O recente anúncio da multinacional Naturgy ‑antes Gas Natural Fenosa- sobre o futuro feche da central térmica de Meirama –que utiliza combustiom de carvom para gerar eletricidade- era a crónica dumha morte anunciada. A conta atrás para ter a ponto as instalaçons que cumpririam com as diretivas europeias de emisons de gases contaminantes, que colocavam como data limite o mês de junho de 2020, estava acima e da empresa ainda nom se realizara nengum movimento para confirmar o investimento dumhas obras cujo gasto se quantificava nuns 100 milhons de euros.
Em 2015 o conselho de administraçom da empresa entom presidida por Salvador Gabarró, reunida da Cidade da Cultura, acordava e transmitia ao presidente da Junta da Galiza a continuidade da planta térmica de Meirama, comprometendo-se a realizar essas novas obras. Porém, o silêncio arredor deste investimento desde a chegada da nova diretiva, encabeçada por Francisco Reynés, e a evidência de que o tempo se acabava para poder realizar as mudanças necessárias, fijo emerger a suspeita do que finalmente aconteceu: Meirama fechará as suas portas em 2020.
Porém, Naturgy nom semelha querer ir-se de Meirama. Por um lado, apresenta um plano para implantar um parque eólico e umha planta de biogás, ainda em estudo, que queimará resíduos gandeiros e orgánicos industriais. A nível de emprego, a proposta da empresa combina a recolocaçom de parte do pessoal e a procura de saídas pactadas para o resto. Os meios de comunicaçom indicavam que se recolocariam arredor de 40 dos 77 postos de trabalho existentes na central.
Do comité de empresa tem-se considerado esta umha má notícia. Recentemente, representantes do comité encerravam-se no Concelho de Ordes, afirmando que a central é completamente produtiva e denunciando que a continuidade dos postos de trabalho nom estám garantidos. Assim, afirmavam que “o carvom tem sítio na transiçom que se vaia fazer cara a outro tipo de tecnologias” e chamavam à administraçom e os coletivos afetados a procurarem umha postura conjunta.
O impacto da central de Meirama
A central de Meirama, no concelho corunhês de Cerzeda, é um dos grandes ícones dos efeitos do industrialismo na Galiza. Pode colocar-se o início do seu impacto em 1977 quando teve lugar a luita da vizinhança das Encrovas para defender as suas terras da expropriaçom para a criaçom dumha mina de lignito por parte de Fenosa. Essa mina de lignito, que esteve ativa até 2008, seria a que forneceria a central de Meirama de combustível para a produçom de energia elétrica. Após o feche da mina, esta seria convertida num lago. Tam icónica se converteu a imagem da térmica de Meirama que mesmo chegou a formar parte do escudo do concelho de Cerzeda.
Esta fatoria deixou um importante impacto ambiental, sendo um deles que o próprio entorno acabou convertendo-se numha zona que passou a acolher diversas industrias com um considerável impacto ambiental. A carom da central térmica encontra-se Sogama e o vertedouro da Areosa. Também, perto, estám a planta da Gesuga ‑de tratamento de subprodutos cárnicos‑, ou a subestaçom elétrica do Mesom do Vento. Atualmente, novas problemáticas como um projeto de vertedouro no lugar de Lesta ou de implantaçom de parques eólicos em zonas de aproveitamento agrário estám a ativar um tecido associativo na comarca de Ordes que pretende responder a estas agressons ambientais.
Assim, representantes deste coletivos ambientais da comarca, à hora de fazer um repasso do impacto de Meirama acham que gerou um importante fluxo económico, e que vizinhança da zona conseguiu trabalho na construçom da planta e na própria mina de lignito.
Porém, colocam o seu impacto mais importante na contaminaçom. Fazendo memória, lembram que nos primeiros anos de atividade da térmica houvo umha chuiva ácida que afetou gravemente a produçom hortícola e frutícola do vale do Bárcia.
