O futuro de Ence leva já algum tempo sobre a mesa do Ministério de Trasiçom Ecológica dirigido por Teresa Ribera. Mesmo antes da Audiência Nacional tombar o recurso da pasteira para prorrogar a sua estadia na ria de Ponte Vedra, Teresa Ribera compartia já o critério do atual governo da Junta da Galiza: Ence nom vai marchar do País.
Agora nom se trata de demostrar a contaminaçom causada por Ence no médio marinho, algo repetidas vezes comprovado e confirmado até polos próprios informes da empresa, que saírom à tona no passado mês de abril, anunciando vertidos de mercúrio nas suas instalaçons. Até em três ocasions se tem pronunciado o Contencioso-Administrativo da Audiência Nacional negando a prorrogaçom ditada polo executivo de Mariano Rajoy estando em funçons, e dando a razom às organizaçons ecologistas do País, às cofrarias de pescadores/as e mariscadores/as e ao próprio Concelho de Ponte Vedra.
O atual processo de transiçom ecológica, além de estar longe de assegurar os seus objetivos de mitigaçom da mudança climática, extinçom de espécies e desenvolvimento sustentável, deixa-nos bem às claras as suas limitaçons
Meio século de luita social e política contra esta pasteira semelhava estar dando, ao fim, resultado no marco de umha fachendosa transiçom ecológica que chega para colocar os conflitos ambientais no centro do debate político. Agora bem, este processo de transiçom, além de estar longe de assegurar os seus objetivos de mitigaçom da mudança climática, extinçom de espécies e desenvolvimento sustentável, deixa-nos bem às claras as suas limitaçons.
Ence, igual do que Finsa, é umha das principais empresas favorecidas por um modelo de desenvolvimento económico posto em marcha durante a segunda metade do século passado, que fomentava o mono-cultivo florestal de eucalipto e pinheiro no noroeste da península. Mais de 60 anos depois do início desta estratégia primário-exportadora, a pegada sobre o território deixa-nos cifras escandalosas: das 2.950.000 hectares de território que ocupa Galiza, aproximadamente 422.200 som um eucalipto e 277.000 pertencem a plantaçons de pinheiro. Um imenso deserto verde que, a pesar da sua extensom, unicamente representa um 2% do PIB galego, com o que se comprova o escasso retorno económico que achega ao País.
Das 2.950.000 hectares de território que ocupa Galiza, aproximadamente 422.200 som um eucalipto e 277.000 pertencem a plantaçons de pinheiro
A proposta do Goberno Central nom pasa, em absoluto, por cuestionar este modelo ruinoso para a nossa terra, nem de pôr em perigo o papel de enclave exportador de biomassa que hoje por hoje ocupa Galiza, senom unicamente por laminar aqueles aspetos mais críticos do impacto ambiental que o atual sistema centro-periferia tem sobre o País. Nesse sentido compreende-se a alternativa da ministra, que insta Ence a deslocar-se para o norte da província da Corunha, nomeadamente aos concelhos das Pontes ou Cerzeda.
Teresa Ribera viu a deixar-nos claro que para ela a Transiçom Ecológica é umha questom exclusivamente técnica e que nom percebe os conflitos sócio-ambientais associados ou prévios a ela. A esquerdas galegas, em troca, deveram fazer um esforço por assumirem as ferramentas que nos oferece a ecologia-política, desvelando as desigualdades internas neste processo de transiçom, e problematizando as consequências que esta tem para a nossa sociedade, a nossa economia e o nosso território.