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As mudanças reais encetam-se a partir de abaixo, do local”

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O Quilombo che­gou a Ponte Vedra com o ob­je­tivo de abrir um cen­tro so­cial na ci­dade do Lérez. Esta as­so­ci­a­çom deu-se a co­nhe­cer por volta do 25 de abril, data da Revoluçom dos Cravos, umha lem­brança com a que, polo seu sig­ni­fi­cado an­ti­fas­cista, qui­gé­rom ini­ciar a sua an­daina. Até hoje, fô­rom re­a­li­zando ati­vi­da­des em di­fe­ren­tes pon­tos da ci­dade, como a pro­je­çom ‘O can­teiro de Sebil’ ou o pas­seio das er­vas de Sam Joám, com o que tam­bém de­nun­ci­a­ram as res­tri­çons mu­ni­ci­pais a esta festa popular.

Quais som as ca­ra­te­rís­ti­cas dos mo­vi­men­tos as­so­ci­a­ti­vos da ci­dade de Ponte Vedra? O que trai de novo O Quilombo para es­tes movimentos?
Ponte Vedra tem umha pre­sença va­ri­ada de or­ga­ni­za­çons e co­le­ti­vos, ainda que es­tes nom te­nhem a mesma força nem a mesma com­ba­ti­vi­dade do que nou­tras ci­da­des. Destacam a luita con­tra a fá­brica de ENCE —coa Associaçom pola Defensa da Ria à ca­beça— e o mo­vi­mento an­ti­tou­ra­das —Touradas fora de Ponte Vedra—. Achamos, que, em certa me­dida, o mo­vi­mento de base viu-se ins­ti­tu­ci­o­na­li­zado e mi­ni­mi­zado com a che­gada do BNG ao Concelho. Nós que­re­mos cons­truir desde a base, co­la­bo­rando com os mo­vi­men­tos po­pu­la­res e com as as­so­ci­a­çons, co­or­de­nando-nos e es­ten­dendo as ilu­sons e os ob­je­ti­vos de pro­gresso social.

Tendes pro­je­tada a aber­tura de um cen­tro so­cial na ci­dade, por que um es­paço assim?
Empregaremos o cen­tro so­cial para ofe­re­cer con­teú­dos cul­tu­rais, so­ci­ais e po­lí­ti­cos que mui­tas ve­zes nom som ofe­re­ci­dos nou­tros es­pa­ços. O lo­cal ga­ran­ti­ria-nos a au­to­no­mia do pro­jeto cul­tu­ral. Aliás, ser­vi­ria de base para o mo­vi­mento po­pu­lar de Ponte Vedra e de ponto de en­con­tro para quem de­se­jar mu­dar a ci­dade, o país e o mundo.
Quanto à aber­tura, agora mesmo es­ta­mos cen­tra­das na pro­cura dum lo­cal e em ga­ran­tir um nú­mero de só­cias que nos per­mita po­der tra­tar das des­pe­sas que um alu­guer acarreta.

"Sem descartar nada, achamos que umha ferramenta plural e versátil como o centro social é mui útil, pois permite trabalhar e coordenar diferentes luitas que se encontram nas ruas a diário"

Entre os vos­sos ob­je­ti­vos en­con­tram-se a luita con­tra o pa­tri­ar­cado e a rei­vin­da­çom da au­to­de­ter­mi­na­çom para a Galiza, que pas­sos acha­des que po­dem ser da­dos a par­tir do lo­cal para avan­çar nes­tas luitas?
As mu­dan­ças re­ais é a par­tir de abaixo, do lo­cal, que se en­ce­tam. Só um povo auto-or­ga­ni­zado tem po­der e ca­pa­ci­dade de de­fen­der e de avan­çar na con­quista dos seus di­rei­tos. Som mul­ti­tude as ati­vi­da­des e for­mas de che­gar às nos­sas vi­zi­nhas. Sem des­car­tar nada, acha­mos que umha fer­ra­menta plu­ral e ver­sá­til como o cen­tro so­cial é mui útil, pois per­mite tra­ba­lhar e co­or­de­nar di­fe­ren­tes lui­tas que se en­con­tram nas ruas a diário.

Também que­re­des fo­men­tar o con­sumo lo­cal e eco­ló­gico, ten­des pre­pa­rada al­gumha ini­ci­a­tiva neste sentido?
Várias das pes­soas que fam parte do pro­jeto som pro­du­to­ras. Além das ati­vi­da­des que po­dam vir a sur­gir, co­la­bo­ra­re­mos com o mer­cado lo­cal e eco­ló­gico da co­marca, o 4Ponlas, e com ou­tros pro­je­tos que vaiam na mesma di­re­çom: criar al­ter­na­ti­vas à in­dús­tria agroalimentar.

Nas re­des so­ci­ais em­pre­ga­des umha lin­gua­gem nom se­xista, por que con­si­de­rais ne­ces­sá­rio o em­prego de esta linguagem?
Na nossa Assembleia Constituinte apro­va­mos uti­li­zar umha lin­gua­gem in­clu­siva, tanto o “e” como o “a”, ou ou­tras fór­mu­las. Isto fa­zemo-lo polo mesmo mo­tivo polo que nom em­pre­ga­mos umha lin­gua­gem ra­cista ou clas­sista: para nom re­pro­du­zir a opres­som. A lin­gua­gem nom é neu­tral, con­fi­gura-se se­guindo as ca­rac­te­rís­ti­cas da re­a­li­dade so­cial e, por sua vez, de­ter­mina a re­a­li­dade. Nom que­re­mos per­pe­tuar o pa­tri­ar­cado na linguagem.

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