Abel Alves (Ferrol) começou o seu percurso na banda desenhada da mam de clássicos de Bruguera, Ibáñez ou Escobar. Logo de transitar polas tiras cómicas, deixou o papel de desenhador em outras mans para seguir medrando como guionista. A sua última publicaçom conta as aventuras dum ex-bandoleiro e do poeta Eduardo Pondal na Corunha do século XIX.
A BD que tes publicado é mui diferente. Trabalhos históricos como Arán o Armenio e a Tumba de Breogán, ou Segunda Avenida, sobre umha rapariga que descobre que é filha do Espírito Santo.
Nom gosto de me estagnar num género. Gosto de cinema de terror, de cinema histórico e de explorar distintas cousas, se estou muito tempo com o mesmo, canso. Leio um trecho dum jornal, penso em como eu contaria umha história de aí.
Qual é o germolo de A Tumba de Breogán (Demo Editorial, 2018)?
Já tinha pensado no protagonista, Antón, há muito tempo. Queria um aventureiro do estilo do cinema pulp, dos anos 80, duro pero com coraçom. A partir desta personagem, queria narrar muitas histórias, quigem começar com esta como início. O bandoleiro é do século XIX, e decidim introduzir personagens históricas reais: Pondal, Manuel Murguia, Emília Pardo Bazam ou Rosalia de Castro, com licenças, claro, e fantasia. Tinha a época e tinha o protagonista, o melhor era fazê-lo na Galiza. Ademais, na fiçom estas personagens nom estám mui tratadas.
Queria um aventureiro duro, mas com coraçom
Para além de Pondal e Murguia, tem muita presença Emília Pardo Bazám.
Como em Segunda Avenida, gosto de personagens femininas interessantes. Emília Pardo Bazám era ideal para isso, umha pioneira. Feminista reconhecida, enfrentou-se aos intelectuais da época. Tinha que estar sim ou sim. Há umha cena em que lhe dá umha labaçada ao mau da história, com que estou mui contente.
Existe um projeto para que a história vire realidade?
Entre o Concelho e Demo Editorial temos falado de fazer palestras em colégios e bibliotecas. A maior parte da aventura transcorre na Corunha, era bom mostrar a história da cidade através dela.
Tes publicado também em castelám, mas que importância tem para ti fazê-lo em galego?
Publico no Estado Espanhol, tenho projetos em Argentina, mas nom quero deixar de publicar em galego. Na atualidade, tenho projetos com desenhadores galegos e na nossa língua. É mui importante fazer conteúdo em galego, nom temos muito material comparado com o publicado em catalám, por colocar um exemplo.