![](https://novas.gal/wp-content/uploads/2018/04/160-contracapa-web-300x225.gif)
31 anos após o seu nascimento, e a SCD Condado segue tendo muito que contar. Com o Festival da Poesia ainda fresquinho, umha das suas sócias fala-nos de alguns avanços e reptos desta entidade que briga por umha cultura aberta, popular, crítica, e ativa, apostando por propostas multidisciplinares das duas beiras do Minho.
Vindes de celebrar o Festival da Poesia! Muitas pessoas e projetos passárom já polos vossos 31 anos de história. Quais reptos tendes ainda pendentes para as ediçons que seguem?
A verdade é que voltar a olhada para atrás pom o listom bem alto, porque tivemos a sorte de contar no nosso cenário com grandes grupos nacionais e internacionais, pessoas comprometidas que adoram subir ao nosso cenário a berrar polas injustiças, polos direitos dos povos, polo feminismo, pola nossa cultura e na nossa língua, acho que esse segue a ser o nosso maior repto, continuar contribuindo a espalhar a poesia, a música, o teatro, as artes todas variadas que temos neste País.
Apostades no achegamento das duas beiras do Minho. Como foi mudando, ao vosso ver, esta conexom com Portugal?
Sempre existiu essa conexom, porque já quando o Festival nasce lá polo ano 81, nasce com a firme intençom da defesa de um idioma que nos une, e que é necessário unir, juntar, misturar, cada vez que for possível. Nom é que sejamos ricas culturalmente, é que somos inesgotáveis, encontramos propostas para outros 31 anos mais, isso é algo maravilhoso e que enche ainda mais o peito de orgulho.
o Festival nasce no ano 81, com a intençom da defesa de um idioma que nos une com Portugal
Este ano houvo no Festival um comando encarregado de vigiar e respostar as violências machistas. Como foi a colaboraçom? E como valorizades a questom de género em eventos como o vosso?
Tristemente é muito arriscado dizer que conseguimos ter um espaço totalmente livre de machismo, porque é umha enfermidade totalmente inoculada neste sistema em que vivemos, mas sim que podemos dizer bem forte e alto que o que nom vai acontecer nunca no nosso festival ou em qualquer outra atividade da SCD é que fiquemos paradas perante qualquer tipo de agressom. Para nós foi genial ver essas mulheres empoderadas com o seu bracelete lilás nom só caminhando polo Festival, se nom desfrutando dele, demonstrando que sim se deve trabalhar porque o feminismo esteja e todo o que nos arrodeia e fazemos. Nós seguiremos somando-nos e contando com este tipo de açons por como dizia ao princípio, tristemente ainda som necessárias e se queremos erradicar o machismo temos a obriga de combatê-lo.
A SCD tem vida para além do Festival! Contade-nos do resto de atividade que tendes ao longo do ano.
Temos umha pequena casinha com um pequeno terreno onde fazemos a nossa maior parte de atividades durante o ano, talheres, concertos, ceias e feiras, celebramos o magusto e os maios. Pero as maiores novidades nestes últimos anos foi a criaçom de um grupo de teatro (“Bicharada Teatro”) e umha espécie de escolinha de música tradicional, onde contamos com aulas de gaita, pandeireta e tamboril. Continuamos, trabalhando arreu, sobretudo as que estám os 365 dias do ano em Salvaterra, que por sorte para umha longa vida da SCD, cada vez som mais. Na nossa cabeça milheiros de ideias, no nosso corpo ainda muita força, assim que esperamos que nos voltedes a entrevistar noutros 31 e que podamos seguir contando que somamos e somamos, porque as galegas e galegos merecemo-nos o desfrute da nossa abundante e esquisita cultura.