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Cuba?

por
ya­mil lage

Trás ano e meio sem fa­lar de como Cuba en­fren­tou a pan­de­mia do ponto de vista sa­ni­tá­rio, nem da in­ves­ti­ga­çom que le­vou a dis­por de 3 va­ci­nas que já es­tám a ser uti­li­za­das para imu­ni­zar a po­pu­la­çom, ou da crise eco­nó­mica que atra­vessa a ilha de­vido à di­mi­nui­çom do tu­rismo a pra­ti­ca­mente 0 e ao re­cru­des­ci­mento do blo­queio por parte da ad­mi­nis­tra­çom Trump, este pe­queno país sal­tou no pas­sado mês de ju­lho às pri­mei­ras pá­gi­nas dos jor­nais, te­le­jor­nais, re­des so­ci­ais, ter­tú­lias e de­cla­ra­çons po­lí­ti­cas ao mais alto nível.

O mo­tivo, umha “re­volta” fo­men­tada do ex­te­rior atra­vés das re­des, uti­li­zando a ob­je­tiva má si­tu­a­çom eco­nó­mica do país, a es­cas­sez e ca­res­tia de ali­men­tos, a falta de me­di­ca­men­tos e o “can­saço pan­dé­mico”. O im­pe­ri­a­lismo uti­li­zou o de­ses­pero da po­pu­la­çom para ten­tar des­truir o pro­cesso re­vo­lu­ci­o­ná­rio mesmo fa­zendo que es­ses sec­to­res, e ou­tros da emi­gra­çom cu­bana, pe­dis­sem umha “in­ter­ven­çom humanitária”.

Parecera que em Cuba nunca acon­tece nada, só quando aos meios do ca­pi­ta­lismo e do im­pe­ri­a­lismo lhes in­te­ressa pôr o foco na ilha e ma­ni­pu­lar, in­cluso men­tir, so­bre a sua re­a­li­dade. Entre os dias 11 e 14 de ju­lho fo­tos de ma­ni­fes­ta­çons do Egito, Madrid e ou­tras par­tes do mundo fô­rom uti­li­za­das como se fos­sem da Havana. Mesmo fo­tos de ma­ni­fes­ta­çons em fa­vor da Revoluçom fô­rom apre­sen­ta­das como se fos­sem em con­tra. O ní­vel de men­tira, ma­ni­pu­la­çom e agres­si­vi­dade al­can­çou a maior cota dos úl­ti­mos anos.

Mas a so­ci­e­dade cu­bana é umha so­ci­e­dade viva, na qual se tra­ba­lha cada dia para, por exem­plo, com­ba­ter a cul­tura pa­tri­ar­cal. Criam-se co­o­pe­ra­ti­vas, há mu­dan­ças eco­nó­mi­cas, inova-se para pa­liar as con­sequên­cias do blo­queio, im­ple­men­tam-se no­vas me­di­das para in­cre­men­tar a pro­du­çom de ali­men­tos, po­ten­cia-se o de­sen­vol­vi­mento lo­cal e man­te­nhem-se os ser­vi­ços pú­bli­cos, ainda com mui­tas dificuldades.

Parecera que em Cuba nunca acon­tece nada, só quando aos meios do ca­pi­ta­lismo e do im­pe­ri­a­lismo lhes in­te­ressa pôr o foco na ilha e manipular

Cuba nom de­sa­ten­deu nesta pan­de­mia o seu com­pro­misso in­ter­na­ci­o­na­lista e en­viou bri­ga­das mé­di­cas a 26 paí­ses. E, ainda que se­me­lhe que o tra­ba­lho da so­li­da­ri­e­dade cai em saco roto, Cuba re­ce­beu nes­tes mo­men­tos de crise umha “in­va­som” de ali­men­tos e in­su­mos sa­ni­tá­rios de umha cheia de paí­ses, no­me­a­da­mente da América Latina, da China e da Rússia. Na Europa de­sen­vol­veu-se umha cam­pa­nha para en­viar xi­rin­gas para va­ci­nar e do es­tado es­pa­nhol con­se­guiu-se fi­nan­ci­a­mento para com­prar 4,3 mi­lhons (boa parte da Galiza).

É certo que há mui­tas ne­ces­si­da­des nom co­ber­tas, mui­tas de­las como con­sequên­cia do blo­queio mas ta­mém ou­tras por er­ros, como ali mesmo re­co­nhe­cem quando fa­lam de que a Revoluçom nom é per­feita e le­vam a cabo pro­ces­sos de de­bate e retificaçom.

Em Cuba som ne­ces­sá­rias mu­dan­ças, com cer­teza, sem in­ge­rên­cias. Mas nom para vol­tar ao ca­pi­ta­lismo e fa­zer da ilha ou­tro es­tado dos EUA, se­nom para apro­fun­dar no so­ci­a­lismo, na par­ti­ci­pa­çom e na cor­res­pon­sa­bi­li­dade da ci­da­da­nia nas de­ci­sons po­lí­ti­cas e eco­nó­mi­cas. Cuba tem pen­dente lo­grar a sua so­be­ra­nia ali­men­tar, de­pen­der me­nos do pe­tró­leo, da “mo­no­cul­tura tu­rís­tica”, mas nin­guém dixo que fosse fá­cil cons­truir o so­ci­a­lismo num só país, e me­nos numha pe­quena ilha blo­que­ada polo imperialismo.

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