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Ecologismo denuncia práticas corruptas da Junta nos projetos mineiros

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Mina de San Finx em Lousame.

As renovaçons no executivo autonómico implicárom o cessamento de Ángel Bernardo Tahoces como diretor-geral de Planificaçom Energética e Recursos Naturais em de novembro. Tahoces e o seu departamento tem sido alvo das críticas do movimento ecologista, que o acusou de conivência com o lóbi mineiro. Este alto cargo, juntamente com outros dous funcionários, está sendo investigado por alegadas irregularidades na mina de San Finx (Lousame), um exemplo da relaçom entre a administraçom do PPdeG e o empresariado mineiro.

Em ju­lho de 2017 a Fiscalia de­nun­ci­ava nos tri­bu­nais as ir­re­gu­la­ri­da­des re­la­ci­o­na­das com a mina de San Finx, em Lousame, de vol­frá­mio e es­ta­nho. Este ór­gao en­con­trava qua­tro in­dí­cios de­li­tu­o­sos: a au­sên­cia de es­tudo de im­pacto am­bi­en­tal, as des­car­gas de águas re­si­du­ais sem ava­li­a­çom dos efei­tos no am­bi­ente, a falta de con­trole des­sas des­car­gas e a elu­som de res­pon­sa­bi­li­dade polo es­tado das bal­sas mineiras. 

No re­fe­rente à falta de es­tudo de im­pacto am­bi­en­tal, em 2009 o en­tom di­re­tor-ge­ral de Minas Ángel Bernardo Tahoces re­sol­via apro­var o pro­jeto de re­a­ber­tura desta mina eli­mi­nando a ne­ces­si­dade de um es­tudo de im­pacto am­bi­en­tal. Isto acon­te­cia quando a con­ces­som mi­neira fora ad­qui­rida pola Incremento Grupo Inversor SL e em 2008 a an­te­rior di­re­çom-ge­ral con­di­ci­o­nara esta re­a­ber­tura à apre­sen­ta­çom do es­tudo. Mais adi­ante, quando em 2015 a con­ces­som passa às maos da Tungsten San Finx (fi­liar da Sacyr), com Tahoces ainda como di­re­tor-ge­ral de Minas, tam­pouco se lhe so­li­ci­tará um es­tudo de im­pacto ambiental. 

O ex-di­re­tor ge­ral de Planificaçom Energética e Recursos Naturais Ángel Bernardo Tahoces.

Para o eco­lo­gismo tam­bém foi re­le­vante o acon­te­cido com as bal­sas de re­sí­duos mi­nei­ros. Construídas na dé­cada de 30 e pro­ta­go­nis­tas na dé­cada de 60 de um de­sas­tre am­bi­en­tal pro­vo­cado pola sua ru­tura — a me­mó­ria deste facto está re­co­lhida no do­cu­men­tá­rio San Finx 1960, de Irene Pin -, as bal­sas de­sa­pa­re­ce­ram por com­pleto dos pro­je­tos de ex­plo­ra­çom e res­tau­ra­çom da mina de 2009, sem que a Junta se re­cla­masse um plano para a me­lhora das mes­mas e che­gando mesmo a afir­mar um en­ge­nheiro do de­par­ta­mento de Minas que es­sas bal­sas cor­res­pon­de­riam a umha ex­plo­ra­çom hi­dro­e­lé­trica. “A cen­tral elé­trica re­sul­tou fi­car a 6 km, nou­tro rio dis­tinto”, de­nun­ciam da rede de co­le­ti­vos Contraminacción, quem afir­mam que essa bar­ra­gem “fora ex­cluída ile­gal­mente do pro­jeto de res­tau­ra­çom apro­vado em 2009 pou­pando à em­presa os 9 mi­lhons de eu­ros que im­pli­ca­ria a sua re­mo­çom e trans­porte para um ges­tor de resíduos”. 

