Periódico galego de informaçom crítica

Cara a umha nova normalidade?

por
sara guer­rero

Disque as cri­ses som opor­tu­ni­da­des e, as­sim sendo, som-no para to­dos os dis­cur­sos. Novos ce­ná­rios abrem-se para quem oprime e para quem so­fre a opressom.

Por parte do po­der es­ta­tal a ex­pres­som mais es­cla­re­ce­dora do re­forço que está a ex­pe­ri­men­tar nas suas di­nâ­mi­cas de re­pres­som e con­trole som as con­fe­rên­cias de im­prensa com mi­li­ta­res pe­rante as câ­ma­ras, as ruas em maos da po­lí­cia e da lei da mor­daça, e mesmo as de­no­mi­na­das ‘po­lí­cias de bal­com’ que in­cor­po­ram no­vos olhos ao pa­nóp­tico em que se con­ver­té­rom as nos­sas ci­da­des e vilas.

Por ou­tro lado, tam­bém para a ex­trema-di­reita –parte do po­der que se en­con­tra em pugna per­pé­tua por li­de­rar o con­trole so­cial– está a ser este um mo­mento de opor­tu­ni­da­des, in­ten­si­fi­cando a sua cam­pa­nha de­sin­for­ma­tiva po­las re­des sociais.

Da parte das clas­ses po­pu­la­res este mo­mento pode aju­dar a abrir pers­pe­ti­vas e am­pliar o ima­gi­ná­rio do pos­sí­vel. Se nesta crise viu-se que o es­tado pode in­ter­vir re­si­dên­cias ou re­gu­lar o preço das más­ca­ras, por­que nom rei­vin­di­car a in­ter­ven­çom de se­to­res fun­da­men­tais para a vida das pes­soas como a ha­bi­ta­çom, pa­ra­si­tada desde há anos pola es­pe­cu­la­çom? A crise en­sina-nos que de­fen­der a vida é o fun­da­men­tal. Por um lado, atra­vés da con­for­ma­çom de re­des de apoio mú­tuo e prá­ti­cas de au­to­ges­tom po­pu­lar e, por ou­tro, atra­vés de rei­vin­di­ca­çons po­lí­ti­cas ra­di­cais fun­da­men­ta­das na de­fesa dos di­rei­tos so­ci­ais de to­das as pes­soas, como po­dem ser umha renda bá­sica uni­ver­sal, a re­gu­la­ri­za­çom das pes­soas mi­gran­tes ou a de­fesa de um sis­tema de saúde universal.

O que fica claro nesta crise é que nom va­mos vol­tar à ve­lha nor­ma­li­dade, umha re­a­li­dade que era já opres­siva, vi­o­lenta e ex­clu­dente. Esta crise há dei­xar ainda um pa­no­rama mais de­mo­le­dor e pro­va­vel­mente as mar­gens da ex­clu­som so­cial se alar­guem. A “nova nor­ma­li­dade”, termo que já está a ser uti­li­zado po­los ges­to­res da crise, terá de tra­zer tam­bém umha ano­vada cons­ci­ên­cia da vida e do co­mum para po­der con­ti­nuar no ca­mi­nho de umha so­ci­e­dade mais justa

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