Também salientam que atualmente há poucas pessoas de Ordes ou Cerzeda trabalhando na planta, estando a maioria jubilados ou pré-jubilados. A nível económico a central tem dado dinheiro às arcas municipais através o Imposto de Atividades Económicas. Mas dos coletivos vizinhais acham que análise do impacto económico nom pode ficar nessas cifras. “Criaram-se infraestruturas de alto custe de mantimento e com pouco aporte à qualidade de vida da vizinhança, como se pode deduzir da perda de populaçom. O impacto económico foi negativo para Cerzeda e mínimo para Ordes”, afirma um dos seus vozeiros.
Assim, dos coletivos ambientalistas da comarca vem-se com preocupaçom o anúncio dos novos planos da Naturgy para Meirama, especialmente o projeto de planta de biogás. Ainda à espera de umha análise mais profunda, pois a única informaçom com a que contam é a que saiu nos meios de comunicaçom, um vozeiro destes coletivos assinala o impacto que terá umha nova fatoria de tratamento de resíduos, justo a carom da Sogama: “vai haver já umha pegada ambiental tremenda simplesmente polo transporte. O segundo é o risco de acidente com produtos contaminantes, o terceiro é que se estám concentrando nesta comarca umha série de vectores de contaminaçom ambiental e sanitária mui importantes”.
“Em Cerzeda”, acrescenta este vozeiro, “há mais de nove milhons de metros quadrados de solos que tivérom usos industriais que estám altamente contaminados”, polo que lamenta que nom se estejam a promover açons de regeneraçom ou aproveitamentos doutro tipo, como o de lazer. Indicam também mais umha nova afeçom da projetada planta de biogás: “se se leva para os terrenos da central, automaticamente pode produzir-se dano cara a conca do Barcés, um rio que subministra água à barragem de Cecebre”.
Falta de planificaçom energética
Se há um ponto em que há coincidência entre o sindicalismo e o ecologismo, num debate como o do futuro das centrais térmicas, esse é a denúncia dumha falta de planificaçom de transiçom energética por parte das administraçons. O presidente do comité de Meirama, Bautista Vega, do sindicato nacionalista CIG, comentava ao Novas da Galiza uns dias antes de conhecer-se o anúncio de Naturgy que entendia que esse debate para fazer umha transiçom cara às energias renováveis nom existe. “E haveria que dá-lo”, expóm Vega, “com todos os partidos, coletivos, sindicatos, comités de empresa, que intervimos no sector e ver que se fai com umha serie de centrais como a de Meirama e como se fai essa transiçom sem perder os postos de trabalho”.
Do ambientalismo da comarca ordense exponhem que mesmo numha reuniom com a subdiretora geral de energia da Junta esta expujo que nom existe umha planificaçom energética. “A Junta só di se as empresas estám a cumprir a lei, mas isso nom é planificar. A planificaçom está em maos das empresas elétricas, que estám numha peleja por conseguirem mais megawatios”, afirmam nestes coletivos.
Neste aspeto também fai finca-pé Manoel Santos, vozeiro da recém criada Galiza, un Futuro sem Carvom. Santos expom que “as competências para decretar o fim das térmicas é do Estado, mas a Junta, como governo galego que é, está a acometer umha irresponsabilidade ao nom fazer umha planificaçom”. Santos estende esta afirmaçom a todos os partidos do Parlamento galego onde foi apoiada, contando só com a abstençom de En Marea, umha moçom para pedir ao Estado a continuidade das térmicas de Meirama e As Pontes. “Quando pidem que nom se fechem, nom se está a defender a populaçom afetada, estaria-se a defender a populaçom se se digesse que vam fechar, ainda que o Estado nom o diga, e se trabalhasse em alternativas”, expom Santos.
Este ativista também pom acima da mesa a importância de algumhas iniciativas de base aparecidas nos últimos anos, como pode ser a cooperativa A Nosa Enerxía neste caminho cara à transiçom energética.
Endesa As Pontes : conflito sindical com Enel
Esta falta de planificaçom deixa em maos das empresas multinacionais a continuidade de centos de postos de trabalho e o desenvolvimento do próprio sistema energético galego. Se imos cara às Pontes, onde se encontra a central térmica de Endesa que sim vai realizar o investimento para as obras de adaptaçom à normativa de emissom de gases contaminantes, encontramo-nos também com um conflito sindical.
