Há cinco anos várias pessoas relacionadas com o ativismo e o movimento 15‑M juntárom-se na praça de Ponte Areias. Desse encontro sairia a ideia de pôr em marcha o Festival das Brêtemas com o que trabalham a prol dumha visom cultural alternativa ao Corpus Christi da vila e a recuperaçom das histórias das pessoas silenciadas.
Realizades atividades durante todo o ano ainda que o mês mais bretemoso é setembro, quando se celebra o Festival. A que se deve esta escolha?
A razom fundamental é a coincidência com as festas do povo e ofertar assim umha contra-programaçom à linha oficial e institucional: processons, bandas de música que tocam para a Igreja e orquestras que falam e cantam numha língua que nom é a nossa.
Fartas de escuitar polos auto-falantes colocados nas ruas, os reportórios mais râncios e espanholistas, fartas de programaçons que homenageiam a pessoas que nada tenhem à ver com os interesses culturais da maioria social da juventude mais crítica e consciente, decidimos lia-la no mês do Santo Miguel e a Virgem dos Remédios.
À hora de programar, qual é vosso critério para escolher artistas?
Maioritariamente bandas galegas e em galego e nas que sempre haja presença feminina. Somos conscientes de que nom sempre foi assim, mas todos os nossos esforços vam encaminhados a esse fim.
Como fôrom respondendo as assistentes a estes cinco anos de Festival?
Podemos dizer bem orgulhosas que cada ano vai aumentando o aforo bretemoso. A resposta que está a ter a nível galego (e inclusive internacional) é muito alentadora.
E as habitantes de Ponte Areias? Que relaçom tenhem com o Festival?
Contrariamente ao que observamos no tocante ao crescente apoio externo, percebemos que a vizinhança de Ponte Areias é menos participativa à hora de acudir aos eventos bretemosos. Em troca, ultimamente fomos tecendo fortes vínculos com outras associaçons da vila e do Condado em geral com o fim de somar forças.
Qual credes que é o estado dos festivais galegos em comparaçom com outros países?
Ainda que nom temos muito contacto com festivais de fora da Galiza, sim vemos que cada vez há mais iniciativas festivaleiras que luitan pola visibilizaçom de artistas mulheres, lesbianas e trans, apostando por criar espaços livres de agressons machistas. Esse é um dos principais objetivos que perseguimos nas Brêtemas.
Cara a onde vam as bretemosas? Por onde e como querem crescer?
Cara a vitória! (gargalhadas) Nas resistências, nos laços que se criam entre as de abaixo, há muita força para fazer grandes projetos. Gostaríamos de crescer, com certeza, mas nom a qualquer preço. Para nós é fundamental a coerência com os valores que defendemos, especialmente a alegria.
Neste derradeiro bocado da entrevista, e para ficar com bom sabor de boca, poderíades resumir a essência bretemosa numha frase?
Despeja a tua mente.