Tradicionalmente a Galiza vem sendo concebida como um país de grande componente rural, se bem todo o litoral Atlântico constitui unha das zonas mais urbanizadas e, em casos pontuais, industrializadas do estado espanhol. Por extensom, resulta difícil achar no Novo Cinema Galego obras que pareçam querer dizer algumha cousa sobre o mundo urbano em que se ambientam. Em filmes como La noche que dejó de llover, Encallados (de Alfonso Zarauza) e Dous fragmentos: Eva (de Ángel Santos) a relaçom das personagens com a cidade resulta superficial, nom se nos mostram os seus percursos, nom há diferenças sociais nem humanas entre bairros, a urbe é homogénea. A relaçom entre zonas residenciais, espaços de trabalho, diferentes situaçons económicas, vias de comunicaçom, etc… é‑lhe escamoteada ao espectador. A política, entendida no seu sentido mais amplo, nom existe. É dizer: mostra-se unha polis apolítica.
Resulta difícil achar no Novo Cinema Galego obras que pareçam querer dizer algumha cousa sobre o mundo urbano em que se ambientam.
Por contra, em Adolescentes, achegamento ao cinema documental de Santos, os protagonistas som retratados na rua, no seu espaço natural, estabelecendo-se unha relaçom entre eles, o seu entorno, a câmara e um excelente trabalho de som. O registro deste, se bem nom se fijo ao vivo, corresponde-se com os ambientes dos mesmos cenários filmados, dando-lhe às imagens unha musicalidade apropriada. Este ambiente sonoro, junto com os reflexos nos vidros, as galerias e escaparates, consegue oferecer-nos um retrato perfeitamente real da maneira em que esses adolescente habitam o seu contexto social, e como se relacionam com ele.
A ocultaçom em grande parte dos filmes mencionados das relaçons entre espaço e habitante colabora com certa ideia de museificaçom que está a invadir algumhas capitais galegas. Nesse sentido cabe salientar o penoso papel que cumprem instituiçons como as Film Comissions, que sabedoras do enorme esforço económico que supom a filmaçom dumha ficçom narrativa, facilitam e impulsam o facto destas rodagens terem lugar em espaços de autopromoçom de cidades, regions, países… Funcionando os filmes como elementos de puro marketing turístico. Contra estes exemplos podemos oferecer outro tipo de filmes que tratam de retratar bairros, lugares e espazos urbanos esquecidos pola historia “oficial” das suas cidades. Seriam exemplo disto Fóra (de Pablo Cayuela e Xam Gómez Viñas) ou Esquece Monelos (de Ángeles Huerta).
A ocultaçom das relaçons entre espaço e habitante colabora com certa ideia de museificaçom que está a invadir algumhas capitais galegas.
Dentro do espaço urbano cabe salientar também o caso concreto das configuraçons rururbanas, um dos tipos de lugares mais habituais no nosso país. Catalogados muitas vezes dentro do chamado “feísmo arquitetónico”, definiçom ampla e muito pouco concreta que por vezes serve como escusa para evitar indagaçons de maior profundidade. Salvo o excecional Jet Lag, de Eloi Domínguez Serém, que mostre durante toda unha semana o trabalho dum empregado no turno de noite dumha gasolineira em Guilharei, o caso galego costuma demitir deste tipo de espaços tam habituais no corredor Atlântico e as cidades-dormitório, para tentar retratar unha e outra vez o espaço rural, autêntica teima dos cineastas do movimento que os leva a cair constantemente em certas obsessons próprias dum nacionalismo romântico do dezanove que, por desgraça, afasta-os constantemente da realidade que tenhem ao seu arredor.