A proprietária desta planta é a Enel, multinacional em que o principal acionista é o Estado italiano. Fernando Blanco, sindicalista da CIG e trabalhador jubilado de Endesa-As Pontes, explica como, após ficar sem convénio de referência na empresa, esta está a notificar ao seu pessoal passivo ‑jubilados e pensionistas- a eliminaçom dos seus benefícios sociais. “Esses direitos”, afirma Blanco, “som históricos da empresa e sempre formaram parte dos convénios coletivos. E era parte do salário, em espécie, e polo tanto tributamos os impostos correspondentes”.
Blanco repassa a história da Endesa desde que a Enel se fijo com o controlo do 70% desta empresa ‑umha vez saída Acciona- e qualifica‑a de “saqueio”, lembrando que a Endesa era umha empresa pública que foi privatizada polos governos espanhóis dos 90. Salienta também que “a política de dividendos que Enel tem em Endesa é a mais agressiva do setor elétrico. O 100% de lucros vam para dividendos que som repartidos em Itália. Esta política de dividendos obriga-lhe a financiar-se e endividar-se para funcionar”. É neste contexto que Blanco situa a eliminaçom dos benefícios sociais, assinalando que a pretensom da Enel passaria por que este dinheiro passa-se a contar-se como lucros para os dividendos.
Desulfuradora e denitrificadora
As obras que tenhem que realizar as centrais térmicas que produzem energia elétrica a partir da queima de carvom passam pola introduçom de tecnologias desulfuradoras e denitrificadoras que minimizem as emissons de poluentes mais relacionados com o impacto na saúde humana. A central de Endesa-As Pontes já inicou as obras para introduzir esta tecnologia, para a qual tivo que realizar um desembolso superior aos 200 milhons de euros. À inauguraçom das obras acudiu o presidente da Junta, Alberto Núñez Feijóo, quem salientava que com estas novas instalaçons a central alongava a sua vida durante 20 anos mais.
Porém, esses cálculos podem estar errados se se desenvolvem limitaçons à emissom de gases de efeito estufa como é o dióxido de carbono ‑CO2-. Manoel Santos salienta assim que as obras atuais “nada tenhem a ver com o CO2, polo que ninguém pode afirmar que nom sei vaiam exigir mais reduçons deste gás, em base aos relatórios de expertos na mudança climática, mais drásticas que nom permitam a continuidade das térmicas”. Santos assinala que como muito esta novas obras alongariam a vida das Pontes até 2030, data para a que se prevê umha nova diretiva europeia sobre as emissons.
‘Galiza Um futuro sem Carvom’ é umha plataforma de 13 organizaçons que nasceu no passado mês de setembro e que se integra no coletivo europeu Europe Beyond Coil (Europa Além do Carvom). Este movimento procura o fim das térmicas “nom como soluçom às mudanças climáticas mas sim como impulso radical na luita contra essa mudança”, expom Santos. No seu manifesto de apresentaçom, esta plataforma indicava que as duas térmicas galegas emitem um terço do total de emissons de CO2 galegas. Destas duas, a mais contaminante é a das Pontes.
Este vozeiro da plataforma quer salientar também um dos efeitos destas centrais no entorno que considera que nom costuma ter-se em conta e que é o da criaçom de um mono-cultivo industrial na zona em que se implanta. “Nom se diversifica a atividade económica da comarca nem se planifica, e este mono-cultivo é umha das grandes injustiças destas industrias tam contaminantes e que controlam o tecido económico dumha comarca”, opina Santos.
Custe ambiental e social da importaçom de carvom
A plataforma ‘Galiza Um Futuro sem Carvom’ quer fazer finca-pé na responsabilidade que como qualquer outro país do mundo tem Galiza na luita contra a mudança climática, e especialmente por situar-se no norte industrializado. E também chama a atençom sobre o impacto global e as condiçons em que é produzido o carvom importado para as centrais térmicas.
Após o feche das minas das Encrovas e As Pontes, na última década o carvom vem todo de fora. No caso de Meirama, entra polo porto da Corunha e é deslocado em comboio até a central. Tal é a quantidade importada que o comité de empresa da Meirama acha que o feche da atividade suporá umha queda do 10% na atividade do porto da Corunha. No caso das Pontes, o carvom introduz-se polo porto de Ferrol e é transportado até a planta em camions.
