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CRTVG: umha década no espelho

por
pi­xa­bay

Março de 2012. Vários cen­tos de afe­ta­das po­las pre­fe­ren­tes to­ma­vam de sú­peto a sede cen­tral da CRTVG. A sua tá­bua rei­vin­di­ca­tiva: trans­pa­rên­cia in­for­ma­tiva, plu­ra­li­dade e ve­rem re­pre­sen­ta­das as suas mas­si­vas e rei­te­ra­das mo­bi­li­za­çons nuns in­for­ma­ti­vos in­ter­vi­dos por Abanca. Durante a ocu­pa­çom, Sánchez Izquierdo, Director Xeral, fu­gava-se po­las tra­sei­ras do edi­fí­cio dei­xando as tra­ba­lha­do­ras à sua sorte fronte à raiva e a indignaçom.

A ma­qui­ná­ria cri­mi­na­li­za­dora nom de­mo­rou. Comunicado da CRTVG qua­li­fi­cando de “asalto in­to­le­rá­bel” a açom. Comunicado do Colégio de Jornalistas de­mo­ni­zando as ví­ti­mas da es­tafa ban­ca­ria e acu­sando-as de con­di­ci­o­nar as tra­ba­lha­do­ras do meio.

Esta açom ci­dadá, com a toma de um edi­fí­cio pú­blico para exi­gir um ser­viço de ra­di­o­te­le­vi­som plu­ral se­gue sem ser ana­li­sada nas fa­cul­da­des de jor­na­lismo, numha mos­tra da sua se­pa­ra­çom do Real. Fronte à im­pos­tura de quem já nom te­mos a CRTVG como meio de re­fe­rên­cia, as ví­ti­mas do cor­ra­lito ga­lego, usuá­rias ati­vas deste ser­viço, apa­re­ciam para de­fen­der o seu di­reito de aceso à in­for­ma­çom de re­le­vân­cia. Esta ba­ta­lha pola au­tor­re­pre­sen­ta­çom in­for­ma­tiva, de umha massa or­ga­ni­zada e cons­ci­ente da trans­cen­dên­cia his­tó­rica das suas mo­bi­li­za­çons su­pom, com di­fe­rença, a mais no­tá­vel in­ter­ven­çom em de­fensa dos meios pú­bli­cos ga­le­gos de radiotelevisom. 

As re­pre­sen­tan­tes sin­di­cais, ante a de­sa­pa­ri­çom dos car­gos or­gá­nico-em­pre­sa­ri­ais, mos­trando a sua em­pa­tia com a in­dig­na­çom ci­dadá, sus­ti­vé­rom um diá­logo ativo com as ocu­pan­tes para criar um con­senso so­bre o rol dos res­pon­sá­veis da cen­sura (já fu­ga­dos do pré­dio), e a fun­çom or­gá­nica das tra­ba­lha­do­ras do meio que se­guiam nos seus pos­tos, que nom de­ve­riam ser branco rá­pido da indignaçom.

A toma da CRTVG em 2012 po­las “pre­fe­ren­tis­tas” para exi­gir um ser­viço de ra­di­o­te­le­vi­som plu­ral se­gue sem ser ana­li­sada nas fa­cul­da­des de jornalismo

Tornadas as águas do con­flito a Raquel Lema, pre­si­denta do Comité e me­di­a­dora du­rante a jor­nada, abre-se-lhe um ex­pe­di­ente in­for­ma­tivo com a acu­sa­çom de cum­pli­ci­dade com a pro­testa para for­çar o seu des­pe­di­mento. Contra ela a em­presa or­ga­ni­zou as tra­ba­lha­do­ras do­més­ti­cas, con­su­mi­do­ras da ideia de um ser­viço de ra­di­o­te­le­vi­som sem es­cru­tí­nio ci­dadá. Dispostas a bran­dir a ideia de umha CRTVG-for­ta­leça an­tes do que a di­ge­rir a dura con­tra­di­çom de que a ma­ni­pu­la­çom vive tam­bém das omis­sons e da pas­si­vi­dade das pro­fis­si­o­nais que se po­nhen de perfil.

Resituando o cen­tro nar­ra­tivo do con­flito a ex­pe­di­en­tada anun­ci­ava a sua com­pre­en­som com a luita po­pu­lar con­tra a es­tafa ban­cá­ria, a aná­lise co­mum com as con­vo­can­tes so­bre a gra­vi­dade da ma­ni­pu­la­çom e ad­ver­tia que o in­se­guro para as in­for­ma­do­ras é fazê-las ros­tos vi­sí­veis da cen­sura gro­tesca, ao tempo que os res­pon­sá­veis fu­gam, fi­cando ex­pos­tas à in­dig­na­çom popular.

Raquel Lema, em 2022, se­gue na CRTVG gra­ças a que mais de um mi­lhar de pes­soas se mo­bi­li­zá­rom até San Marcos ven­cendo no ter­reo do dis­curso e no ma­te­rial. Baixo um lema per­ti­nente, “Nem re­pres­som, nem ma­ni­pu­la­çom”, aque­les qua­tro qui­ló­me­tros de costa eram re­mon­ta­dos no va­gom de cola da ma­ni­fes­ta­çom por cen­tos de pre­fe­ren­tis­tas mai­o­ri­ta­ri­a­mente ido­sas, que im­par­tí­ron as­sim a sua se­gunda li­çom: o in­que­brá­vel da so­li­da­ri­e­dade e do afeto popular.

Nom houvo co­mu­ni­ca­dos da Direçom. Nem do Colégio de Jornalistas. A luita uni­tá­ria pola li­ber­dade de ex­pres­som e o di­reito de ace­der­mos à in­for­ma­çom existe e deve ser con­tada nas mar­gens. O Courel se­gue a ar­der e nom te­mos um meio pú­blico que in­forme com se­ri­e­dade, pro­fis­si­o­na­li­dade e dig­ni­dade. Precisamos no­vos re­per­tó­rio com os que afron­tar a ago­nia da CRTVG.

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