Pablo Prado «Fuco» adora desenhar desde pequeno. O ourensano encontrou no desenho «umha forma de canalizar inseguranças» na adolescência. Viriam depois as leituras de banda desenhada. Os estudos em Comunicaçom Audiovisual, um outro jeito de narrar com imagens. Depois de diversos trabalhos, chegou o desemprego, quando resolveu regressar no desenho, que tinha deixado «de lado». Depois do seu passo polo Garaxe Hermético, a escola de cómic de Kiko da Silva, hoje tem a agenda cheia de projetos.
No Garaxe Hermético, como se equilibra a aprendizagem com a procura dum estilo próprio?
Essa é umha das cousas mais interessantes da escola. Cada mestre tem um estilo diferente, com chaves distintas, e procuram a diversidade no alunado. Para mim essa foi umha vantagem. Eu também nom tinha um estilo, o estilo reside nas decisons que tomas, vai evoluindo. Na escola tentam ver quais som os teus interesses, por onde poderá enveredar a tua criatividade, e potenciá-la com técnicas, exercícios. E conheces outros autores, isso nutre o teu trabalho.
A partir dos estudos, como é o passo para a profissionalizaçom?
Eu vinha do mundo universitário e do trabalho, com umha mentalidade um bocado produtivista. Abordei cada exercício como se fosse um trabalho remunerado, notei em mim umha importante evoluçom criativa. Umha questom a realçar é que se coloca a ênfase nos direitos de autor. Alertam-te para saberes aquilo que te poderá acontecer na hora de assinares um contrato ou apalavrares um possível trabalho.
Nos teus desenhos (Riña&Mor, Chas Carras Chas) falas de problemáticas sociais de um ponto de vista crítico. Porque esta decisom?
Cada um tem os seus interesses, o que o motiva na hora de criar. Estivem e estou ligado a distintas organizaçons, como ativista, na minha vila e nos locais onde morei. Estou muito interessado nas problemáticas sociais, na luta pola igualdade em geral. Com estas temáticas algo se mexe dentro de mim, mas sem deixar de parte outras cousas.
Participas num projeto sobre a vida de Josefina Arruti, mulher retaliada durante o Franquismo.
“Os Berros da motocicleta” pretende ser o primeiro livro dumha coleçom sobre mulheres retaliadas na Guerra Civil. É um projeto para o Concelho de Pontevedra, com guiom de Kiko da Silva. Também estou a trabalhar numha adaptaçom do romance “O derradeiro libro de Emma Olsen”, de Berta Dávila, para a editorial Galaxia.
Publicas em A Viñeta de Shrodinger, mas a banda desenhada conquista também espaços das grandes editoras
A linha de trabalho da escola de Kiko tem como premissa espertar esse interesse nas grandes editoras da Galiza. Xerais, Galaxia e outras. Que vejam que aqui se pode produzir banda desenhada de altíssima qualidade. Este trabalho está a dar os seus frutos, há outro colega que vem de assinar com a Xerais. A Viñeta de Shrodinger é unha aventura na qual se volve meter Kiko da Silva. Abriu várias vezes esse “melóm”, com grandes resultados. Para o mundo do cómic é fundamental que exista umha montra capaz de dar publicidade aos trabalhos de autores e autoras. Tem um ponto interessante porque junta novos autores com autores já experientes. Para os que começamos constitui um desafio, umha responsabilidade e um orgulho. Que exista umha revista assim é demais.