“Muito do carvom que se importa aquí e na Europa extrai-se em condiçons de semiescravatura e com graves problemas sociais”, denuncia Santos. Alguns dos principais países exportadores de carvom som Indonésia e Colômbia. Neste último encontra-se a mina de El Cerrejón, a maior mina a céu aberto do mundo. “É Colômbia praticamente nom produz energia queimando carvom, todo o exporta”, expom Santos, quem expom que estas minas tenhem criado deslocamentos de populaçom, contaminaçom e exploraçom laboral.
As emissons de dióxido de carbono incrementárom
As duas plantas térmicas de combustom de carvom implantadas em território galego emitiram ao céu mais de 48 milhons de toneladas de CO2 entre os anos 2013 e 2017, segundo indica o registo estatal de emissons e fontes contaminantes. Das duas térmicas a que conta com um maior nível de emissons é a de Endesa-As Pontes, que continuará com a sua atividade para além de 2020. Esta fatoria expulsou mais de 36 milhons de toneladas nesse período, sendo 2017 com mais de 8 milhons de toneladas quando mais CO2 foi expulsado por esta planta nesses cinco anos.
Seguindo na mesma fonte da dados, extrai-se que nesse período a meia de emissons anuais foi superior ao lustro anterior. Entre as duas térmicas no período 2008–2012 emitiu-se umha meia de 7,7 milhons de toneladas anuais enquanto nos seguintes cinco anos a meia ascenderia a 9,6 milhons de toneladas anuais.
Custe sanitário
A plataforma europeia Europe Beyond Coal, em que se integra a recentemente criada Galiza, Um Futuro sem Carvom, vem de publicar um relatório em que expom o impacto das centrais térmicas em toda Europa, que leva por nome Last Gasp e em que quantifica os custes sanitários destas factorias. Segundo este relatório, em 2016 a atividade das duas centrais teriam provocado 143 mortes prematuras, uns 4800 casos de sintomas de asma em crianças, 106 novos casos de bronquite e uns 117 ingressos hospitalários por problemas respiratórios e cardiovasculares. Esse relatório eleva os custos sanitários da queima do carvom para conseguir energia elétrica na Galiza nuns 430 milhons de euros, estimados por causa dos ingressos hospitalários e a perda de perto de 52000 dias de trabalho.
A metodologia deste relatório baseou-se nas recomendaçons do projeto ‘Riscos da saúde da contaminaçom do ar na Europa’ da Organizaçom Mundial da Saúde. Os riscos para a saúde das centrais térmicas venhem especialmente de emissons– como os óxidos de xofre- que se vertem à atmosfera diferentes das de CO2, principal gás de efeito estufa.
Cimeira do clima com sabor agridoce e alarmes
A última ronda de negociaçons da Conferência das Naçons Unidas para a Mudança Climática (COP24) que se celebrou no passado mês de dezembro na cidade polonesa de Katowice véu precedida por um alarmante relatório do Grupo Intergovernamental de Expertos sobre a Mudança Climática (IPCC), sobre as dificuldades para atingir os objetivos dos Acordos de Paris. Estes acordos marcavam o objetivo de conseguir que a finais deste século o crescimento da temperatura global se situe por baixo dos 2ºC em relaçom aos níveis pré-industriais, chamando a fazer um esforço para que esse crescimento se situa-se nos 1.5ºC. Esta segunda cifra foi incluída no acordo graças à pressom dos países mais expostos aos efeitos do aquecimento global, como podem ser as ilhas do oceano Pacífico.
Porém, o IPCC ‑onde participam cientistas de vários países- alertou no mês de outubro das dificuldades atuais para atingir este ambicioso objetivo. Assim, o seu relatório indica que é provável que o aquecimento do 1.5ºC chegue entre 2030 e 2052 se se continua o atual ritmo de emissons de gases de efeito estufa. É mais, caso continuar com as mesmas políticas atuais, em 2100 o aquecimento em relaçom com os níveis pré-industriais seria de 3ºC.
