Periódico galego de informaçom crítica

As mulheres temos um papel mui relevante na inovaçom”

por
Uxía | isa­bel leal

Há mais de 30 anos que an­das a es­pa­lhar a mú­sica ga­lega polo mundo fora. Como ava­lias a tua evo­lu­çom como mú­sica ao longo deste tempo?
Antes pre­o­cu­pava-me mais com o ar­ti­fí­cio, e creio que ao longo des­tes anos fum bus­cando todo o con­trá­rio. Cada vez vou ten­tando que a voz te­nha mais pro­ta­go­nismo e que os ins­tru­men­tos es­te­jam ao seu ser­viço. Tem que ha­ver ver­dade na mú­sica e na voz, e tam­bém na­quilo que que­res trans­mi­tir. 

Despois de su­bi­res a ce­ná­rios de todo o mundo e le­va­res a cabo tan­tos pro­je­tos como o Cantos na Maré, que di­rias a aque­les que ainda su­bes­ti­mam o pa­pel da mu­lher na mú­sica galega?
As mu­lhe­res fô­rom trans­mis­so­ras de toda a sa­be­do­ria mu­si­cal de jeito oral e prin­ci­pal­mente as­su­mí­rom esse pa­pel e de­pois fô­rom cri­a­do­ras ao longo de todo este tempo. Som fun­da­men­tais e  di­ria que tam­bém te­nhem de­sem­pe­nhado um pa­pel mui grande em to­dos es­tes úl­ti­mos anos. Nestes mo­men­tos, as mu­lhe­res te­mos um pa­pel mui re­le­vante na ino­va­çom e na ori­gi­na­li­dade das pro­pos­tas, no risco e na va­len­tia. Creio que a grande re­vo­lu­çom virá pola mao das mu­lhe­res e es­pero que seja no sé­culo XXI. A in­jus­tiça e a vi­o­lên­cia ma­chista nom dei­xam que as nos­sas ás me­drem, e te­mos que lui­tar para ser mais li­vres e mais nos­sas. 

As mulheres fôrom transmissoras de toda a sabedoria musical de jeito oral e principalmente assumírom esse papel e depois fôrom criadoras ao longo de todo este tempo

 

Havendo tan­tas mu­lhe­res mú­si­cas e com pro­je­tos na Galiza, como pode­mos aca­bar de vez com esta invisi­bi­li­dade?
Creio que o se­gredo está fun­da­men­tal­mente na nossa cum­pli­ci­dade. Devemos en­ten­der que se nos jun­ta­mos, re­al­mente po­de­mos ache­gar ou­tra olhada do mundo e essa pode ser umha das saí­das. Felizmente, isto já se dá de forma na­tu­ral, já que so­mos to­das bas­tante ami­gas, en­ten­demo-nos bem e há muita cum­pli­ci­dade e ami­zade. Eu pro­curo apren­der de to­das as mi­nhas com­pa­nhei­ras. A al­gumhas to­cou-nos pe­le­jar um pouco para ser­mos mais vi­sí­veis e ou­tras te­nhem esse ca­mi­nho um pouco mais di­fí­cil, mas te­mos que im­pul­sar o nosso dis­curso pró­prio e vi­si­bi­li­zar a au­to­ria das nos­sas can­çons e mos­trarmo-nos mui or­gu­lho­sas do que fazemos.

Qual di­rias que é a nossa realidade?
Há um vi­veiro enorme, e te­mos que ter em con­si­de­ra­çom o que está por vir e o que está aí la­tente. Por isto há que em­po­de­rar-se e to­mar cons­ci­ên­cia do  va­lor pró­prio e nom es­tar ao ser­viço do dis­curso pa­tri­ar­cal, mas do nosso como mu­lhe­res. Estamos fa­lando dum es­paço tam enorme das mu­lhe­res que quem nom o veja as­sim ou está cego ou nom co­nhece bem a re­a­li­dade mu­si­cal ga­lega. Penso que é de jus­tiça va­lo­ri­zar o tra­ba­lho de to­das e cada umha de nós. 

 

O último de Cultura

Sinal de tráfico no Canada, bilingue, onde se lê 'Stop' e 'Arrêt'.

Galiza plurilingue 

Na atual sociedade global, o conceito de língua autóctone é pouco mais
Ir Acima