
No passado mês de novembro, o processo aberto na Audiência Nacional espanhola contra 12 independentistas dava um giro de 360 graus. Com a investigaçom judicial e policial já fechada, a Fiscalia decide incluir na acusaçom coletiva um crime de “pertença a banda criminosa para o enaltecimento do terrorismo” (sic), que implicaria, no caso de se materializar, quatro anos de prisom adicionáveis aos impostos por “enaltecimento do terrorismo”. Somando um total de 102 anos de prisom, com penas que vam de 4 a 12 anos; umha extorsom económica global de 348.000 euros e a suspensom de direitos civis e laborais das pessoas processadas – emprego público, participaçom em concursos públicos, participaçom eleitoral, etc. –
Perante esta situaçom, ativa-se umha campanha, de socializaçom e denúncia do processo, sem precedentes nos últimos anos na Galiza, acorde com o ataque às liberdades democráticas e os direitos civis mais primários que representa a montagem da Operación Jaro. Para dar umha resposta de pais, ampla e plural, articula-se um Comité de campanha, composto por membros do Coletivo de processadas e de diferentes pessoas ligadas a âmbitos tam variados como os culturais, sindicais ou político.
É por meio deste Comité de campanha que se estám a articular por todo o País iniciativas que abrangem desde a realizaçom de concertos ou palestras ate atividades desportivas. Além destas iniciativas, estám a ter lugar reunions informativas e de procura de compromissos com agentes sociais, sindicais e políticos, por parte do Coletivo de processadas. Como apontam no próprio coletivo: “a solidariedade e o envolvimento de setores amplos da sociedade é fundamental para quebrar a intoxicaçom mediática e superar o silêncio informativo”. Daí a necessidade de articulaçom da resposta, nom só através do Comité de campanha, mas também com a criaçom de assembleias por todo o País que levem diretamente à rua a denúncia.
Assembleias locais
Durante os primeiros meses do ano, em vilas e cidades como Vigo, A Guarda, Ourense, ou Boiro, ativárom-se assembleias locais ou comarcais de denúncia do processo político-judicial. As assembleias som de carácter aberto e desde a sua constituiçom continuam a somar participantes. A primeira funçom destas assembleias foi a de informar em primeira mão de qual é o estado atual do processo, com a participaçom dos próprios processados e processadas, assim como dos seus advogados. A segunda funçom, e mais importante, é a de constituir-se como grupos de trabalho, para assim realizar diferentes açons de agitaçom e propaganda; como a confeçom de murais, a colagem de cartazes, mesas informativas, etc. Todas estas açons vam encaminhadas a socializar o processo e levá-lo à rua, superando assim a censura informativa por parte dos meios do regime.
Concertos, atividades desportivas, assembleias informativas e eventos culturais estám à espera de novas datas após os cancelamentos causados pola crise sanitária.
Iniciativas culturais e desportivas
Sob a legenda “Sons Solidários” nasce umha iniciativa musical, promovida polo Comité de campanha, onde diferentes grupos do País se estám a somar para tocar em defesa dos direitos civis e políticos de todas e denunciar o salto qualitativo que pode significar a sentença da “Operación Jaro” em termos de involuçom democrática. O primeiro destes concertos estava programado em Ponte-Vedra no Liceu Mutante, no dia 28 de março, seguido doutro concerto em Mós, programado num primeiro momento para 4 de abril, adiados os dous temporariamente. O rendimento económico tirado da realizaçom destes concertos é destinado na íntegra ao financiamento da campanha nacional de denúncia do julgamento político.

Fica no ar também a realizaçom doutro evento cultural, que o Comité de campanha define como: “umha eclosom artística polos direitos civis”. No evento participaram um número ainda por determinar de poetas e regueifeiras, com a possibilidade da participaçom, nalgumha das cidades e vilas escolhidas, de conta-contos. A data prevista para esta iniciativa é 5 de junho em 10 localidades diferentes do País: Compostela, Burela, Corunha, Ferrol, Lugo, Ponte-Vedra, Vigo, Guarda, Ourense e Boiro.
O mundo do desporto de base também se está a somar à campanha com a iniciativa “Desporto Galego Comprometido com os Direitos Civis”. Diferentes eventos estavam programados nestas datas: jornadas de futebol gaélico, roteiros e até um campeonato de futebol 7. Como o resto de iniciativas que já estavam programadas durante estas semanas, o Comité espera que poidam ser retomadas e fixar umha nova data, umha vez concluído o estado de alarme.
Iniciativa nas redes
Outro dos âmbitos onde a campanha está a ser mui intensa é na Rede. Através das contas no Twitter @12_empe e @JaroTodas, Facebook e Instagram do Coletivo de processadas e do Comité de campanha, está-se informando diariamente de todas as novas, movimentos e atividades que se estám a materializar por todo o território nacional. No blogue das processadas, 12empe.wordpress.com, também se disponibiliza um resumo de todo o processo, assim como de notícias, lista de apoios nacionais e internacionais e diverso material disponível.
Umha das iniciativas mais destacáveis, e como umha parte da campanha de sensibilizaçom social nas redes, é a ediçom dumha série de vídeos breves em que as processadas, da sua ótica individual, exponhem o que julgam oportuno sobre a experiência política e vital em relaçom com o processo judicial. Todos os vídeos editados até o momento estám disponíveis no canal do Youtube do Coletivo de processadas.
Reunions com agentes políticos e sociais
Além de todas as iniciativas anteriores, durante os últimos meses, o Coletivo de processadas está a realizar umha série de reunions com diferentes organizaçons e entidades de diversa índole para expor a evoluçom do processo penal e as linhas gerais da campanha, assim como para propor compromissos concretos para a socializaçom da denúncia. Esculca, BNG, CIG, Marcha Mundial das Mulheres, Briga ou Erguer encontram-se-se nesta longa lista de contactos que já se realizárom até o momento e que nas próximas semanas se ativaram após concluir o estado de alarme decretado polo governo do estado por causa da crise do coronavirus.