Desde 2018 a Comunidade de Montes de Tameiga e as comunidades de águas desta paróquia do concelho de Mós ‑no periurbano viguês- estám em luita contra o projeto do Real Club Celta de Vigo SAD para construir um centro comercial nos seus montes. Este projeto é definido como “pelotaço urbanístico” polos seus opositores, quem denunciam a especial afeçom que terám as traídas de água se sair adiante a modificaçom pontual do PGOM de Mós que promoveu a alcaldesa Nidia Arévalo, do PP.
O projeto do Celta de Vigo para a construçom dum centro comercial nos montes comunais de Tameiga ocupa uns 80 hectares. Estes montes, que se encontram numha parte alta do concelho de Mós, contam com vários pontos de captaçom de águas para as traídas vizinhais. Esta zona, que se estende do Centro Socio-Cultural e Desportivo As Pedrinhas até os montes de Pereiras em que já se estám a fazer as obras de novos campos de futebol para o Celta, atualmente encontra-se cheia de faixas e cruzes lembrando que ‘O monte é vida’ e assinalando a alcaldesa de Mós, Nidia Arévalo, e o presidente do clube de futebol viguês, Carlos Mouriño, como responsáveis da ameaça para o monte que é o projeto do centro comercial.
Antonio Cajide, presidente da Comunidade de Montes de Tameiga, expom como se foi conhecendo o projeto. “A princípios de 2017 recebemos chamadas dos diretivos do Celta. Queriam fazer um centro comercial em Tameiga e campos de futebol em Pereiras e perguntavam como poderiam fazer-se com os terrenos”, indica Cajide. A Lei de Montes impede a venda de montes comunais, polo que as únicas opçons seriam a permuta ou aluguer, “e todo isto sempre com a aprovaçom da assembleia”, salienta Cajide. A necessidade de ter os montes em propriedade fijo que o Celta descartasse a opçom do aluguer num começo, para depois também rechaçar a permuta, “que seria de oito a um”, assinala o presidente da comunidade de Tameiga.
“A princípios de 2017 recebemos chamadas dos diretivos do Celta. Queriam fazer um centro comercial em Tameiga e campos de futebol em Pereiras e perguntavam como poderiam fazer-se com os terrenos”, indica Antonio Cajide, presidente da Comunidade de Montes de Tameiga.
Em outubro de 2018, celebrava-se umha assembleia dos comuneiros de Tameiga em que se valorava o projeto do Celta de Vigo. A votaçom foi um rotundo ‘nom’. “Somos algo mais de 300 famílias e aquele dia só três pessoas votárom a favor do centro comercial”, assinala Cajide.
Arévalo modifica o PGOM
Assim, a única opçom para que sair adiante o projeto do Celta de Vigo seria umha expropriaçom forçosa, em que se demonstre um interesse público que prevaleça sobre o monte, e, neste caminho, Carlos Mouriño encontrou umha aliada na alcaldesa de Mós, Nidia Arévalo, quem em setembro de 2019 consegue aprovar, com toda a oposiçom em contra, umha modificaçom pontual no PGOM de Mós para mudar o uso florestal dos montes de Tameiga “para aproveitar as potencialidades do concelho para localizar novos investimentos”, segundo expunha o Concelho de Mós nas suas redes sociais. Cajide lembra que o pleno em que se aprovou a modificaçom do PGOM nom foi um pleno normal: “O paço de Mós foi blindado com agentes da Guardia Civil. Mesmo o dia anterior havia agentes a inspecionar a rede de saneamento ou os tetos falsos. Nesse mesmo dia, encheram o salom do pleno horas antes com gente afim à alcaldesa”.
A única opçom para que sair adiante o projeto do Celta de Vigo seria umha expropriaçom forçosa, em que se demonstre um interesse público que prevaleça sobre o monte.
Umha semana antes, acontecera algo semelhante no Multiusos de Mós. Arévalo convocara numha juntança a vizinhança de Tameiga para expor a modificaçom pontual do PGOM. “Mesmo umha hora antes já havia gente dentro”, expom Cajide. A Polícia Local e a Guardia Civil impediram a entradas da vizinhança crítica com o centro comercial. Várias pessoas foram identificadas e 27 integrantes da comunidade de montes denunciadas.
As mobilizaçons nas ruas por parte dos coletivos que se oponhem ao centro comercial fôrom sucendendo-se nestes últimos anos. A última delas, umha concentraçom durante o ato de colocaçom da primeira pedra da cidade desportiva do Celta nos vizinhos montes de Pereiras. Mas nom só as mobilizaçons foram na rua, pois após a aprovaçom no pleno municipal da modificaçom do PGOM a comunidade de montes mobilizou-se para apresentar milheiros de alegaçons contra esta iniciativa.
Relatórios negativos
A modificaçom do PGOM promovida por Nidia Arévalo tem que contar ainda com a aprovaçom da Junta da Galiza, umha decisom que pode ver-se afetada polo novo calendário eleitoral. No entanto, vários relatórios estám a colocar aspetos negativos do projeto de centro comercial para os montes de Tameiga. Em janeiro deste ano, o ministério espanhol de Fomento emitia um relatório desfavorável ao projeto de centro comercial em Tameiga. Segundo foi recolhido polos meios de comunicaçom, um dos pontos de conflito com o ministério seria a construçom dos acessos da autoestrada A55 na altura de Puxeiros, um tramo de concentraçom de acidentes. Também a Deputaçom de Ponte Vedra emitiu um relatório negativo, ao achar que se empregariam redes viárias para umha densidade de veículos para a qual ficariam pequenas.
Problemas para as águas
Durante estes anos de mobilizaçons nasceu também a Plataforma ‘A Auga é Vida’, onde ademais da comunidade de montes estám integradas as comunidades de águas e entidades ecologistas. Esta plataforma encarregou um relatório técnico, também publicado recentemente, e em que se exprimem as deficiências arredor da modificaçom do PGOM promovida polo PP de Mós.
Um dos focos da luita em defesa dos montes de Tameiga será o impacto do projeto urbanístico nos aquíferos. Antonio Cajide salienta que Mós nom conta com umha rede de abastecimento própria senom que vem do Porrinho e a Mós corresponde-lhe um determinado caudal estabelecido no Consórcio de Águas do Louro. Assim, Cajide destaca que “se se constrói o centro comercial vai haver 5.600 pessoas mais que vam precisar de abastecimento e o atual caudal de água nom vai ser suficiente”. Segundo indicam da comunidade de montes, Tameiga conta com oito traídas de águas vizinhais.
Um dos focos da luita em defesa dos montes de Tameiga será o impacto do projeto urbanístico nos aquíferos.
Mália o atual conflito com o Concelho de Mós e o Celta de Vigo, a comunidade de montes confia nos seguintes anos continuar com o trabalho que estava a desenvolver, como a eliminaçom de plantas invasoras, a valorizaçom dos montes ou o cuidado das captaçons de água. Olhando cara o passado, Cajide salienta que o atual conflito nom os apanha de surpresa e indica que há uns 40 anos a vizinhança de Tameiga conseguira defender o monte dum projeto urbanístico semelhante.