No mês de março de 2008, abria as suas portas a Casa das Atochas, ainda sem batizar, com as jornadas ‘A Cultura Pré-Okupa’. A entrada naquela casa do bairro corunhês de Monte Alto, propriedade da promotora imobiliária Juan Perez Paz SL, levava meses sendo planificada e a jornada de inauguraçom converteu-se num sucesso de participaçom. Na preparaçom desta ocupaçom participárom militantes de coletivos anarquistas, ativistas do centro social CS Atreu e outros movimentos da cidade, bem como as integrantes do movimento ‘crust punk’ que anteriormente ocuparam diversos lugares nos arrabaldes da cidade, como ‘Las Ruinas’ ou ‘La Cúpula del Trueno’, para realizar atuaçons musicais.
A escolha do bairro e do prédio nom foi casual. O próprio Atreu estava situado em Monte Alto e a imobiliária Pérez Paz era conhecida no bairro polas suas más práticas para a aquisiçom de vivendas que logo venderia a um preço maior. Esta imobiliária vira-se envolvida num escándalo em 2005 por ser a promotora de umha obra de derrubamento na Rua Beiramar que provocou desprendimentos e fendas num prédio contíguo, polo qual várias famílias que habitavam nele tivêrom que ser evacuadas.
umha dessas casas era o número 55 da Atocha Alta, onde, em julho de 1937, quando o fascismo estava a desarticular as redes antifascistas clandestinas que funcionavam na cidade, a Guarda Civil assaltou a vivenda e assassinou três homens e umha mulher que se encontravam dentro
Monte Alto era umha aldeia que se converteu num bairro operário. No tempo em que se estava ativa a Casa das Atochas, foi derrubado um conjunto de vivendas operárias na Atocha Alta, mui próximo do centro social, para fazer umha praça de betom. Com o derrubamento dessa casa, derrubava-se também um pedaço da memória histórica do bairro, pois umha dessas casas era o número 55 da Atocha Alta, onde, em julho de 1937, quando o fascismo estava a desarticular as redes antifascistas clandestinas que funcionavam na cidade, a Guarda Civil assaltou a vivenda e assassinou três homens e umha mulher que se encontravam dentro.
A Casa das Atochas estivo ativa durante três anos e foi um pulo para os movimentos de ocupaçom de toda a Galiza. Ainda que após o primeiro ano, algumhas das ativistas que iniciárom este projeto se desvinculariam da Casa, a atividade e a resistência continuárom. Em abril de 2011, um grupo de GOES entravam armados na Casa para proceder ao seu despejo. Esse mesmo dia, umha manifestaçom percorre as ruas da cidade, mas uns dias depois, na seguinte convocatória, um forte dispositivo policial impede a saída da manifestaçom.
Atualmente, o que era a Casa das Atochas é um terreno vazio, que foi aumentado após o derrubamento do edifício anexo que albergava a tasca Casa Odilo. No terreno, um cartaz anuncia a construçom de um edifício de 12 habitações com loja comercial e garagem. O mesmo cartaz explica que as obras durarám 36 meses, mas nom parece que as obras já começassem. No ano passado, o Concelho da Corunha punha entraves à imobiliária, anulando a licença de construçom aprovada em 2012 e exigindo que se cumpra o estabelecido no PGOM atualmente em vigor.