Rosi, Silvia, Laura e Xía som as Flow do Toxo, um grupo de mulheres que leva o feminismo combativo por bandeira, e que depois de um intenso percurso polo panorama musical galego nos últimos tempos, venhem de apresentar o videoclipe do seu tema ‘Jo Ta Ke’ junto com a artista basca La Basu.
Como surge esta irmandade com La Basu e como transcorreu a gravaçom?
Coincidimos algumhas de nós com ela e com outras artistas fazendo umha cançom para o 8M há um par de anos, ‘Yo por ellas, ellas por mi’, e desde ali começamos a tecer rede. Pensamos em fazer umha colaboraçom com ela, comentamos as nossas intençons e dixo-nos que sim. Muito emocionadas, pugémo-nos maos à obra. Tempo depois coincidimos no Festival das Brêtemas e botamos o tema ao vivo. Seguimos mantendo o contato, gravamos a cançom a distância e figemos o vídeo na Galiza num finde maravilhoso em que compartilhamos experiências tanto com ela como com a Tesa.
Que expetativas tendes para este novo trabalho? Seguirám-lhe novas surpresas?
Pois seguirám, sim, algumha que outra surpresa haverá neste ano pandémico cheio de mudanças intermitentes em que nos está a custar tanto lançar a maqueta. Temos duas colaboraçons mais que vam sair já, umha com a rapeira valenciana Tesa e outra com as grandes artistas de Brassica Rapa. E algumha que outra surpresa mais haverá, nom podemos desvelar muito, mas temos outras colaboraçons com tremendas artistas. Tempo ao tempo e com calma.
O feminismo combativo é umha das constantes nas vossas letras. Contra que luitades nestes tempos tam convulsos?
As nossas letras som o resultado das experiências vitais de cada umha de nós e som feministas e combativas porque nom nos fica outra opçom, essa é a nossa realidade. Luitamos para lograr umha transformaçom social que rache com as dinâmicas machistas arraigadas em todos os âmbitos da nossa vida.
O rap em galego viviu um forte impulso nos últimos tempos, e as Flow do Toxo tendes um sítio de honra neste setor. Que lugar achades que ocupa este estilo musical no âmbito da música galega e de que adoece?
Cada vez somos mais e isso é maravilhoso. É um reflexo dos feminismos e do que está a acontecer em toda a parte. Empoderamo-nos juntas. No rap ou em qualquer estilo musical o que falta é rachar realmente com privilégios, dinâmicas e comportamentos machistas que continuam a estar aí apesar do postureo.
Como enfrenta Flow do Toxo um panorama musical e cultural tam desolado como o atual por causa da pandemia?
Como todo o setor cultural estamos num estado de letargia estranho. Entristece-nos enormemente nom ter quase atuaçons e as constantes cancelaçons de festivais. A sorte que tivemos foi que gravamos as vozes da maqueta justo antes do confinamento e durante esse tempo dedicamo-nos a trabalhar na produçom a distância e online. Isso, somado a que é a primeira vez que nos metemos no estúdio, fai que todo nos leve mais tempo. Ainda assim, temos pensado sacar a maqueta antes de acabar o ano e começar logo com as apresentaçons ao vivo. A cultura é segura e sobretodo necessária, que nom nos enganem.