Periódico galego de informaçom crítica

Masculinidades e participaçom feminista

por
car­los ro­drí­guez — radríguez

Ano 2019. Qual é o lu­gar das mas­cu­li­ni­da­des na res­saca das on­das fe­mi­nis­tas? Que é ser um ho­mem no sé­culo XXI? Muitos ho­mens pas­sam com ale­gria a auto-de­no­mi­nar-se a si pró­prios Feministas. Podemos ser Feministas? De ser as­sim, qual é o nosso es­paço, a nossa fun­çom e, so­bre­tudo, a nossa ati­tude frente à trans­for­ma­çom feminista?

Dum modo sim­ples po­de­mos de­fi­nir o fe­mi­nismo como um mo­vi­mento so­cial his­to­ri­ca­mente pro­ta­go­ni­zado po­las mu­lhe­res. Desta pers­pe­tiva o pa­pel dos ho­mens é de sim­ples apoio, es­pe­ta­dor pas­si­vou ou di­re­ta­mente de agente re­a­ci­o­ná­rio na sua ver­tente mais in­di­vi­du­a­lista e vi­o­lenta. Som múl­ti­plos os es­pa­ços par­ti­lha­dos mis­tos onde o de­sejo de pro­ta­go­nismo dos ho­mens li­mita e mesmo afoga a par­ti­ci­pa­çom das mu­lhe­res. Entom, que sen­tido te­ria a par­ti­ci­pa­çom dos ho­mens no fe­mi­nismo? Pois, cla­ra­mente, nen­gum. Elas som as pro­ta­go­nis­tas, aca­dando in­de­pen­dên­cia, au­to­no­mia, e con­quis­tando o di­reito de es­ta­rem no es­paço público.

Som múl­ti­plos os es­pa­ços par­ti­lha­dos mis­tos onde o de­sejo de pro­ta­go­nismo dos ho­mens li­mita e mesmo afoga a par­ti­ci­pa­çom das mulheres 

Tamém po­de­mos de­fi­nir o fe­mi­nismo como mo­vi­mento so­cial que pro­cura a equi­dade en­tre mu­lhe­res e ho­mens. Esta de­fi­ni­çom in­clui-nos de facto na cor­res­pon­sa­bi­li­dade, pa­la­vra esta di­men­si­o­nada além do tra­ba­lho re­pro­du­tivo da vida. A cor­res­pon­sa­bi­li­dade é a ati­tude que pro­move o justo equi­lí­brio nos ní­veis so­cial, do­més­tico e pes­soal. O nosso tra­ba­lho, que po­de­ría­mos re­su­mir como umha des­cons­tru­çom da mas­cu­li­ni­dade he­ge­mó­nica, por pa­la­vras do so­ció­logo Raúl Martínez Ibars “di­rige-nos para atrás e para den­tro pois a única con­quista do ho­mem fe­mi­nista pa­rece ser a dumha vi­ra­gem para o in­te­rior que nom cos­tuma es­tar en­tre os de­se­jos e as ten­dên­cias pre­do­mi­nan­tes da cons­tru­çom cul­tu­ral mas­cu­lina”. Para atrás im­plica pôr em va­lor o es­paço pri­vado para sus­ten­tar a vida, apren­dendo a cui­dar-nos e a cui­dar as re­la­çons que man­te­mos com as ou­tras pes­soas. Para atrás no es­paço pú­blico e pro­du­tivo, para atrás no nosso ati­vismo compulsivo.

Para den­tro apren­dendo a vi­ver es­ta­be­le­cendo um con­tacto com as par­tes mais ín­ti­mas e pro­fun­das da nossa per­so­na­li­dade. Aprendendo a com­pre­en­der-nos e a com­pre­en­der o ser hu­mano em todo o seu abano afe­tivo. Para den­tro vi­vendo e sen­tindo todo, aban­do­nando o pa­pel ex­clu­sivo no con­ge­la­dor emo­ci­o­nal. Para den­tro apren­dendo a reha­bi­tar os nos­sos cor­pos além da hi­per­to­nia rí­gida do he­rói pro­te­tor. Para den­tro na pro­cura dumha es­pi­ri­tu­a­li­dade que nos trans­cende. Para den­tro dei­xando de su­bor­di­nar o fe­mi­nino em nós pró­prios para po­der dar-lhe va­lor e li­vre expressom.

O re­sul­tado desta vi­a­gem im­plica umha trans­for­ma­çom da mas­cu­li­ni­dade he­te­ro­pa­tri­ar­cal numha di­ver­si­dade de for­mas de vida que in­te­gram mas­cu­lino e fe­mi­nino, so­cial e pes­so­al­mente. Umha vi­a­gem que aprende a con­ter, a sus­ten­tar, a en­rou­par e a ace­der aos cor­pos das ou­tras pes­soas sem do­mi­nân­cia nem pre­do­mi­nân­cia, se­nom desde a per­mis­som e a em­pa­tia. Desfrutando da se­xu­a­li­dade desde todo o nosso corpo. Depois desta vi­a­gem nom se­re­mos tam ho­mens. Talvez mi­cro­ma­chi­nhos. Uns fe­li­zes de-generados.

é agente de igualdade e membro do grupo de homens pola igualdade Micromachinhos.

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