Um dos rituais celtas para festejar a chegada do mês de maio consistia em prender fachos nos outeiros, celebrando assim o agromar das flores como futuro fruto e, portanto, também de novas sementes. O mês de maio comporta a celebraçom da primavera, da vida, da fecundidade e da renovaçom. Precisamente alborejando este mês, tivo lugar em Compostela entre os dias 6 e 8, o Encontro da Confederaçom de MRP (Movimentos de Renovaçom Pedagógica), um facho que ficou prendido e colaborou a nutrir as sementes para a renovaçom pedagógica na Galiza.
Centrado no debate arredor dos desafios da escola rural, o XXXIII Encontro da Conferaçom de MRP, contribuiu para fortalecer os vínculos entre diferentes agentes educativos que acreditam e luitam por alternativas ao panorama educativo vigente para a sua transformaçom num modelo ético, crítico, inclusivo, científico, laico, democrático e que inclua a partipaçom na sociedade para o seu desenvolvimento.
A renovaçom pedagógica ou é fruto da organizaçom e do trabalho partilhado ou nom é
Precisamente com estes princípios nascia há quase quarenta anos o Movimento de Renovaçom Pedagógica na Galiza, Nova Escola Galega (NEG), caminhando com a finalidade de impulsar o trabalho de renovaçom pedagógica e de galeguizaçom linguística e curricular do sistema educativo da Galiza. Promovida por NEG, podemos ler hoje a única publicaçom existente na nossa língua e editada em papel ligada à educaçom: a Revista Galega de Educación.
Ambos órgaos promovem e requerem do trabalho coletivo para existirem, lembrando-nos que a renovaçom pedagógica ou é fruto da organizaçom e do trabalho partilhado ou nom é.
Assistimos nos últimos tempos à efervesciência de reconhecimentos que alimentam um enfoque neoliberal dos processos de aprendizagem
Assistimos nos últimos tempos à efervescência de reconhecimentos e prémios ‑com a sua correspondente ressonância nos meios de comunicaçom- que ponhem ênfase no papel individual docente para a “melhora educativa” e a costumeira mal interpretada “inovaçom”. Estes contribuem para alimentar um enfoque neoliberal dos processos de aprendizagem e promovem valores relacionados com a competitividade, ao assumirem implicitamente que “a excecionalidade” dum só didata pode ser suficiente para mudar a complexidade educativa. É responsabilidade de todas organizar-nos para sementar, cuidar e ver florir o horizonte pedagógico da Galiza.