Achega-se o verao e com ele a época de alto risco de incêndios nos montes. Porém, neste mês de maio as mobilizaçons da escala de agentes medioambientais estám a colocar o foco nas condiçons laborais deste setor, responsável da extinçom da grande maioria dos fogos florestais. Entre as suas reivindicaçons ante a administraçom incluem-se a aprovaçom dum regulamento de funçons e um acordo sobre as condiçons de trabalho, considerando que o atualmente vigente se encontra obsoleto.
A escala de agentes medioambientais leva meses em negociaçom com a Junta da Galiza para desenvolver dous documentos fundamentais para o seu trabalho: o regime de prestaçom de serviços ‑em que se recolhem as condiçons laborais- e o regulamento de funçons.
Desde outubro de 2017, as organizaçons sindicais e a Direçom Geral da Funçom Pública estám a negociar sobre as condiçons laborais, mas sem conseguir avanços. Por outra banda, os sindicatos CIG e UGT abrírom um contencioso-administrativo contra a Conselharia de Fazenda por inatividade, ao considerar que se incumpria um acordo de setembro de 2016, para abrir nesse mesmo ano a negociaçom sobre o regulamento de funçons.
Atualmente, o conjunto de agentes florestais e medioambientais depende de duas conselharias diferentes. Arredor de 350 agentes dependem da Direçom Geral de Produçom, da Conselharia de Meio Rural, e outros 150 efetivos da Direçom Geral de Património Natural, pertencente à Conselharia de Meio Ambiente e Ordenamento do Território.
Junta quer ampliar período extraordinário
“A campanha de alto risco está a piques de começar e continuamos sem acordo de condiçons de trabalho”
“Cada vez é mais complicado luitar contra os incêndios”, expóm José Manuel Couselo, agente medioambiental, membro da central sindical CIG. Este é um dos motivos do coletivo de agentes medioambientais para reclamar a renovaçom dos seus acordos. Couselo salienta que os acordos atuais estám obsoletos. Em junho de 2004, assinava-se numha mesa de negociaçom o regime de prestaçom de serviços da escala de agentes florestais, por umha vigência de três anos. Porém, quando este acordo se publica no DOG, em março de 2005, o apartado em que se recolhia a vigência do acordo desaparece.
É por esse acordo de 2004 polo que ainda se rege a escala de agentes florestais e medioambientais. Nele estabelecem-se dous períodos, um ordinário de sete meses e outro extraordinário de quatro meses, que coincide com o período de alto risco de incêndios. No ordinário, realizam-se três turnos de 7 horas, agás em fim de semana e feriados, que se efetuam dous turnos de 12 horas. No período extraordinário, estabelecem-se todos os dias dous turnos de 12 horas, com relevos às 8 da manhá e às 20 horas da tarde.
Couselo manifesta que é habitual que na prática essas jornadas laborais de 12 horas sejam mais longas quando se está a trabalhar na extinçom dum incêndio. “Nom se pode fazer um relevo correto entre as quendas pois, se eu estou até as 8 da manhá apagando um incêndio, a essa hora a seguinte quenda está ainda chegando à sua base”, expóm este agente medioambiental. “E entre esse momento e a sua chegada ao incêndio passa o tempo, o qual pode alongar as jornadas de trabalho, chegando às 13 ou 14 horas. Em ocasions, chegou-se a jornadas de 20 horas”, acrescenta Couselo.
Mália estas demandas, no rascunho que apresentou a Direçom Geral da Funçom Pública recolhia-se o aumento do período extraordinário, e polo tanto de essas jornadas de doze horas, até os seis meses. As organizaçons sindicais que participam das negociaçons já apresentárom alegaçons e na última juntança, decorrida neste mês de maio, Funçom Pública prometeu entregar um novo rascunho. José Manuel Couselo explica que desde os sindicatos alegou-se “manter em quatro meses o período extraordinário e baixar o número de horas de presença física, e em período extraordinário fazer quendas de dez horas de manhá, nove de tarde e oito de noite”.
Entre outras reivindicaçons que tenhem a ver com o regime de prestaçom de serviços, encontra-se também a equiparaçom do seu complemento específico ao que cobra o corpo de Guarda-costas, “que trabalham menos horas, fam três quendas e o seu complemento é de 224 euros”, aclara Couselo.
Regulamento de funçons e BIF
O regulamento de funçons para a escala de agentes medioambientais, trataria-se do documento em que se desenvolvem as atividades profissionais que som responsabilidade deste setor. Segundo indica José Manuel Couselo, esse documento nom chegou a redigir-se em nengum momento, existindo apenas umha relaçom de funcons na Lei 2/2000, pola que se criava a escala de agentes facultativos medioambientais.
“Se a administraçom nom aceder ao diálogo valoraria-se umha greve indefinida”
Em abril deste ano, CIG, CCOO e UGT apresentavam um rascunho de regulamento de funçons, solicitando umha reuniom com Meio Rural, Meio Ambiente e a Direçom Geral da Funçom Pública. Ante a falta de resposta, as organizaçons sindicais voltam reclamar a abertura da negociaçom do regulamento, e, finalmente em abril deste ano, decidem abrir um contencioso-administrativo contra a Conselheria de Fazenda ‑órgao do qual depende Funçom Pública- por inatividade administrativa.
“Os agentes medioambientais solicitamos também a criaçom das Brigadas de Investigaçom Florestais (BIF), e que estas se dediquem exclusivamente aos incêndios”, acrescenta Couselo. Este tipo de brigadas já aparecem no Plano de Luita contra os Incêndios Florestais (Pladiga) da Junta, “mas nom existem na prática”, aponta este agente. “Nom existem BIF ativas nos 19 distritos florestais nem há agentes medioambientais dedicados em exclusiva à investigaçom de incêndios, quando som os que melhor conhecem o comportamento do lume, o território, a populaçom…”, declara.
Futuras mobilizaçons
“Intentamos a via do diálogo, mas neste momento a administraçom só se compromete a enviar rascunhos”, expóm Couselo. “A campanha de alto risco está a piques de começar e continuamos sem acordo de condiçons de trabalho”, acrescenta. Ante esta situaçom, a escala de agentes medioambientais nom ficou parada e vem de realizar assembleias em todos os distritos florestais.
Este 24 de maio, umha marcha reivindicativa percorreu Compostela, de Sam Lázaro até Sam Caetano, abrindo um calendário mobilizador em defesa das suas condiçons laborais. Baralha-se umha nova mobilizaçom em junho e “se a administraçom nom aceder ao diálogo, valoraria-se umha greve indefinida em período de alto risco”, afirma Couselo.