Ardora (s)ediçons anarquistas nasce como projeto editorial para a partilha e o conhecimento trazendo à rua o potencial subversivo dos livros.
Como vedes o panorama do anarquismo na Galiza?
Achamos o ativismo nom está no seu melhor momento: as luitas, iniciativas ou mobilizaçons som a cada vez menos. Para além disso, o anarquismo na Galiza está muito atomizado e nom existem pontos de confluência. Hoje achamos que nom podemos falar dum anarquismo galego. Nom obstante, nascem novos projetos de informaçom, iniciativas de corte sindical e mesmo ateneus libertários como o Xosé Tarrío na Corunha ou Engranaxe em Lugo.
Havia necessidade dumha editora que reunisse e distribuísse textos de ideologia anarquista?
Som necessárias muitas editoras em galego de crítica social, que animem o debate e a luita na rua. Definimo-nos como anarquistas porque fam falta pontos de referência, mais num momento em que o estado reprime as nossas ideias. Contudo, o nosso material nom tem porque identificar-se com o anarquismo, tem que servir para a luita social.
Todos os artigos som publicados em galego e escolhedes a ortografia reintegracionista para textos próprios. Há reflexom neste sentido em espaços libertários?
De aqui a umha parte sim vemos umha reflexom e materializa-se em que quase a totalidade dos espaços libertários e antiautoritários na Galiza expressam-se em galego. Há casos concretos como o Escárnio e Maldizer que se posicionou às claras na defesa do galego. O reintegracionismo tampouco nom é novidade. Por citar um exemplo, em 90 o Ateneu Libertário de Compostela editava a maior parte dos textos em reintegrado.
Há retorno positivo quanto a subscriçons?
Tivemos umha mui boa acolhida. Distribuímos em postos na rua ou em centros sociais afins mas é difícil. Queremos animar as pessoas a subscreverem porque é imprescindível para suster o projeto, mas em geral estamos contentes com como está a funcionar Ardora.
Queremos animar as pessoas a subscreverem porque é imprescindível para suster o projeto.
Quais as diretrizes editoriais da revista?
Quanto às diretrizes editoriais, procuramos que a maioria de textos sejam galegos. Sempre contamos com o equilíbrio de género e tentamos ter amplitude de vozes. Também achamos importante achegar textos doutros tempos e latitudes.
Publicardes livros é outro dos objetivos. O que tendes na gaveta?
Nos próximos meses teremos data para o lançamento do primeiro livro: Abaixo os restaurantes.
A ideia é publicar livros em galego, sabendo que há escolhos, como o financiamento, ou labores de investigaçom e traduçom, que levam o seu tempo. Agora estamos, junto com A Irmandade da Costa, a elaborarmos um jornal mensal chamado Nordês, que estará disponível em papel e na web.