O pro­cesso ju­di­cial de 2017 que in­ves­ti­gava Tahoces por pre­va­ri­a­çom foi ar­qui­vado no iní­cio de 2020. Porém, se­gundo in­for­mam da Contraminacción, em de­zem­bro de 2019 foi apre­sen­tada umha ou­tra de­nún­cia que im­pli­cou a aber­tura de di­li­gên­cias, sendo in­ves­ti­ga­dos nesta oca­siom dous fun­ci­o­ná­rios além de Ángel Tahoces. Agora, cor­res­pon­de­ria à Audiência Provincial de­ci­dir se es­tas pes­soas po­dem ser in­ves­ti­ga­das por to­dos os de­li­tos da nova de­nún­cia ou só por aque­les que nom es­ti­ves­sem con­tem­pla­dos no an­te­rior processo. 

Em 2017, a mina de San Finx via-se obri­gada a sus­pen­der a sua ati­vi­dade ao nom ter con­se­guido li­cença para a des­carga de águas re­si­du­ais. Nesse mesmo ano, a Tungsten San Finx, numha es­tra­té­gia de ame­dron­ta­mento, ame­a­çava um ati­vista da or­ga­ni­za­çom eco­lo­gista ADEGA com abrir um pro­cesso ju­di­cial con­tra ele por co­lher amos­tras de água na mina. 

Irregularidades ha­bi­tu­ais

Ademais de ser um pro­ce­di­mento que pode sen­tar o ex-di­re­tor-ge­ral de Minas nos tri­bu­nais, San Finx é um exem­plo das ir­re­gu­la­ri­da­des am­bi­en­tais que a Junta co­mete e que o eco­lo­gismo vem de­nun­ci­ando. Assim, a falta de ava­li­a­çom de im­pacto am­bi­en­tal e a ocul­ta­çom da po­lui­çom das águas nom se­riam um pro­blema só desta exploraçom.

A au­sên­cia de ava­li­a­çom de im­pacto am­bi­en­tal é chave, pois esta nom só con­se­gue evi­tar a par­ti­ci­pa­çom pú­blica, mas tam­bém a de di­fe­ren­tes ór­gaos se­to­ri­ais, que po­de­riam aler­tar so­bre de­fei­tos gra­ves”, de­nun­ciam da Contraminacción. Desde este co­le­tivo ex­po­nhem al­guns ou­tros exem­plos em que nom es­tivo pre­sente esta ava­li­a­çom, como pode ser o pro­jeto mi­neiro de 2011 para a re­a­ber­tura da mina de Varilongo, em Santa Comba, ou o acon­te­cido com o que po­de­ria ter sido a pri­meira mina de lí­tio na Galiza, a Alberta I. Neste úl­timo caso, a Junta re­cu­sava-se a au­to­ri­zar a con­ces­som após um re­la­tó­rio des­fa­vo­rá­vel da Confederaçom Hidrográfica Minho-Sil. 

As ir­re­gu­la­ri­da­des am­bi­en­tais co­me­ti­das pola Junta na mina de San Finx (Lousame), como a falta de ava­li­a­çom am­bi­en­tal ou a ocul­ta­çom da po­lui­çom das águas, apa­re­cem tam­bém em ou­tros pro­je­tos mineiros

Por ve­zes, a omis­som per­mite ocul­tar a co­ni­vên­cia de em­pre­sas e ad­mi­nis­tra­çom para dei­xar fora dos pro­je­tos obri­gas de res­tau­rar zo­nas afe­ta­das ou de tra­ta­mento de dre­na­gens áci­das de mi­nas. Por exem­plo, San Finx, Varilongo e Alberta I omi­tiam qual­quer re­fe­rên­cia às dre­na­gens áci­das de mina e à po­lui­çom por me­tais pe­sa­dos, de modo que nom exis­tia qual­quer pre­vi­som para o seu tra­ta­mento”, acres­cen­tam da Contraminacción. Deste co­le­tivo ainda apon­tam ainda ou­tras ir­re­gu­la­ri­da­des que te­nhem de­te­tado na apro­va­çom de pro­je­tos mi­nei­ros: por um lado, o es­ta­be­le­ci­mento de ga­ran­tias am­bi­en­tais – como fi­an­ças ou avais – muito bai­xas que nom po­de­riam ga­ran­tir a res­tau­ra­çom em caso de fa­lên­cia – “este foi o caso de Monte Neme, onde após o de­sas­tre de 2014 e a fa­lên­cia das mi­nei­ras é a ad­mi­nis­tra­çom a que te­ria que dar conta dos cus­tos mi­li­o­ná­rios da res­tau­ra­çom”, de­nun­ciam –, e por ou­tro lado, a opa­ci­dade das ca­du­ci­da­des de di­rei­tos mineiros.

