer um con­trole se­ma­nal na fase de va­zi­a­mento e um con­trole men­sal na de explotaçom.

A Confraria de Noia ques­ti­ona as pro­vas exi­gi­das pola Xunta e en­tre­gou um in­forme do ge­o­fí­sico e hi­dró­logo Steven Emerman no que se con­clui que a prova pi­loto “foi um fra­casso já que só fô­rom eli­mi­na­das as con­cen­tra­çons de me­tais du­rante umha se­mana. Nas 10 se­ma­nas se­guin­tes as con­cen­tra­çons de cinc, cád­mio e co­bre dis­pa­ram-se fora de con­trolo”. Para Emerman a che­gada des­tes me­tais à ria su­po­riam “a des­tru­çom da in­dús­tria ma­ris­queira”, a mais im­por­tante do país e que gera uns be­ne­fí­cios anu­ais de até 21 mi­lhons de eu­ros e pro­por­ci­ona em­prego a quase 2 000 pessoas.

Fontes da em­presa con­sul­ta­das polo Novas da Galiza as­se­gu­ram que a prova pi­loto per­mete o cor­reto tra­ta­mento das águas: “tra­ba­lha­mos com mul­ti­dom de con­fi­gu­ra­çons dis­tin­tas, se­lec­ci­o­nando a óp­tima para o de­se­nho da planta de­pu­ra­dora de­fi­ni­tiva. Narco Water será a en­car­re­gada de cons­truir a planta, es­ta­mos a fa­lar dumha em­presa ex­perta e con­tras­tada a ni­vel mun­dial no tra­ta­mento de au­gas e de­se­nho de plan­tas de tra­ta­mento que opera em máis de 170 paí­ses, com mais de 1200 ci­en­tí­fi­cos e en­ge­nhei­ros en­tre os seus tra­ba­lha­do­res ade­mais de 200 as­so­ci­a­çons com uni­ver­si­da­des de todo o mundo”.

Mapa de verquidos em Sam Fins.
Mapa de ver­qui­dos em Sam Fins. | adega

Preocupaçom no sector pesqueiro

Liliana Solís, bió­loga da Confraria de Noia, pom o foco na bi­o­a­cu­mu­la­çom des­tes me­tais nos bi­val­vos (me­xi­lhom, amêi­joa fina, amêi­joa ja­pó­nica, os­tra e be­re­be­re­cho) que pro­duz a ria: “A nossa Confraria tem au­to­ri­ça­dos os ban­cos pes­quei­ros si­tu­a­dos na de­sem­bo­ca­dura do Tambre que tam­bém é zona de es­pe­cial con­ser­va­çom da Rede Natura 2000. Estas es­pé­cies som mui vul­ne­rá­veis aos me­tais pe­sa­dos já que som gran­des fil­tra­do­res; de facto uti­li­zam-se por me­dir a con­ta­mi­na­çom nas rias, se no meio há me­tais pe­sa­dos es­tes som bi­o­a­cu­mu­la­dos. Estas es­pé­cies som ana­li­sa­das duas ve­zes ao ano por Intermar, se su­pe­ram os va­lo­res de cád­mio per­mi­ti­dos pola le­gis­la­çom, nom po­dem ser co­mer­ci­a­li­za­das. Estamos a fa­lar da pa­rá­lise da pro­du­çom da ria e da perda do ma­risco desse ano”.

Com es­tes in­for­mes o sec­tor pes­queiro e ma­ris­queiro in­cide na sua pre­o­cu­pa­çom pola de­cis­som da Xunta e anún­cia mo­vi­li­za­çons e de­nún­cias para pa­rar o projeto.

A pla­ta­forma Plademar de de­fesa da ria de Muros e Noia com­posta por ma­ri­nhei­ros e ma­ris­ca­do­ras con­corda no pe­rigo que su­po­ria para esta a re­ac­ti­va­çom da ati­vi­dade da mina de San Finx e Rogelio Santos, o seu pre­si­dente e tra­ba­lha­dor do mar, nom en­tende a au­to­ri­za­çom dada por Augas de Galicia: “Sentimo-nos aban­do­na­dos por to­dos os or­ga­nis­mos que de­pen­dem da Xunta de Galicia. A Consellería de Medioambiente e a Consellería do Mar de­ve­ram ser os ga­ran­tes da con­ser­va­çom e pro­te­çom das nos­sas rias, ainda mais quando cada ano há in­di­ca­do­res que de­mons­tram que está a bai­xar a pro­du­ti­vi­dade nes­tas. Em vez de im­ple­men­tar me­di­das para as pro­te­ger, fa­ci­lita os ver­qui­dos da indústria”.

O Patrom Maior Santiago Cruz, da Confraria de Noia con­corda com Plademar e lem­bra que da ria de Noia de­pen­dem 5 000 fa­mí­lias de ma­neira di­reita e in­di­re­ta­mente, no en­tanto, que a mina “só da­ria tra­ba­lho a 12 pes­soas” e pede “que se cor­rija a in­jus­tiça de ver­quer água con­ta­mi­nada an­tes que seja de­ma­si­ado tarde”.

