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E quando os aerogeradores morrem? Impactos da repotenciaçom

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Arde um ae­ro­ge­ra­dor no Monte Faro

Muitos dos ae­ro­ge­ra­do­res já ins­ta­la­dos nos par­ques ga­le­gos es­tám a che­gar ao li­mite da sua vida útil. Deste modo está co­me­çando a pro­du­zir-se a re­po­ten­ci­a­çom de par­ques eó­li­cos, o que im­plica a subs­ti­tui­çom dos ae­ro­ge­ra­do­res que se en­con­tram ob­so­le­tos por ou­tros no­vos de maior po­tên­cia. Desde o Observatório Eólico in­di­cam que já se pro­du­zí­rom pro­ces­sos deste tipo em Malpica, Cabo Vilano, Corme e Sás. “A re­po­ten­ci­a­çom é con­si­de­rada umha mu­dança subs­tan­cial do par­que eó­lico. Portanto, deve ser sub­me­tida a um pro­cesso de au­to­ri­za­çom. Todo in­dica que nos vin­doi­ros anos vai pro­du­zir-se um forte avanço dos pro­ces­sos de re-po­ten­ci­a­çom”, aler­tam do Observatório no seu Guia.

A pro­fes­sora Rosa María Regueiro ex­pom al­guns dos im­pac­tos que tra­zem con­sigo es­tas re­po­ten­ci­a­çons dos par­ques eó­li­cos. “Quando se re­po­ten­cia re­ti­ram-se os ae­ro­ge­ra­do­res ve­lhos, que po­dem ser de en­tre 600 e 900 KW e te­nhem-se que subs­ti­tuir por ae­ro­ge­ra­do­res no­vos. Mas já nom há no mer­cado ae­ro­ge­ra­do­res no­vos com essa po­tên­cia, se­nom que vam ser de 1,5 MW, 2 MW… Isso im­plica que vás ter que fa­zer no­vas ati­vi­da­des de cons­tru­çom, e que as sa­pa­tas an­ti­gas ou as li­nhas so­ter­ra­das já nom ser­vem. Tés que pôr umhas no­vas e isso vai ter um im­pacto”. A quan­ti­dade de no­vos ae­ro­ge­ra­do­res será me­nor, mas as di­men­sons de cada um de­les se­rám mai­o­res, com os seus cor­res­pon­den­tes im­pac­tos na contorna.

Outro pro­blema acres­cen­tado é a di­fi­cul­dade para re­ci­clar al­guns com­po­nen­tes dos par­ques eó­li­cos que fi­cam ob­so­le­tos, como as pás ou as car­ca­ças das tor­res. Fontes dos co­le­ti­vos am­bi­en­ta­lis­tas de­nun­ciam que quando se pro­duz um des­man­te­la­mento fica no lu­gar o lixo, ge­rando-se mesmo res­pon­sa­bi­li­da­des so­bre os pro­pri­e­tá­rios dos ter­re­nos. Destes co­le­ti­vos de­nun­ciam que no mês de de­zem­bro po­diam ver-se por Ponta Nariga, no con­ce­lho de Malpica, os res­tos das an­ti­gas ins­ta­la­çons após um pro­cesso de reponteciaçom. 

Há di­fi­cul­da­des para re­ci­clar al­guns com­po­nen­tes que fi­cam ob­so­le­tos, como as pás ou as car­ca­ças das tor­res. Ambientalistas de­nun­ciam que quando um par­que eó­lico é des­man­te­lado fica no pró­prio lu­gar o lixo

O ati­vista Manuel Casal Lodeiro sa­li­enta que “é fá­cil bus­car por Internet os ver­te­dou­ros onde som so­ter­ra­das as pás re­ti­ra­das das tur­bi­nas eó­li­cas por­que nen tam se­quer som re­ci­clá­veis”. “Desde há uns anos há al­guns in­ten­tos de re­ci­clá-las como ma­te­rial de re­forço em cons­tru­çom (por exem­plo,  por parte de Iberdrola e Tecnalia no País Basco) mas nom está a dar bom re­sul­tado”, ex­pom. “O resto dos ele­men­tos que com­po­nhem po­de­rám apro­vei­tar-se boa parte dos ele­men­tos que se­jam re­en­sam­blá­veis e ainda fun­ci­o­nem, e o resto ainda que só for como fer­ra­lha, mas como em qual­quer ou­tro pro­cesso de de­mo­li­çom e re­a­pro­vei­ta­mento terá uns cus­tos im­por­tan­tes, tanto eco­nó­mi­cos como ener­gé­ti­cos. Simplesmente des­mon­tar umha tur­bina meia pode che­gar a cus­tar mais de 150.000 eu­ros, e isso sem in­cluir os cus­tos da mao de obra, da ener­gia e do trans­porte ne­ces­sá­rios para a re­ci­cla­gem”, acres­centa Casal Lodeiro.

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