Administraçom e lóbi mineiro

Existe [na ad­mi­nis­tra­çom de Minas] umha cul­tura quase mi­li­tante a fa­vor das em­pre­sas mi­nei­ras que é quase in­só­lita den­tro da Junta, e que nom apa­rece com tal in­ten­si­dade em nen­gum ou­tro corpo fa­cul­ta­tivo. Minas que a co­me­te­rem du­rante anos ver­da­dei­ros cri­mes am­bi­en­tais e con­tra o pa­tri­mó­nio cul­tu­ral, como os ca­sos de Touro, San Finx, Varilongo ou a Cova Eirós, nom fô­rom nunca ob­jeto do pri­meiro pro­ce­di­mento san­ci­o­na­dor”, de­nun­ciam da Contraminacción. Deste co­le­tivo tam­bé­mex­pri­mem que “nunca deixa de sur­pre­en­der a boa dis­po­si­çom com a qual as em­pre­sas mi­nei­ras acei­tam os “fa­vo­res” da Junta para elu­dir as ava­li­a­çons de im­pacto am­bi­en­tal, pois em re­a­li­dade esta cor­rup­çom fai que as suas li­cen­ças es­te­jam cons­tan­te­mente sob risco de anulaçom”.

Pola sua banda, Fins Eirexas, da se­cre­ta­ria téc­nica de ADEGA, de­nun­cia que “pa­rece que a Junta tra­ba­lha sem­pre con­tra as nor­mas am­bi­en­tais ten­tando miná-las, es­va­ziá-las de con­teúdo, sub­vertê-las ou mesmo in­cum­pri-las di­re­ta­mente”. No to­cante à fa­lha de ava­li­a­çom am­bi­en­tal nal­guns pro­je­tos mi­nei­ros Eirexas julga que “o pro­blema nom está tanto nas em­pre­sas mi­nei­ras, que apre­sen­tam es­tu­dos am­bi­en­tais in­com­ple­tos ou fal­sos, mas nas ad­mi­nis­tra­çons que fam a vista grossa frente es­tes ma­ne­jos e nem cum­prem o es­ta­be­le­cido na le­gis­la­çom. A per­mis­si­vi­dade e o des­leixo da Junta é o que dá azos a de­ter­mi­na­das em­pre­sas sem es­crú­pu­los para le­va­rem avante os seus pro­je­tos agres­si­vos, o que non fa­riam se a ad­mi­nis­tra­çom cum­prisse a sua funçom”. 

Continuidade

A Direçom-Geral de Planificaçom Energética e Recursos Naturais, que fica com Paula Uría à ca­beça, é à qual cor­res­pon­dem as com­pe­tên­cias em ma­té­ria de ener­gia, mi­nas, ad­mi­nis­tra­çom e se­gu­rança in­dus­trial, solo in­dus­trial, me­tro­lo­gia e me­tais pre­ci­o­sos. Porém, o ces­sa­mento de Tahoces nom traz es­pe­ra­ças ao eco­lo­gismo numha mu­dança de rumo na ad­mi­nis­tra­çom de mi­nas, e mais quando está pre­vista a apro­va­çom de no­vas le­gis­la­çons au­to­nó­mi­cas que avan­cem na sim­pli­fi­ca­çom ad­mi­nis­tra­tiva para pro­je­tos empresariais. 

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