Pivotal Metals as­se­gura que cum­pre com to­dos os trá­mi­tes exi­gi­dos por ‘Augas de Galicia’

Associaçons eco­lo­gis­tas como Ecologistas em Açom, Greenpeace e Verdegaia as­se­gu­ram que se man­te­ram vi­gi­an­tes cos pas­sos que da Xunta para fa­vo­re­cer a ati­vi­dade mi­neira em Lousame. Manoel Santos, porta-voz de Greenpeace na Galiza in­siste em que “tem con­fi­ança zero na Xunta e na em­presa pola ex­pe­ri­ên­cia pré­via já que nom fo­ram ca­pa­zes de re­sol­ver o das bal­sas e es­com­brei­ras exis­ten­tes du­rante es­tes anos em Sam Fins” e in­dica que a con­ta­mi­na­çom com me­tais pe­sa­dos “é um dos gran­des pro­ble­mas am­bi­en­tais atu­ais pola sua per­sis­tên­cia e to­xi­ci­dade, po­dem per­du­rar cen­tos de anos no meio pola fa­ci­li­dade de acu­mu­la­çom em ani­mais e pran­tas”. Santos lem­bra ade­mais que a Pivotal Metals, Augas de Galicia já lhe de­ne­gara em 2022 “umha au­to­ri­za­çom muito si­mi­lar a de Sam Fins em Varilongo”.

Passado vinculado à corrupçom

O trâ­mite para au­to­ri­za­çom de ver­qui­dos le­vou sete anos en­quanto o ja­zi­mento per­ten­cia a umha fi­lial da mul­ti­na­ci­o­nal es­pa­nhola Sacyr, Tungsten San Finx. Daquela, di­fe­ren­tes en­ti­da­des eco­lo­gis­tas de­nun­ci­a­ram a con­ta­mi­na­çom do Pesqueiras e em 2019 Bernardo Tahoces, ex-di­re­tor de Enerxía e Minas na Xunta (e re­co­lo­cado na atu­a­li­dade como ge­rente da Axencia Galega da Industria Forestal) foi im­pu­tado por pre­va­ri­ca­çom am­bi­en­tal, acu­sado de fa­vo­re­cer a Sacyr com ma­no­bras ile­gais para evi­tar os cus­tos da lim­peza e re­cu­pe­ra­çom am­bi­en­tal da zona afe­tada. Neste mês de abril a Audiencia Provincial re­a­bria a causa con­tra Tahoces, por vá­rios pre­su­mí­veis de­li­tos de fal­si­dade em do­cu­mento pú­blico. Os im­pu­ta­dos men­tí­rom so­bre a na­tu­reza e an­te­ce­den­tes das pre­sas de re­sí­duos mi­nei­ros de Sam Fins, as­sim como da exis­tên­cia de ver­te­du­ras contaminantes.

Num co­mu­ni­cado a Confraria de Noia di que os im­pu­ta­dos “che­gá­rom a afir­mar em 2019 que os de­pó­si­tos de re­sí­duos fa­ziam parte de umha cen­tral hi­dro­e­lé­trica ine­xis­tente. Um ano des­pois, in­for­má­ron que a maior das pre­sas, que fe­cha un vale flu­vial com um muro de for­mi­gom de 50 me­tros de lon­gi­tude e 14 me­tros de an­cho, era parte de um moi­nho de milho”.

O fun­da­dor de Sacyr e ex-pre­si­dente era Luis Fernando Del Rivero Asensio, fi­gu­rante nos pa­péis de Barcenas e im­pu­tado em 2015 pola Audiência Nacional polo su­posto pago de co­mis­sons ao PP.

Este mês de abril re­a­bria-se a causa con­tra Bernardo Tahoces, ex-di­re­tor de ‘Enerxía e Minas’ na ‘Xunta de Galicia’. Tahoces atu­al­mente é ge­rente da ‘Axencia Galega da Industria Forestal’

Joám Evans, porta-voz na pla­ta­forma co­mar­cal que tra­ba­lha para pa­rar os ver­qui­dos, lem­bra as con­di­çons nas que se pro­duz a venda “o tres­passo es­tava con­di­ci­o­nado a que se pu­dera re­a­nu­dar a pro­du­çom da mina e a venda de 1.000 to­ne­la­das de ma­te­rial como mí­nimo. Até o mo­mento Sacyr tres­pas­sou a mina de ma­neira gra­tuita”. Evans con­si­dera a ope­ra­çom coma “um fa­vor po­lí­tico a Sacyr, que te­ria que as­su­mir os cus­tos de res­tau­ra­çom e clau­sura de nom se ter ou­tor­gado a au­to­ri­za­çom de verquidos”.

Diversas denúncias e recursos de alçada

Os fun­ci­o­ná­rios que tra­mi­ta­ram a re­so­lu­çom e a di­re­tora de Augas de Galicia, Maria Teresa Gutiérrez, fo­ram de­nun­ci­a­das por via pe­nal po­las con­fra­rias de Noia e Portosim.

Frente a re­so­lu­çom de au­to­ri­za­çom de ver­qui­dos e con­tra a de­ci­som da Consellería de Infraestruturas de nom ad­mi­tir a sus­pen­som de exe­cu­ti­vi­dade apre­sen­ta­ram um con­ten­ci­oso ad­mi­nis­tra­tivo as Cofrarias de Noia e Portosim, a câ­mara mu­ni­ci­pal de Noia, a Fundaçom Montescola e Ecologistas em Açom.

Ademais esta-se tra­ba­lhando desde as dis­tin­tas as­so­ci­a­çons para vol­ver re­a­brir ou­tros pro­ce­di­men­tos pe­nais ar­qui­va­dos, um so­bre as pre­sas de re­sí­duos mi­nei­ros e ou­tro por nom sub­me­ter a mina a uma ava­li­a­çom de im­pato ambiental.

Evans as­se­gura que desde os jul­ga­dos ga­le­gos tam­bém as dis­tin­tas as­so­ci­a­çons so­fre­ram todo tipo de tra­vas à hora das açons ju­di­ci­ais. Por exem­plo, o jul­gado nú­mero 3 de Santiago obri­gou a Verdegaia de de­po­si­tar 3 000 eu­ros de fi­ança para pros­se­guir coa de­nun­cia, o qual obri­gou à as­so­ci­a­çom a re­ti­rar-se do procedimento.

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