Batefogo é umha experiência com a populaçom do rural galego através da educaçom medioambiental
Na luita contra o lume há umha pergunta que se repete e que semelha de complexa resposta: quem prende lume ao monte? Ainda que dos meios de comunicaçom convencionais e mesmo da administraçom nom deixam de pôr no foco na figura das pessoas incendiárias, há iniciativas cidadás que estám a trabalhar através dumha ótica mais estrutural, entendendo que umha causa importante dos lumes que ano trás ano assolam o país é o abandono do rural.
Sobretodo na província de Ponte Vedra estám a agromar comunidades de montes e projetos que procuram um aproveitamento racional do monte e que optam pola plantaçom de árvores autóctones, tentando pôr assim couto à eucaliptizaçom do monte galego. Porém, o projeto Batefogo, impulsionado por educadoras ambientais achegou-se a umha das zonas quentes no mapa dos lumes do país, a Maceda de Trives, para analisar e trabalhar com a populaçom do rural a prevençom dos lumes.
Umha das peças do projeto Batefogo foi o educador ambiental Miguel Pardellas, quem explica que “a ideia nasceu em 2014, de pessoas que trabalham no ámbito da educaçom social e ambiental que decidiram prestar atençom à prevençom de incêndios”. Esta equipa realizara a análise de que “nunca se abordara o problemas dos lumes desde umha perspetiva social. Os incêndios som um problema social com umha repercusom ambiental, polo que se precisam ferramentas sociais para o enfrentar”, explica Pardellas.
O projeto Batefogo estruturaria-se em quatro eixos: o estudo do território, a educaçom ambiental, a participaçom e a comunicaçom. “O trabalho é com a gente, trata-se de um projeto de dinamizaçom da comunidade”, indica Pardellas, “pudemos ver que na origem dos lumes há umhas causas estruturais e outras circunstanciais, e nestas som úteis os recursos das comunidades para resolver o problema dos lumes”.
A experiência de Maceda
Entre as conclusons da experiência de Maceda estám a necessidade de ré-estruturar os montes vizinhais e criar gabinetes de mediaçom entre administraçom e vizinhança
O projeto Batefogo contou com umha prova-piloto no concelho de Maceda de Trives no ano de 2016. O governo municipal desta localidade tinha interesse em trabalhar na prevençom de incêndios de umha perspetiva social, mas a falha de recursos económicos impediu a continuidade do projeto. A equipa do Batefogo continua atualmente a procurar contactos por diversas localidades e comunidades de montes e tem advertido um crescente interesse nas ferramentas da educaçom meioambiental, mesmo por parte de agentes florestais.
Ainda que a experiência de Maceda de Trives se viu truncada pola falta de dinheiro público, o trabalho feito por Batefogo nesta localidade foi útil para tirar conclusons sobre a situaçom do rural nas zonas mais afetadas polos incêndios. Pardellas acha que durante esta experiência “confirmamos a necessidade das ferramentas que fornece a educaçom ambiental, mas é difícil desenvolvê-las sem o apoio da administraçom autonómica”.
Em Maceda, as integrantes do projeto Batefogo encontrárom um potencial para trabalhar a pequena escala e para a criaçom de comunidade, pois umha das problemáticas detetadas é que os montes vizinhais em mao comum se encontram desarticulados. Outro dos problemas encontrados no trabalho com a vizinhança desta localidade é umha falta de diálogo entre a populaçom e a administraçom. Segundo indica Pardellas, parte da vizinhança desconhece qual é a legislaçom ambiental correspondente ‑Maceda de Trives está integrada na Rede Natura‑, um facto que provoca conflitos com a administraçom e no qual pode estar a origem de alguns incêndios.
Quais seriam os seguintes passos a seguir se o projeto Batefogo continua-se? Pardellas indica que haveria que executar as propostas que durante este processo se consensualizaram com as vizinhas. Entre as iniciativas de trabalho que resultárom desta experiência encontrariam-se, por um lado, abrir umha oficina de mediaçom entre as habitantes do rural e a administraçom autonómica; e por outro, reativar os montes vizinhais em mao comum, apostando na democratizaçom e feminizaçom destas estruturas. Porém, Miguel Pardellas admite que isto trataria-se de um processo lento.
Este educador ambiental fai também algo de autocrítica sobre o processo do Batefogo em Maceda de Trives e salienta que “nom fôrom escolhidos os melhores tempos, pois os encontros realizaram-se em primavera e teriam que ter sido em épocas do ano com umha menor carga de trabalho no rural. Conseguiu-se implicar sobre todo a gente das comunidades de montes e de associaçons culturais da vila”.
A prevençom desde a Junta
Neste ano a conselharia de Meio Rural desenvolveu umha campanha de prevençom de incêndios com o nome de ‘Eu son cortalumes’. Com esta campanha o departamento dirigido por Ángeles Vázquez pretendia consciencializar a populaçom com o respeito ao meio ambiente e a evitar condutas de risco nas épocas de maior perigo de incêndios. Porém, tal campanha, onde as redes sociais e a Internet tinham um peso fundamental, dirige-se principalmente a um público urbano e nom se achega às problemáticas das habitantes dos lugares onde cada ano o lume arrasa centos de hectares de monte.
Para Miguel Pardellas esse achegamento ao rural é fundamental para trabalhar na prevençom de incêndios de umha perspetiva social. Desta posiçom podem-se também analisar as atividades de prevençom ligadas à educaçom ambiental que a administraçom autonómica desenvolve e recolhe no Pladiga. Assim, em 2015 e 2016 a Junta realizou algo mais de 260 palestras em centros educativos cada um destes anos, mas Pardellas critica esta forma de agir: “ainda que se empregue a gente moça como vetores, há também que se dirigir à gente maior e à populaçom que habita no rural. Quando se vam fazer estas atividades realizam-se de jeito puramente informativo, nom chegam a estabelecer um diálogo”. Da perspetiva deste educador ambiental, na gestom de espaços protegidos ‑como os integrados a Rede Natura- a melhor opçom é oferecer alternativas às habitantes para a sua conservaçom.