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Manifestaçom em Vigo, do 7 de julho. Na faixa principal le-se 'Convenio do MEtal. Solución Xa', assinada polos sindicatos CIG, CCOO e UGT.

Mobilizaçons do metal em Vigo conseguem um pré-acordo para o setor 

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Manifestaçom em Vigo, do 7 de julho. Na faixa principal le-se 'Convenio do MEtal. Solución Xa', assinada polos sindicatos CIG, CCOO e UGT.
Greve em Vigo, a 7 de ju­lho. | cig

Os sindicatos paralisavam as jornadas de mobilizaçons previstas para o 18 de julho ao chegar a um pré-acordo com a patronal após meses de negociaçons e quinze reunions entre as duas partes. No dia 17 de julho e após dez horas de juntança, CIG , CCOO e UGT deixavam “em suspenso” o paro total convocado para o dia 18 de julho, jornada que aproveitavam para perfilar as bases do acordo que apresentárom ao conjunto das trabalhadoras para votaçom. Atrás ficárom seis jornadas de greves, 10.000 trabalhadoras nas ruas de Vigo e cargas policiais com bolas de goma para reprimir as trabalhadoras, métodos denunciados ante o governo espanhol por “uso excessivo da força” por organismos como Amnistia Internacional.

CIG, CCOO e UGT to­ma­vam a de­ci­som de adiar a greve anun­ci­ada por to­dos os sin­di­ca­tos para o 18 de ju­lho “até ter um pré-acordo em pa­pel que pu­desse de­ba­ter e vo­tar o con­junto das tra­ba­lha­do­ras do se­tor”. Foram dez ho­ras de in­ten­sas ne­go­ci­a­çons en­tre o se­tor so­cial e a pa­tro­nal para tra­tar de pa­ra­li­sar no­vas mo­bi­li­za­çons na ci­dade de Vigo, num se­tor, o do me­tal, que tem de­mons­trado no­va­mente na ci­dade a sua ca­pa­ci­dade de or­ga­ni­za­çom nos úl­ti­mos meses. 

Era  a dé­cimo quinta ne­go­ci­a­çom do con­vê­nio do me­tal para Ponte Vedra e desta vez as prin­ci­pais em­pre­sas do me­tal mos­tra­ram-se dis­pos­tas a ne­go­ciar duas das três prin­ci­pais rei­vin­di­ca­çons sin­di­cais, ci­en­tes do que su­po­ria umha nova jor­nada de greve em Vigo. 

Os três sin­di­ca­tos coin­ci­dem em que a chave para atin­gir o câm­bio de pos­tura da pa­tro­nal foi “a força mo­bi­li­za­dora que de­mons­trou o se­tor nas ruas de Vigo após anos de paz so­cial”, se­gundo re­co­nhe­ceu Xulio Fernández, se­cre­tá­rio de CIG-Indústria, o qual tam­bém sur­pre­en­deu as pró­prias or­ga­ni­za­çons sindicais. 

O con­vé­nio que, se­gundo o pre­visto, será ra­ti­fi­cado nos pró­xi­mos dias, de­pois de pas­sar po­las as­sem­bleias, afeta a 33.000 tra­ba­lha­do­ras e 3700 em­pre­sas, sendo um acordo chave para toda a in­dús­tria ga­lega, pois o me­tal de Ponte Vedra é o se­tor que mais tra­ba­lha­do­ras aglutina. 

Sindicatos con­se­guem um iní­cio de acordo que eleva o sa­lá­rio em 9% nos pró­xi­mos três anos

As reu­ni­ons  de 17 e 18 de ju­lho en­tre agen­tes so­ci­ais e pa­tro­nal re­pre­sen­tada por Asime, Atra e Instalectra ache­ga­vam po­si­çons en­fron­ta­das de­pois das jor­na­das de mo­bi­li­za­çom na ci­dade de Vigo. 

Os prin­ci­pais pon­tos nas reu­ni­ons  que de­ram lu­gar ao con­flito eram a suba sa­la­rial, as ho­ras tra­ba­lha­das e a sub-ro­ga­çom pri­vada. O pré-acordo con­se­guiu me­lho­ras nos dous pri­mei­ros pon­tos, as­sim as tra­ba­lha­do­ras au­men­tá­rom o seu sa­lá­rio num 9% nos pró­xi­mos três anos a ra­zom dum 3% neste ano, 3% em 2024 e 3% em 2025. Ainda que o pla­ne­ja­mento ini­cial dos sin­di­ca­tos era a su­bida sa­la­rial dum 12% em 3 anos. 

Segundo o Secretário Geral de Asime, Enrique Mallón, “o acordo ga­rante a cláu­sula de re­vi­som do IPC”, mas os sin­di­ca­tos lem­bram que se­ria ne­ces­sá­rio aplicá-la desde o 1 de ja­neiro de 2023, já que o ín­dice está fi­xado num 2%. A re­cla­ma­çom da su­bida sa­la­rial acorde à in­fla­çom foi, de facto, a faísca que deu lu­gar às gre­ves de ju­nho após três me­ses de ne­go­ci­a­çons sem con­se­guir acordo nengum. 

