Martim Uveira, ativista do Baixo Minho, faz parte do coletivo autoorganizado, ligado ao CS Fuscalho, que convocou o passado 18 de novembro umha cadeia humana em solidariedade com a Palestina, sobre a ponte que comunica a eurocidade conformada pola Vila Nova de Cerveira potuguesa e a galega Tominho.
A Ponte da Amizade entre a paróquia de Goiám, em Tominho, e Vila Nova de Cerveira foi testemunha da solidariedade com o povo palestiniano. Como surgiu a iniciativa?
Quando começou a ofensiva israelita sobre Gaza um grupo de pessoas chegadas e militantes do Centro Social Fuscalho decidimos criar um grupo de trabalho destinado a realizar açons em favor de Palestina e polo boicote ao Estado ilegítimo de Israel.
Para além das pessoas fazendo a cadeia humana na ponte também houvo canoas, nom é?
Sim, contactamos a malta do Clube Desportivo Minho Os Teixugos por se tinham vontade de participar no ato a partir do rio, e assim foi.
Nom é a primeira vez que esta ponte serve para unir a Galiza e Portugal com iniciativas populares dos dous países, que simbolismo tem para vós?
Efetivamente. Anteriormente já se realizara umha manifestaçom unitária desde ambas as beiras do Minho, chegando a confluir na Ponte da Amizade. Daquela tratara-se de um ato contra as minas que afetam sobretudo o território luso, mas também contra a depredaçom eólica que sofremos desde há uns anos em território galego. Para nós é importante tecer laços com as vizinhas do outro lado do rio e o simbolismo de realizarmos açons numha “fronteira” internacional sempre dá visibilidade à causa.
Como valorades a mobilizaçom?
Muito positiva. Nom aguardávamos ter tal resposta. Os nossos cálculos mais ambiciosos estimavam 200 pessoas, mas finalmente foram perto de 500 que vinhérom para berrar bem alto contra o genocídio israelita sobre a populaçom palestiniana. É certo que a maior parte fôrom pessoas da Galiza, já que aqui difundiu-se mui bem o ato polas redes sociais e em meios de comunicaçom afins. Em Portugal nom tivemos tanta repercussom devido à falta de contactos e sobretudo porque esse mesmo dia havia manife nacional em Lisboa pola mesma causa. Ainda assim fôrom dúzias de solidárias as vindas do lado luso criando um ambiente de confraternizaçom mui bonito.
Por enquanto a ofensiva de Israel continua, tendes mais iniciativas em andamento?
Ainda nom tivemos tempo de sentar a valorar o próprio ato com calma, por agora estamos centradas em manter a concentraçom semanal na Guarda, que está a contar com boa afluência cada segunda-feira, e também se realizou, previamente, umha projeçom do documentário 5 câmaras rotas e um ceador solidário no Fuscalho, em que se angariárom mais de 500€. Temos em mente outras açons, mas neste momento nom há nada confirmado.