Nos últimos três anos umhas 23 avaliaçons ambientais permitírom a implantaçom de novas exploraçons pecuárias ou a ampliaçom de outras já existentes na Límia. A pandémia nom ofereceu nengumha trégua no crescimento dumha indústria que está a provocar graves problemas de contaminaçom na comarca. Desde a proclamaçom do estado de alarme a administraçom autonómica resolveu oito destes expedientes ambientais.
Em 2020 os serviços de avaliaçom ambiental da Junta resolvêrom seis Declaraçons de Impato Ambiental (DIA) ‑a maior quantidade deste tipo nos últimos três anos- para granjas intensivas na comarca da Límia. Quatro delas corresponderiam a ampliaçons de exploraçons avícolas, umha à ampliaçom de umha exploraçom porcina e outra à implantaçom de umha nova granja de ceva de polos.
As DIA som as avaliaçons ambientais correspondentes às exploraçons que superem as 40.000 vagas de galinhas ponhedoras ou 55.000 de polos para a ceva, no caso das exploraçons avícolas. No caso de exploraçons porcinas, as DIA correspondem a granjas que superem as 2000 cabeças de porcos de engorde ou as 750 porcas de cria. Som assinadas pola direçom-geral de Qualidade Ambiental, dependente da Conselharia de Meio Ambiente. As exploraçons com capacidades menores às descritas corresponde-lhes umha avaliaçom de incidência ambiental, com tramitaçom mais ágil e que é assinada pola Chefatura Territorial da Conselharia de Meio Ambiente. Caso algumha destas exploraçons mais pequenas contem com possíveis efeitos negativos ou, por exemplo, estejam próximas dalgum terreno com proteçom ambiental, a Conselharia emite um relatório de impacto ambiental, em que determina se é necessário realizar umha DIA ou se a avaliaçom de impacto ambiental simplificada que se realizou foi suficiente.
A maioria das avaliaçons ambientais aprovadas nos últimos anos som para a ampliaçom de exploraçons avícolas de ceva de polos
Porém, é habitual encontrar entre as exploraçons que entram dentro da avaliaçom de incidência ambiental capacidades mui achegadas dos limites marcados para realizar umha avaliaçom mais simples ou mais complexa. Assim, em 2020 umha exploraçom porcina de ceva em Trasmiras com avaliaçom de incidência ambiental atingia as 1980 cabeças de porcos para a ceva. Por outro lado, qualquer exploraçom que se avalie mediante este procedimento poderá também no futuro apresentar umha ampliaçom do projeto ‑que haverá que someter a avaliaçom ambiental correspondente-. Em 2019 recebiam umha avaliaçom de incidência ambiental favorável duas novas exploraçons avícolas de ceva e outras duas exploraçons porcinas.
Ampliaçons de exploraçons avícolas
Assim, dessas 23 avaliaçons ambientais aprovadas nos últimos três anos, 11 correspondem a ampliaçons de exploraçons avícolas já existentes e a maioria som para a ceva de polos. Só duas destas eram inferiores a 55.000 polos. O maior destes novos projetos é a ampliaçom de umha exploraçom em Vilar de Santos que passaria de 68.544 a 104.408 polos. Na maioria destas exploraçons os animais passam apenas entre 45 e 50 dias na granja ‑os conhecidos como broilers-, dando lugar a cinco ou seis ciclos produtivos anuais. Deste jeito, a produçom anual de polos da citada exploraçom de Vilar de Santos superaria os 600.000 polos.
Por concelhos da comarca, nestes últimos três anos som Baltar e Sarreaus os que contam com mais projetos pecuários com avaliaçom ambiental favorável, com cinco cada um. Seguem-lhes Ginzo e Trasmiras com três cada um.
Xurros para as parcelas
Ainda que as avaliaçons ambientais de diverso tipo afirmem a viabilidade destes projetos pecuários intensivos, na sua leitura encontra-se umha especial preocupaçom pola contaminaçom por xurros nas águas da Límia. Fundamentalmente, a gestom dos xurros das granjas intensivas consiste em empregá-los como fertilizante em diferentes parcelas da comarca, algumhas delas inseridas mesmo dentro de espaços protegidos pola Rede Natura. A Direçom Geral de Património Natural e a Confederaçom Hidrográfica Minho-Sil nas consultas das avaliaçons mostram a sua preocupaçom arredor de como estas descargas de xurros podem afetar as águas superficiais e subterráneas. Mas quem vem denunciando frontalmente o problema da contaminaçom polo excesso de xurros nas terras limiás é a Sociedade Galega de Historia Natural (SGHN). “Existe umha saturaçom de instalaçons pecuárias na cabeceira do rio Límia, umha boa parte titulariedade do grupo Coren, que implicaria a existência de um plano definido de intensificaçom gandeira nesta zona que nunca se someteu a avaliaçom ambiental no seu conjunto para determinar os efectos sinérgicos e acumulativos da concentraçom de indústrias deste tipo na chaira limiá”, assinala a SGHN numha alegaçom à citada ampliaçom da exploraçom avícola de Vilar de Santos.
A Sociedade Galega de História Natural considera urgente a declaraçom de umha moratória na tramitaçom das solicitudes de instalaçom ou ampliaçom de exploraçons pecuárias estabuladas na Límia
Deste jeito, esta sociedade leva mais de 10 anos apresentando alegaçons e relatórios ante qualquer projeto pecuário intensivo novo na Límia. Também considera urgente a declaraçom de umha moratória na tramitaçom das solicitudes de instalaçom ou ampliaçom de exploraçons pecuárias estabuladas na Límia até que sejam avaliados os efeitos sinérgicos e acumulativos das exploraçons previamente existentes. Porém, as demandas da SGHN nom som escutadas por umha administraçom que continua sem encontrar efeitos negativos para o meio ambiente nestas granjas.
Continuará a crescer
As cifras de avaliaçons ambientais resolvidas nos três últimos anos, ainda que exponhem que embora os alertas a pecuária intensiva tem planeado continuar a se expandir, som apenas umha pequena mostra deste problema na comarca limiá. A SGHN em 2017 contabilizava em 350 as granjas presentes na bacia do Límia, é dizer, 1,2 granjas por quilómetro quadrado.
Segundo os dados públicos sobre procedimentos de DIA abertos na atualidade, estám à espera de resoluçom a ampliaçom de umha granja avícola até 91.028 polos de ceva em Ginzo, umha nova granja de ceva de polos com capacidade para 25.872 aves no concelho de Junqueira de Ambia que se situaria dentro da Zona Especial de Proteçom de Aves da Límia e a ampliaçom de umha exploraçom porcina de ceva até as 2.640 cabeças em Vilar de Bairro. Assim mesmo, terám que ser revistas as Avaliaçons Ambientais Integradas de duas exploraçons porcinas de Sarreaus. No imediato, tudo indica que a pecuária intensiva continuará a medrar nesta comarca.