Periódico galego de informaçom crítica

Assumi o negócio da família para continuar a cuidar das pessoas que desejam desfrutar da música”

por
Tomé Mouriño é ge­rente d’A Grileira. 

A Grileira é uma loja de música e instrumentos artesanais com uma longa história no bairro de Sar, em Santiago de Compostela. Especializada na música de raiz, A Grileira que conhecemos hoje é o resultado do trabalho e carinho de duas gerações. Tivemos a oportunidade de conversar com o atual gerente, Tomé Mouriño, para conhecer a história deste modesto e acolhedor local, que há tantos anos se mantém firme no número 16 da rua do Sar. 

Tomé, po­des con­tar-nos a his­tó­ria d’A Grileira? 
Bem, A Grileira é uma loja que meu pai abriu há quase 40 anos. Ele tra­ba­lhava como luthier numa ofi­cina de ins­tru­men­tos, e foi a par­tir daí que sur­giu a ideia de ex­pan­dir a va­ri­e­dade de ma­te­ri­ais dis­po­ní­veis para os cli­en­tes, es­pe­ci­a­li­zando-se na tra­di­ção ga­lega, como tam­bo­res, pan­dei­re­tas, acor­deões, gai­tas… Na ver­dade, o nome da loja é uma re­fe­rên­cia a uma gaita afi­nada em Ré, a gaita grileira. 

Desde en­tão, A Grileira con­so­li­dou-se como uma das lo­jas de mú­sica de re­fe­rên­cia em Compostela, sem­pre man­tendo uma es­treita re­la­ção com as cli­en­tas, se­jam aque­las que es­tão co­me­çando e pro­cu­ram ori­en­ta­ção ou aque­las que de­se­jam apro­fun­dar seus co­nhe­ci­men­tos ou sim­ples­mente cui­dar de seus ins­tru­men­tos. Trabalhamos com pro­du­tos ar­te­sa­nais sem­pre que pos­sí­vel e va­lo­ri­za­mos o co­mér­cio lo­cal e os prin­cí­pios sólidos. 

Com o pas­sar do tempo, meu pai se apo­sen­tou e eu as­sumi o ne­gó­cio para con­ti­nuar cui­dando das pes­soas que de­se­jam des­fru­tar da arte que é a mú­sica. Atualmente, es­ta­mos bus­cando es­ta­be­le­cer uma co­ne­xão en­tre di­fe­ren­tes cul­tu­ras e seus ins­tru­men­tos, par­tindo da mú­sica ga­lega e vi­sando ex­pan­dir para ou­tros lugares. 

Em re­la­ção ao in­te­resse na tra­di­ção, você man­tém con­tato com ven­de­do­res ou fa­bri­can­tes por­tu­gue­ses? Como é a re­la­ção en­tre as cul­tu­ras da Galiza e do Norte de Portugal?
Após uma vi­a­gem que fiz aos Açores, fi­quei fas­ci­nado com uma gui­tarra: a vi­ola dos três co­ra­ções. Também co­nheci vá­rios mú­si­cos que car­re­ga­vam con­sigo ins­tru­men­tos por­tu­gue­ses e per­cebi a ri­queza exis­tente em Portugal em ins­tru­men­tos de corda pul­sada, como a vi­ola ama­ran­tina, a bei­roa, a bra­guesa, a de arame, etc. 

Dessa pai­xão sur­giu a ideia de co­la­bo­rar com ar­te­sãos por­tu­gue­ses, que ainda man­te­mos até hoje, tra­ba­lhando com eles nos ca­sos em que os cli­en­tes es­tão in­te­res­sa­dos em ex­plo­rar ins­tru­men­tos de corda pul­sada que não se­jam a gui­tarra clás­sica convencional. 

A loja tam­bém é usada como lo­cal de en­saio para DeNinghures, cor­reto? No que o grupo está tra­ba­lhando no mo­mento?
Sim, é ver­dade! Acabamos de con­cluir a apre­sen­ta­ção do nosso pri­meiro tra­ba­lho com cerca de 30 atu­a­ções em turnê pela Galiza. Atualmente, es­ta­mos fo­ca­dos em fi­na­li­zar no­vos pro­je­tos, como o nosso mais re­cente lan­ça­mento, Morena, e de­sen­vol­ver uma es­tra­té­gia para le­var o pro­jeto a ou­tros pon­tos da península. 

O último de Contracapa

Ir Acima