Desta forma, o IPCC indicava que para poder manter o objetivo do 1.5ºC a finais de século requer que em 2030 se tenham diminuído num 45% as emissons de dióxido de carbono (CO2) em relaçom com 2010 e também que em 2050 essas emissons sejam praticamente nulas. Também estabelece que para chegar a essa meta nesse ano entre o 70% e o 85% da eletricidade seja de origem renovável. Caso nom se atingisse este objetivo e só se pudesse chegar aos 2ºC a finais de século ‑que trazeria consigo umha suba do mar de 10 centímetros mais que se se chegasse ao 1.5C- isto implicaria mais problemas para o ser humano e conjunto de espécies.
Porém, a cimeira de Katowice finalizou com um sabor algo agridoce para quem procura avanços na luita contra as mudanças do clima. Se bem é considerado que se conseguiu vencer o bloqueio de países como os EUA, os estados participantes nom chegaram a compromissos concretos para avançar na reduçom de gases de efeito estufa em base aos Acordos de Paris.
Umha memória sem carvom
Ademais do feche das centrais térmicas, a reduçom de CO2 terá que vir acompanhada de umha série de atuaçons em muitos âmbitos, como o transporte, a agricultura e a vivenda. A perspetiva de que a luita contra a mudança do clima trazerá umha sociedade em que se reduzirá o acesso a combustíveis fósseis, o que afetará a aspetos como a mobilidade, introduz também umha série de mudanças que terám que efetuar-se a um nível mais local.
Com o objetivo de que a mudança do clima se converta num assunto do dia-a-dia e de recuperar ferramentas e hábitos presentes sobre todo nas comunidades rurais com umha baixa pegada de carbono, vem desenvolvendo-se nos centros socioculturais de Compostela a iniciativa de educaçom social ‘Descarboniza! Que non é pouco…’. Este projeto está focado especialmente a pessoas adultas, com as que recuperar a memória das suas práticas, trabalhando-se em grupos e querendo achegar também um componente emocional.
O educador social Miguel Pardellas expom que nas sessons lança-se umha pergunta e ao longo da conversa se vam identificando as cousas que podem ser úteis nesse possível futuro com menor disponibilidade energética. “Por exemplo, sobre a alimentaçom”, indica Pardellas, “nom se trata só de consumir produtos de temporada, também de recuperar a sabedoria popular, criar circuitos de distribuiçom e recuperar a coesom a nível de bairro ou paróquia para enfrentar com mais garantias o futuro”.
Descentralizar
Nas conversas dos grupos de trabalho fai-se explícita a centralizaçom dos serviços que fijo que muitas zonas tenham que incrementar os deslocamentos cara a cidades e vilas. “Haveria que recuperar muitos espaços de proximidade”, expom Pardellas, que assinala também como as vizinhas indicavam que cada vez tinham que ir mais cara o hospital do centro da cidade para poder receber assistência médica. “Há que pôr em questom a centralizaçom do sistema. A descentralizaçom destes serviços seria beneficiosa para as comunidades. E o mesmo acontece com a educaçom ou o acesso a produtos básicos”, salienta Pardellas.
Há também nessas sessons umha leitura crítica do passado e do presente. As mulheres foram maioritárias na participaçom destes grupos de trabalho. Nelas recaiam muitos dos cuidados comunitários e “nom todo som bons recordos, lembra-se também o sacrifício que havia que passar”, indica Pardellas. Também pervive a memória do franquismo e a falta de liberdades, “entom aproveitamos para introduzir o conceito de ‘ecofascismo’, se a sociedade civil nom se organiza pode haver saídas em chave autoritária para a gestom dos recursos”, afirma este educador social.
Outro objetivo de ‘Descarboniza’ é que as pessoas participantes depois realizem umha atividade focada na sua paróquia ou bairro.
Este projeto contou com o financiamento do concelho de Compostela, e atualmente o seu modelo exportou-se a Donosti, onde se realizarám umhas sessons-piloto com a mesma metodologia. A iniciativa de ‘Descarboniza’ partiu do grupo de investigaçom SEPA (Pedagogia Social e Educaçom Ambiental), que leva anos a investigar a perceçom da cidadania arredor da mudança climática.