Mobilizaçom de trabalhadores na rotunda de acesso ao aeroporto de Peinador. Em primeiro plano, quatro agentes da Policia Nacional de costas, com casco e escudo.
cig

Outro dos pon­tos em que as duas par­tes che­gá­rom a um acordo foi a jor­nada la­bo­ral. Num pri­meiro mo­mento as en­ti­da­des so­ci­ais pe­diam re­du­zir a ati­vi­dade das tra­ba­lha­do­ras em 24 ho­ras. Este pré-acordo marca a re­du­çom em 16 ho­ras: 8 ho­ras em 2024 e 8 em 2024 apli­ca­das às férias. 

Porém, nom con­se­guí­rom avan­ços na sub-ro­ga­çom pri­vada, o qual im­pli­ca­ria a obri­ga­çom de man­ter as equi­pas de tra­ba­lha­do­ras se mu­dar a ti­tu­la­ri­dade da com­pa­nhia. Mas os sin­di­ca­tos in­sis­tem em que se­guem ba­ta­lhando para mu­dar a po­si­çom da pa­tro­nal nos pró­xi­mos meses. 

As três or­ga­ni­za­çons sin­di­cais mos­tra­rom-se “mo­de­ra­da­mente sa­tis­fei­tas” com o câm­bio de pos­tura da pa­tro­nal, já que lem­bram que le­va­vam vá­rios me­ses sem ob­ter nen­gum tipo de câm­bio de po­si­çom por esta parte. Posiçom que de­nun­ciá­rom os re­pre­sen­tan­tes das tra­ba­lha­do­ras que pe­di­ram a im­pli­ca­çom da AGA, o con­se­lho ga­lego de re­la­çons la­bo­rais, do qual faz parte Asime, para aju­dar a de­sem­bru­lhar as negociaçons. 

A sub-ro­ga­çom pri­vada nom en­tra no acordo

A ame­aça de greve in­de­fi­nida que “po­dia du­rar dias e mesmo se­ma­nas”, se­gundo as­se­gu­rava o porta-voz de CCOO Celso Carnero, foi o que per­mi­tiu o ache­ga­mento de po­si­çons. Fica agora “per­fi­lar o acordo” e “ex­pli­car-lho em de­ta­lhe às tra­ba­lha­do­ras”, in­dica Carnero, en­car­re­ga­das em úl­tima ins­tân­cia de dar a apro­va­çom definitiva. 

Mobilizaçons his­tó­ri­cas e vi­o­lên­cia po­li­cial
As seis jor­na­das de greve do se­tor me­tal dei­xam duas fo­to­gra­fias: a to­mada das ruas dum se­tor que tem de­mons­trado umha grande ca­pa­ci­dade mo­bi­li­za­dora no país e a vi­o­lên­cia po­li­cial com bo­las de goma, proi­bi­das já em mui­tas ci­da­des do Estado po­las im­por­tan­tes con­sequên­cias fí­si­cas dos impactos. 

Milhares de tra­ba­lha­do­ras con­se­guiam na quinta jor­nada de greve blo­quear o acesso à planta de Stellantis em Vigo, an­tiga Citröen. O ob­je­tivo era co­lap­sar o câm­bio de turma da prin­ci­pal em­presa da co­marca. Ali cap­ta­vam-se as ima­gens mais vi­o­len­tas das in­ter­ven­çons po­li­ci­ais, onde um am­plo dis­po­si­tivo po­li­cial aguar­dava às tra­ba­lha­do­ras para evi­tar o seu acesso à en­trada principal. 

As atu­a­çons das for­ças po­li­ci­ais du­rante os dias de greve le­va­vam Amnistia Internacional a pe­dir ao Ministério de Interior e ao Defensor do povo a aber­tura dumha in­ves­ti­ga­çom so­bre o “pos­sí­vel uso ex­ces­sivo da força”. A ONG in­di­cava que as ima­gens das mo­bi­li­za­çons mos­tra­vam “dis­pa­ros in­dis­cri­mi­na­dos con­tra as con­cen­tra­çons de pes­soas”, fac­tos proi­bi­dos po­las nor­mas in­ter­na­ci­o­nais que re­gu­lam o uso das for­ças po­li­ci­ais na su­fo­ca­çom de distúrbios. 

Montserrat Jáudenes, co­or­de­na­dora da cam­pa­nha Direito à Protesta de­sen­vol­vida por Amnistia Internacional Vigo, in­di­cava a sua “pre­o­cu­pa­çom polo uso de bo­las de goma e pola sua ele­vada pro­ba­bi­li­dade de cau­sar le­sons gra­ves”, ao tempo que pe­dia um com­pro­misso real de to­das as can­di­da­tu­ras po­lí­ti­cas em Ponte Vedra para proi­bir o seu uso na pró­xima legislatura. 

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