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imagem da assembleia das 'creadoras feministas en Galiza', com várias participantes sentadas em círculo

Após a I assembleia nacional de ‘Creadoras feministas en Galiza’

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imagem da assembleia das 'creadoras feministas en Galiza', com várias participantes sentadas em círculo
cre­a­do­ras fe­mi­nis­tas en Galiza

Creadoras Feministas en Galiza surge da ne­ces­si­dade de um te­cido forte de apoio mú­tuo que agrupe mu­lhe­res fe­mi­nis­tas que nos de­di­que­mos à arte e à cul­tura ga­le­gas de qual­quer âm­bito, es­tando tam­bém aberto a cor­pos li­dos mu­lher e iden­ti­da­des di­ver­sas, ex­ceto ho­mens cis. 

Buscamos criar umha rede au­to­ge­rida que luite con­tra dos ma­chis­mos que ainda hoje em dia im­preg­nam a prá­tica ar­tís­tica. Um es­paço se­guro onde par­ti­lhar­mos co­nhe­ci­men­tos, afe­tos e experiências. 

A par­tir da ne­ces­si­dade glo­bal neste se­tor de de­nun­ciar ma­chis­mos, vi­o­lên­cias ins­ti­tu­ci­o­nais, pes­so­ais, co­le­ti­vas, a bre­cha sa­la­rial, etc, as­sim como maus-tra­tos di­re­tos e pes­so­ais con­tra al­gumhas cri­a­do­ras, jun­tamo-nos três im­pul­so­ras deste mo­vi­mento. Nasce desde essa nossa pre­o­cu­pa­çom e po­las más prá­ti­cas so­fri­das de forma in­di­vi­dual, mas sendo ci­en­tes ple­na­mente de que é um pro­blema glo­bal que afeta a todxs. Assim pro­cu­ra­mos ofe­re­cer um es­paço de jun­tança horizontal. 

Ainda es­tám a dar-se os pas­sos ini­ci­ais para a ge­ra­çom dos bra­ços de tra­ba­lho da as­sem­bleia e está por de­fi­nir o có­digo ético de fun­ci­o­na­mento. Contodo, de­va­gar vai-se ao longe, es­ta­mos a re­co­lher to­das as in­que­dan­ças e ache­gas que fô­rom apor­tando xs com­pa­nheirxs criadorxs. 

O co­le­tivo nasce da ne­ces­si­dade de um te­cido forte de apoio mú­tuo que agrupe mu­lhe­res fe­mi­nis­tas de­di­ca­das à arte e à cul­tura galegas

Tivemos o pri­meiro en­con­tro o 12 de Fevereiro, onde es­ta­vam ins­cri­tas mais de 60 cri­a­dorxs. Nessa as­sem­bleia ex­pujo-se com cla­ri­dade a ideia de ge­rar um grupo ho­ri­zon­tal e, desde o res­peito mú­tuo e o apoio, fô­rom todxs xs par­ti­ci­pan­tes jun­tando ideias para as se­guin­tes as­sem­bleias. Como pri­meiro passo es­ta­mos a cons­ti­tuir umha rede se­gura de co­mu­ni­ca­çom onde po­der ex­pres­sarmo-nos e cons­truir desde o cui­dado e au­to­cui­dado. Assim, em­pre­ga­mos a pla­ta­forma de Instagram que re­sulta mui po­tente para di­fun­dir as nos­sas açons, mas re­sol­ve­mos ter um ou­tro ca­nal pri­vado para es­tar­mos em contacto. 

Da mesma forma, acor­dá­rom-se as duas pró­xi­mas açons, bem como a chave ge­ral do que que­re­mos criar. Essas duas açons te­nhem como ob­je­tivo a ge­ra­çom dum di­re­tó­rio de pro­fis­si­o­nais fe­mi­nis­tas da cul­tura e a cri­a­çom dum có­digo ético de prá­ti­cas cul­tu­rais. Embora exista já um có­digo ético de con­tra­ta­çom para o âm­bito das ar­tes cé­ni­cas, ma­ni­fes­ta­mos a ne­ces­si­dade de criar um pro­to­colo que abranja to­das as artes. 

Para nós é im­por­tan­tís­simo que con­ti­nuem a so­mar-se cri­a­dorxs para nom dei­xar de­si­gual­dade nen­gumha sem ser aco­lhida, pois se­gui­mos apren­dendo so­bre lin­gua­gem in­clu­siva e so­bre fios de co­mu­ni­ca­çom: so­mos umha pla­ta­forma em de­cons­tru­çom-cons­tru­çom. Interessa-nos igual­mente que par­ti­ci­pem xs cri­a­dor­xas mais as­sen­tadxs na cul­tura da Galiza, para apor­tar a sua ex­pe­ri­ên­cia e sa­be­do­ria, mas tam­bém aquelxs que se en­con­trem ainda mais mar­gi­nadxs por ou­tros as­pec­tos so­ci­ais que lhes im­pe­dam ache­gar-se à cri­a­çom: con­ci­li­a­çom fa­mi­liar, falta de re­cur­sos, mu­lhe­res mi­gran­tes, mu­lhe­res ra­ci­a­li­za­das, pes­soas trans, pes­soas de gé­nero nom bi­ná­rio… É claro que neste âm­bito o maior nú­mero de con­tra­tos, ex­po­si­çons, pro­je­tos, etc. som ou­tor­ga­dos a ho­mens bran­cos; sendo ci­fras tam di­fe­ren­ci­a­das, que re­sulta in­sul­tante em 2023 con­ti­nuar nesta linha. 

É im­por­tan­tís­simo que con­ti­nuem a so­mar-se cri­a­dorxs para nom dei­xar de­si­gual­dade nen­gumha sem ser aco­lhida, pois con­ti­nu­a­mos a apren­der so­bre lin­gua­gem in­clu­siva e so­bre fios de comunicaçom

Por isso e por mui­tís­si­mas ques­tons im­plí­ci­tas no pa­tri­ar­cado e nes­tes âm­bi­tos de mar­gens tam apa­ga­das por causa do “gé­nio cri­a­dor”, nasce esta as­sem­bleia. Para es­ta­be­le­cer pa­râ­me­tros de cui­dado do sec­tor e da nossa co­mu­ni­dade, mas tam­bém para fa­zer açons de de­nún­cia sob um nome co­le­tivo e anô­nimo, com o qual pro­te­germo-nos juntxs ante o agres­sor pa­tri­ar­cal, tal e como fi­gé­rom de jeito tam in­te­li­gente e ge­ne­roso as Guerrilla Girls desde a dé­cada de 80. A este res­peito, há neste mo­mento umha ex­po­si­çom to­tal­mente ne­ces­sá­ria so­bre este co­le­tivo no CGAC, pa­tente até 18 de junho. 

Para for­mar parte da as­sem­bleia, po­des se­guir-nos no Instagram e ins­cre­ver-te no link da nossa bio, as­sim como es­cre­ver-nos um email ou men­sa­gem. Esperamos-te. 

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