Vudú som Belém Tajes (teclado e vozes) e Maritxinha (baixo e loops). Despois de dous anos misturando blues, funk, soul e musica tradicional galega dumha forma mui artística, o próximo dia 16 de dezembro estrearám o seu novo trabalho no Garufa Cub da Corunha.
Dous anos de trajetória como dueto e já conseguistes grandes cousas, entre elas, um som bem característico e cheio de matizes. Como chegades até aqui?
A verdade é que tivemos e estamos tendo muita sorte. Neste curto caminho nom deixamos de cruzar-nos com pessoas que nos apoiam e gozam da musica que fazemos. Se estamos aqui é graças ao apoio de todas essas pessoas.
Umha das cousas mais ricas e que mais chama a atençom da vossa musica é a indiscutível presença da tradiçom galega, que se reflete em temas como ‘Moreniña’. Até que ponto diríades que isto é importante na hora de definir-vos como artistas?
Nom é importante, é importantíssima a tradiçom oral e musical que utilizamos em Vudú. Em parte é umha aposta em que todas essas cantigas nom se esqueçam, e também por dar-lhes umha vida diferente misturando-as com outro tipo de musicas e ritmos mais atuais. Algumhas das cantigas que utilizamos em Vudú eram cantadas polas minhas avoas (Belém). Para mim é mui importante manter vivas essas musicas em que eu me criei.
Em cada atuaçom encontramos um teclado, um baixo e umha voz. Qual é o segredo para conseguir tanto com tam pouco?
A verdade é que nom sabemos se conseguimos tanto, mas obrigadas! As duas pensamos que menos sempre é mais, essa é umha das premissas nas quais baseamos este projeto. Quiçá a chave está em que a formaçom nom é nada habitual e a musica tampouco, e já depois a magia do Vudú fai o resto.
Como musicas, fazedes parte dessa minoria de mulheres sobre o cenário. Qual é a melhor arma que devemos utilizar para reverter esta situaçom?
A melhor arma é provavelmente o exemplo. É importante protestar, reivindicar e que chegue a mensagem de que precisamos mais mulheres na cena, mas é mais importante nom tirar-nos pedras entre nós mesmas. Cremos que devemos apoiar todo projeto feminino para que saia adiante, já que é um dever de todas. Outra cousa que nós especialmente reivindicamos é nom só a presença feminina no cenário como cantora, senom como música e instrumentista, compositora, técnica de som, iluminaçom… Temos de chegar a ter presença em todos os sectores da cena. Ainda resta muito por andar neste sentido.
Pouco falta para a saída do vosso próximo disco. Que vamos encontrar nele? Aguarda-nos algumha surpresa?
A verdade é que no disco mudamos algumhas cousas que fazemos no direto habitual. Este disco soa mais pop e contamos com umhas colaboraçoms fantásticas: Wöyza, Nico Vieites (Misterioso viaje a Holanda), Adrián Seijas (Xoel López) ou Nata Álvarez (Swingdigentes). Como surpresa há umha versom de ‘Umha noite na eira do trigo’, que nom deixará indiferente ninguém.
Cara a onde caminhará Vudú nos vindoiros anos?
Isso nunca se sabe. Tivemos ocasiom de participar no XV aniversário de Dakidarría e nom puidemos evitar imaginar como seria chegar a cumprir quinze anos de Vudú. Nom sabemos cara a onde caminhará, mas estamos encantadas de dar passos seguros, como este primeiro disco e, sobretodo, gozar com o que fazemos.