“Neste juízo o que está baixo acusaçom é o direito dos galegos a participar em política, e também a solidarizar-se com os perseguidos políticos”. Assim começava a falar Ugio Caamanho no seu alegato final, no passado 3 de novembro, na quinta e derradeira sessom do juízo na Audiência Nacional espanhola, em Madri. Nom puido acabar, “é difícil explicar a um inquisidor em que consiste…” e aí o juiz interrompeu “Retire-se”. Foi um feche expressivo que uniu a inquisiçom, o franquismo e o atual regime espanhol. Ugio é umha das 12 pessoas julgadas na operaçom Jaro, com Afonso, Íria, Cake, Joám, Muros, Quique, Salva, Óscar, Antom, Borxa e Sabela. Doze ativistas e duas organizaçons, Causa Galiza e Ceivar, cujo futuro está pendente do que decidir o tribunal presidido por Alfonso de Guevara.
Mas para além das encausadas, umha sentença condenatória pode marcar um novo cerco ainda mais estreito às liberdades civis dentro dum Estado que nos últimos anos tem andado a deixar os marcos da democracia nos seus mínimos históricos. A escusa de “terrorismo” ou apologia do terrorismo é a ferramenta jurídica perfeita para aplacar qualquer dissidência e aplicar o direito penal do inimigo. O resumo do juízo só deixa umha alternativa: absolviçom ou mais umha volta de porca no já asfixiante regime do 78, que segue a deixar à vista os nós com que Franco deixou todo atado. Absolviçom ou ditadura. Esperemos, absolviçom.