Os sindicatos paralisavam as jornadas de mobilizaçons previstas para o 18 de julho ao chegar a um pré-acordo com a patronal após meses de negociaçons e quinze reunions entre as duas partes. No dia 17 de julho e após dez horas de juntança, CIG , CCOO e UGT deixavam “em suspenso” o paro total convocado para o dia 18 de julho, jornada que aproveitavam para perfilar as bases do acordo que apresentárom ao conjunto das trabalhadoras para votaçom. Atrás ficárom seis jornadas de greves, 10.000 trabalhadoras nas ruas de Vigo e cargas policiais com bolas de goma para reprimir as trabalhadoras, métodos denunciados ante o governo espanhol por “uso excessivo da força” por organismos como Amnistia Internacional.
CIG, CCOO e UGT tomavam a decisom de adiar a greve anunciada por todos os sindicatos para o 18 de julho “até ter um pré-acordo em papel que pudesse debater e votar o conjunto das trabalhadoras do setor”. Foram dez horas de intensas negociaçons entre o setor social e a patronal para tratar de paralisar novas mobilizaçons na cidade de Vigo, num setor, o do metal, que tem demonstrado novamente na cidade a sua capacidade de organizaçom nos últimos meses.
Era a décimo quinta negociaçom do convênio do metal para Ponte Vedra e desta vez as principais empresas do metal mostraram-se dispostas a negociar duas das três principais reivindicaçons sindicais, cientes do que suporia umha nova jornada de greve em Vigo.
Os três sindicatos coincidem em que a chave para atingir o câmbio de postura da patronal foi “a força mobilizadora que demonstrou o setor nas ruas de Vigo após anos de paz social”, segundo reconheceu Xulio Fernández, secretário de CIG-Indústria, o qual também surpreendeu as próprias organizaçons sindicais.
O convénio que, segundo o previsto, será ratificado nos próximos dias, depois de passar polas assembleias, afeta a 33.000 trabalhadoras e 3700 empresas, sendo um acordo chave para toda a indústria galega, pois o metal de Ponte Vedra é o setor que mais trabalhadoras aglutina.
Sindicatos conseguem um início de acordo que eleva o salário em 9% nos próximos três anos
As reunions de 17 e 18 de julho entre agentes sociais e patronal representada por Asime, Atra e Instalectra achegavam posiçons enfrontadas depois das jornadas de mobilizaçom na cidade de Vigo.
Os principais pontos nas reunions que deram lugar ao conflito eram a suba salarial, as horas trabalhadas e a sub-rogaçom privada. O pré-acordo conseguiu melhoras nos dous primeiros pontos, assim as trabalhadoras aumentárom o seu salário num 9% nos próximos três anos a razom dum 3% neste ano, 3% em 2024 e 3% em 2025. Ainda que o planejamento inicial dos sindicatos era a subida salarial dum 12% em 3 anos.
Segundo o Secretário Geral de Asime, Enrique Mallón, “o acordo garante a cláusula de revisom do IPC”, mas os sindicatos lembram que seria necessário aplicá-la desde o 1 de janeiro de 2023, já que o índice está fixado num 2%. A reclamaçom da subida salarial acorde à inflaçom foi, de facto, a faísca que deu lugar às greves de junho após três meses de negociaçons sem conseguir acordo nengum.
Outro dos pontos em que as duas partes chegárom a um acordo foi a jornada laboral. Num primeiro momento as entidades sociais pediam reduzir a atividade das trabalhadoras em 24 horas. Este pré-acordo marca a reduçom em 16 horas: 8 horas em 2024 e 8 em 2024 aplicadas às férias.
Porém, nom conseguírom avanços na sub-rogaçom privada, o qual implicaria a obrigaçom de manter as equipas de trabalhadoras se mudar a titularidade da companhia. Mas os sindicatos insistem em que seguem batalhando para mudar a posiçom da patronal nos próximos meses.
As três organizaçons sindicais mostrarom-se “moderadamente satisfeitas” com o câmbio de postura da patronal, já que lembram que levavam vários meses sem obter nengum tipo de câmbio de posiçom por esta parte. Posiçom que denunciárom os representantes das trabalhadoras que pediram a implicaçom da AGA, o conselho galego de relaçons laborais, do qual faz parte Asime, para ajudar a desembrulhar as negociaçons.
A sub-rogaçom privada nom entra no acordo
A ameaça de greve indefinida que “podia durar dias e mesmo semanas”, segundo assegurava o porta-voz de CCOO Celso Carnero, foi o que permitiu o achegamento de posiçons. Fica agora “perfilar o acordo” e “explicar-lho em detalhe às trabalhadoras”, indica Carnero, encarregadas em última instância de dar a aprovaçom definitiva.
Mobilizaçons históricas e violência policial
As seis jornadas de greve do setor metal deixam duas fotografias: a tomada das ruas dum setor que tem demonstrado umha grande capacidade mobilizadora no país e a violência policial com bolas de goma, proibidas já em muitas cidades do Estado polas importantes consequências físicas dos impactos.
Milhares de trabalhadoras conseguiam na quinta jornada de greve bloquear o acesso à planta de Stellantis em Vigo, antiga Citröen. O objetivo era colapsar o câmbio de turma da principal empresa da comarca. Ali captavam-se as imagens mais violentas das intervençons policiais, onde um amplo dispositivo policial aguardava às trabalhadoras para evitar o seu acesso à entrada principal.
As atuaçons das forças policiais durante os dias de greve levavam Amnistia Internacional a pedir ao Ministério de Interior e ao Defensor do povo a abertura dumha investigaçom sobre o “possível uso excessivo da força”. A ONG indicava que as imagens das mobilizaçons mostravam “disparos indiscriminados contra as concentraçons de pessoas”, factos proibidos polas normas internacionais que regulam o uso das forças policiais na sufocaçom de distúrbios.
Montserrat Jáudenes, coordenadora da campanha Direito à Protesta desenvolvida por Amnistia Internacional Vigo, indicava a sua “preocupaçom polo uso de bolas de goma e pola sua elevada probabilidade de causar lesons graves”, ao tempo que pedia um compromisso real de todas as candidaturas políticas em Ponte Vedra para proibir o seu uso na próxima legislatura.